"Hazard - 1. A hazard is something which could be dangerous to you, your health or safety, or your plans of reputation. (...) 2. If you hazard or if you hazard a guess, you make a suggestion about something which is only a guess and which you might be wrong." - Do Dicionário "Collins Cobuild"
novembro 28, 2012
6th CSDA International Conference on Computational and Financial Econometrics: CFE 2012
O programa da conferência está muito bom, com trabalhos de alto nível em macroeconomia e finanças. Muita coisa de programação em GPU, soluções não-lineares de modelos, além de tutoriais (mini-cursos) com excelentes apresentadores.
Para os observadores mais astutos, notem que muitos dos papers listados entre os abstracts não têm nada a ver com economia. É que ocorre, ao mesmo tempo da CFE-2012, o encontro do grupo de trabalho do European Research Consortium for Informatics and Mathematics (ERCIM) em "computing and statistics", onde a pesquisa importante concentra-se em estatística aplicada e métodos computacionais.
Espero uma grande viagem. Vai ser divertido.
Abraços!
outubro 11, 2012
XII Workshop de Economia PPGE/USP-RP
XII Workshop de Economia PPGE/USP-RP
Obrigado pelo convite da Roseli e do Bruno, e parabéns, desde já, pela organização do evento.
Saudações!
julho 18, 2012
Crianças Entendem a Regra de Timbergen
Diálogo na madrugada:
— Papai, quero leite...
— Leite, Bia?
— Sim, leite. E quero dormir no seu colo, papai.
— Mas para pegar o leite, eu tenho que me levantar...
— Não levanta, deita, papai... dorme direitinho, Bia não quer leite.
E Bia deita no colo para dormir.
Papai, antes de dormir: "Bia, dois objetivos (leite e colo para dormir), um instrumento (papai), os dois juntos não funcionam... um instrumento (papai), um objetivo (colo para dormir), Timbergen rules! She's got it!"
Saudações!
julho 05, 2012
Novo Paper
Angelo Marsiglia Fasolo
Abstract:
This paper compares the properties of two particle filters – the Bootstrap Filter and the Auxiliary Particle Filter – applied to the computation of the likelihood of artificial data simulated from a basic
DSGE model with nominal and real rigidities. Particle filters are compared in terms of speed, quality of the approximation of the probability density function of data and tracking of state variables. Results show that there is a case for the use of the Auxiliary Particle Filter only when the researcher uses a large number of observable variables and the number of particles used to characterize the likelihood is relatively low. Simulations also show that the largest gains in tracking state variables in the model are found when the number of particles is between 20,000 and 30,000, suggesting a boundary for this number.
Working Paper Series - Banco Central do Brasil - Número 281
Este trabalho começou de forma muito interessante, e até estimulante, já que cada passo exigiu um aprendizado adicional, especialmente sobre paralelismo baseado em GPU. No final, já estava um pouco cheio, não aguentava mais esperar pelos resultados e concluir de uma vez o trabalho, até para partir para algo mais aplicado. Meus agradecimentos especiais para o pessoal da UFRGS, que viu uma apresentação ainda bem preliminar do trabalho, e para o Claudio Shikida, que também recebeu um draft, fez alguns comentários, mas nada que pudesse diretamente ser aplicado para este artigo. No próximo artigo, o nome dele aparece na publicação.
Saudações!
junho 02, 2012
PIB Potencial: Queda?
1) Armínio Fraga, em "O Estado de São Paulo", 27/05/12: "Agora, depois de alguns anos crescendo a uma taxa de quase 4%, a infraestrutura simplesmente não aguenta mais. (...) É um número que não se consegue medir com precisão, e que depende de várias circunstâncias e elementos. Hoje imagina-se, ou imaginava-se, que ficava em torno de 4%, para alguns um pouco menos."
2) Samuel Pessôa, em "O Estado de São Paulo", 21/05/12: "Penso que o PIB potencial caiu, isto é, a capacidade de a oferta responder a estímulos da demanda, ou quanto o País pode crescer no longo prazo de forma sustentada. Isso não está mais nos 4,5% do segundo mandato do presidente Lula. Provavelmente está mais próximo de 3,5%. Mas esses números muito ruins no primeiro trimestre são mais um problema de demanda."
3) Luis Carlos Mendonça de Barros, em "Jornal do Comércio", 04/05/12: "Em outras palavras, a meta de 4,5% para este ano é inviável porque chegamos à barreira do PIB potencial da economia brasileira. O mesmo ocorreu no ano passado e, certamente, vai ocorrer em 2013 e em 2014 se não houver o entendimento de que, nas condições estruturais atuais do Brasil, crescer de 3% a 3,5% ao ano é o nosso limite"
4) Affonso Celso Pastore, "O Estado de São Paulo", 06/03/12: "[N]otamos que o PIB potencial, que estava andando na faixa dos 4,5%, passou para algo como 4,1% no último trimestre. Infelizmente, está ocorrendo uma redução dessa medida. Nosso crescimento potencial está chegando mais perto dos 4% do que dos 4,5%. Não digo que já esteja em 4%, mas, se o governo não induzir um pouco de melhoria na eficiência da economia, chegará por aí."
Longe de usar este espaço para cravar um número, quero argumentar aqui que o conceito de PIB potencial tem sido usado de uma forma muito "larga", englobando argumentos que não necessariamente refletem o "potencial de crescimento" de uma economia. Para isto, a figura abaixo mostra, na linha verde, a taxa de crescimento da economia brasileira acumulada em 12 meses desde o início da série disponível no site do IBGE. A linha azul mostra a taxa de crescimento em 12 meses das importações mundiais, calculada pelo Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis, da Holanda.
Uma das tarefas do economista, em especial do estudante de política monetária, é entender os fatores que permitem que, em um dado período do tempo, as alocações dos agentes em consumo e investimento possam ser feitas sem pressões importantes sobre preços. Crescimento temporário maior do resto do mundo, de uma forma geral, permite maior crescimento da economia doméstica durante este período. As linhas do gráfico sugerem uma forte relação entre a demanda mundial e o crescimento da economia brasileira (de fato, a correlação amostral é de 0.57).
Daí uma certa dúvida que eu tenho em afirmar que o produto potencial apresentou variações importantes em um curto espaço de tempo, como sugerido em algumas das entrevistas citadas acima: a capacidade de oferta da economia, ao meu ver, não se alterou significativamente; a demanda mundial pelo produto nacional, sim. Para ser sincero, problemas como infra-estrutura, educação, estrutura tributária, estes sim determinantes da oferta agregada, são exatamente os mesmos desde o início da amostra. Por outro lado, a demanda mundial, recentemente, está, senão crescendo menos, com certeza mais volátil.
A impressão que tenho é que o "produto potencial" tratado em todas estas entrevistas tem mais a ver com o que o Armínio Fraga, em sua entrevista, define como sendo aquele que "diz respeito ao quão rápido a economia pode andar sem pressionar a inflação. Então é uma definição de muito curto prazo. É um número que não se consegue medir com precisão, e que depende de várias circunstâncias e elementos." Entretanto, mesmo dando o desconto do cálculo "de curto prazo", é difícil olhar para um gráfico como este, pensar nas condições de produção doméstica, e imaginar que exista alguma restrição recente de oferta que tenha reduzido o produto potencial da economia.
Saudações!
maio 13, 2012
Duke: Bons Momentos
Aconteceram, neste domingo, as cerimônias de graduação em Duke. É o final de uma semana bastante movimentada, com diversas atividades relacionadas a despedidas da universidade, de um período especial na vida de quem já passou um tempo em Durham. Procurando informações sobre a cerimônia de entrega de diplomas do Departamento de Economia deste ano (ainda tenho colegas que entraram comigo por lá), encontrei um vídeo de 2010 que é, para mim, particularmente tocante. Se quiserem entender, vão direto para o período a partir de 11:45 minutos de transmissão.
Saudações!
maio 05, 2012
Se o Krugman lesse em Português...
... é bem possível que ele não escrevesse o que escreveu nesta semana. Afinal de contas, ele já teria lido:
1) O post provocador do Drunkeynesian sobre crescimento na América Latina. A seção de comentários também teve um debate muito bom.
2) A continuação do post, ainda pelo Drunkeynesian, sobre a polêmica dos dados argentinos.
3) A primeira nota do Mansueto sobre o crescimento argentino.
4) A segunda nota do Mansueto, com os dados de uma consultoria econômica argentina, sobre o deflator do PIB de lá (parece que tem problemas).
5) O post do Cristiano sobre o índice mais comum para avaliação de valorização cambial: o preço do Big Mac, e como se comporta na Argentina.
6) A análise do Drunkeynesian sobre os dados argentinos da Ecolatina.
Minha contribuição é relembrar um diálogo no MSN com um colega do doutorado.
Saudações!
maio 03, 2012
They're Back: "Headlong Flight"
I learned to fight,
I learned to love,
I learned to feel.
I wish that I could live it all again!abril 18, 2012
Equilíbrio, Desequilíbrio e Múltiplos Equilíbrios: Noahpinion
No post seguinte, Noah publica um comentário que ele recebeu de Roger Farmer, professor da UCLA e conhecido por seus trabalhos com modelos de múltiplos equilíbrios. Farmer explica um pouco da sua contribuição nestes modelos, onde ele propõe uma "função de crenças" ("belief function") capaz de gerar um descompasso entre as crenças individuais dos agentes e o valor esperado dos estados futuros da economia. Assim, segundo Farmer, torna-se possível conciliar a hipótese de Expectativas Racionais com a existência de múltiplos equilíbrios.
A leitura é uma boa síntese sobre por onde anda a pesquisa na área, e deixa muitas sugestões para quem procura temas para teses e dissertações.
Saudações!
abril 08, 2012
A Figura que Faltou
A figura não deve aparecer na versão final do artigo, mas, como falei, acredito que existe alguma lei dizendo que, se a pessoa apresenta em seminários o filtro de partículas, alguma figura neste formato deve aparecer. A versão acima é a minha versão, e só vou usá-la nos slides mesmo.
Saudações!
UPDATE: pior do que eu esperava - a figura aparecia na versão da apresentação que estava no laptop, mas por algum motivo esta versão não foi copiada para o pen drive. Argh!
março 27, 2012
Krugman e a Metodologia Econômica
1) Primeiro, ao tratar de artigos seminais de autores mais antigos, Krugman vai direto ao ponto a respeito de sua aplicação a casos no presente. No caso, ele trata de Minsky e Keynes, mas existem tantos outros autores usados como "fonte do saber eterno" ao longo do espectro político/econômico que a aplicação do parágrafo é generalizada:
"So, first of all, my basic reaction to discussions about What Minsky Really Meant — and, similarly, to discussions about What Keynes Really Meant — is, I Don’t Care. I mean, intellectual history is a fine endeavor. But for working economists the reason to read old books is for insight, not authority; if something Keynes or Minsky said helps crystallize an idea in your mind — and there’s a lot of that in both mens’ writing — that’s really good, but if where you take the idea is very different from what the great man said somewhere else in his book, so what? This is economics, not Talmudic scholarship."
2) Segundo, ao tratar de complicações propostas no artigo que originou a crítica anterior, Krugman relembra um belo ensaio sobre metodologia publicado em seu website, e o conselho dado a jovens pesquisadores: "Simplify, simplify". No blog:
"I always try to find the simplest representation I can of whatever story I’m trying to tell about the economy. The goal, in particular, is to identify which assumptions are really crucial — and in so doing to catch yourself when you’re making implicit assumptions that can’t stand clear scrutiny."O conselho é particularmente importante em uma época em que se tornou fácil escrever e resolver modelos cada vez maiores, sejam micro-fundamentados ou não. A facilidade para escrever modelos de médio e grande porte faz com que muitos pesquisadores percam o foco inicial da pesquisa, e muitas vezes encontrem problemas para separar todas as relações de causa-efeito que deveriam ser bem detalhadas ao longo do trabalho.
Na minha área de pesquisa, fico particularmente incomodado com modelos DSGE que incluem muitos detalhes que, em última instância, são irrelevantes ou incompreensíveis dentro do modelo, seja em termos de formulação (os micro-fundamentos), seja em termos de solução/resultados. A estratégia de Krugman, com o uso de modelos bem simples para iniciar o projeto de pesquisa, facilita a compreensão do argumento central do trabalho, enquanto oferece também a capacidade de verificar até onde o argumento é robusto a extensões da formulação básica.
Recomendo a leitura, tanto do post quanto do artigo na página pessoal.
Saudações!
março 11, 2012
II Enbeco - Agradecimentos
Também foi legal conhecer a Roseli Silva, o Felipe Salto, o Thomas Kang, o Fernando Meneguin, e a identidade secreta do Drunkeynesian, além de lembrar que a lista de blogs aí do lado merecia uma boa atualização.
De fato, uma sexta-feira das mais agradáveis, em especial pela melhor das mesas, aquela depois do encontro terminado. Pena que nem todos os participantes do evento puderam prestigiar a melhor das apresentações.
Saudações!
fevereiro 26, 2012
Breve Defesa do IBGE
Muita gente falou, no final do ano passado e no início deste ano (exemplo aqui), da mudança de pesos que o IBGE implementou com a nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) baseada nos anos de 2008 e 2009. As análises inclusive citam a conveniência da revisão de pesos exatamente a partir do ano em que a inflação ficou exatamente no limiar da meta, desconsiderando que a revisão é feita a cada cinco anos e que neste ano os pesos derivados da POF ficaram prontos.
Eu, honestamente, não tenho motivo algum para contestar qualquer número produzido pelo IBGE. Sim, existem problemas na divulgação de resultados, mas do número em si, até agora, nada a duvidar. Não que eu seja, exatamente, um especialista em pesquisas de preços, mas acho que o mercado pode, sim, exercer um papel fiscalizador no cálculo dos preços. Existem, no país, diversos sistemas privados que fazem acompanhamentos online dos preços nas principais redes varejistas, permitindo uma boa aproximação do valor final do IPCA no mês. E o mercado possui, sim, incentivos para acompanhar de perto estes preços: basta ver, por exemplo, a composição da dívida pública federal, onde, de acordo com o relatório de dezembro, quase 79% era formada por títulos pré-fixados (que perdem com aumentos inesperados da inflação) e 16.5% era formada por títulos indexados a índices de preços.
Um acompanhamento em tempo real sobre preços publicados online é feito pela empresa PriceStats, dos professores Roberto Rigobon (MIT) e Alberto Cavallo. A revista The Economist, usando os dados desta empresa, justifica o abandono do uso de índices oficiais de inflação para analisar a economia da Argentina neste gráfico. Em nenhum outro país dentre os oito citados na amostra, a diferença entre o índice oficial e o índice de preços da PriceStats é tão grande quanto na Argentina.
Chama a atenção, no mesmo gráfico, a diferença mínima entre as médias anuais de inflação publicadas pelo IBGE e pelo PriceStats. Na verdade, a média de inflação do PriceStats é até menor que os valores oficiais, sendo que o Brasil é o país, na amostra, com o maior número de observações coletadas (41 meses, contra 32 nos Estados Unidos e 40 na Argentina, por exemplo). Para os desconfiados, o acompanhamento de preços em sistemas como este, ou mesmo com índices como os da FGV, podem servir como contra-prova para os valores oficiais dados pelo IBGE.
Acredito que a discussão perdeu um tanto o foco quando o índice de dezembro determinaria se a inflação de 2011 ficaria ou não dentro das bandas determinadas pelo regime de metas. Gerou mais desconfiança ainda quando o valor ficou incrivelmente próximo do necessário para que a inflação ainda permanecesse dentro das bandas, ainda que um outro blogueiro tenha gerado uma projeção exatamente com o valor publicado pelo IBGE! O importante do debate, e que ficou de lado, é que a inflação acumulada em 12 meses nunca esteve abaixo do centro ao longo de 2011. Trazer o IBGE para a disputa por causa de 0.3% ou 0.5% com a nova POF é culpar o mensageiro pelas notícias ruins.
Saudações.
fevereiro 11, 2012
II Enbeco - Agora Ficou Sério
Saudações!
fevereiro 01, 2012
Aventuras em OpenCL 2: Comentários Gerais
janeiro 22, 2012
Aventuras em OpenCL: Mais que Um Segundo
janeiro 14, 2012
II Encontro Nacional dos Blogueiros de Economia
Bem, fica o registro, e obrigado ao Cláudio e ao Cristiano pelo convite.
Saudações!
dezembro 31, 2011
Feliz 2012
Abraços e felicidades aos meus oito leitores.
dezembro 11, 2011
A Culpa do Câmbio, Segundo GNews
"Uma baguete, um franco. Era este o preço que vigorava antes de primeiro de janeiro de 2002, quando o Euro começou a circular. Mas, no mosaico das moedas européias, o Euro valia dois Marcos na Alemanha e na França valia seis Francos, o que significava que, da noite para o dia, os franceses passaram a pagar seis vezes mais para comprar uma baguete. Na Grécia, seguindo este raciocínio, o preço de um pão se multiplicou em níveis estratosféricos: um Euro valia 341 Drakmas."
Depois de ouvir isto, desliguei a televisão e fui dormir, amaldiçoando os cinco minutos perdidos na minha vida.
Abraços!
dezembro 09, 2011
SBE 2011
Uribe, em especial, foi um excelente reencontro: além de ver a excelente palestra, tive a chance de conversar com meu ex-professor sobre o meu trabalho, contando inclusive com sua presença na platéia durante a minha apresentação. Na verdade, chamar de "platéia" é um exagero: além de Uribe e o Luis Felipe, que apresentou na mesma sessão, apenas um colega do BC apareceu para prestigiar o trabalho. (Definitivamente, uma sessão com o nome "Métodos Quantitativos" não tinha como ser muito popular, ainda mais realizada na manhã seguinte do coquetel de confraternização do evento.) De toda forma, muito produtivo o encontro.
Algumas diferenças em relação a outros encontros que participei: ando sem paciência para as sessões de conjuntura. Dizem que as deste evento foram especialmente ruins; logo, não me arrependo de não ter assistido. Também pareceu ocorrer uma participação mais acentuada de alunos apresentando trabalhos. Neste aspecto, não sei se fui eu que envelheci (e por isto acabo vendo mais alunos que antes) ou se, de fato, menos professores apareceram neste ano. A impressão de outros veteranos de ANPEC-SBE foi a mesma, ainda que eu acredite na combinação linear dos fatores.
Não consegui informações sobre onde será o encontro do ano que vem, mas, mantido o nível dos painelistas deste ano, é um evento que vale a pena participar, apesar do custo e da ausência este ano dos bardos e amigos punk.