"Hazard - 1. A hazard is something which could be dangerous to you, your health or safety, or your plans of reputation. (...) 2. If you hazard or if you hazard a guess, you make a suggestion about something which is only a guess and which you might be wrong." - Do Dicionário "Collins Cobuild"
outubro 25, 2011
Expectativas sobre Delfim
outubro 15, 2011
Zotero
- Primeiro, o ZotFiles é um plugin para o Zotero que permite vincular arquivos aos registros bibliográficos, com direito a atualização e upload do arquivo para a biblioteca online. Isto permite carregar uma base de pdfs para qualquer lugar, com fácil acesso para consultas.
- Para os fãs da mobilidade, BibUp permite a coleta de referências completas de livros, usando o celular como scanner de referências e criando cópias de páginas relevantes através de fotos para anexar aos itens do Zotero.
Abraços!
outubro 10, 2011
Nobel de Economia: Sims e Sargent
Parabéns aos dois. O mundo (às vezes) é justo.
Abraços!
setembro 28, 2011
No Ar
Abraços!
setembro 18, 2011
De Volta ao Convencional
A estratégia para responder a pergunta é baseada em uma sofisticação aparentemente (e só "aparentemente") trivial dos modelos DSGE com fricções financeiras: assume-se a existência de eventos tão raros na economia (Rietz, 1988, Barro, 2006, e Barro, 2009) que certos parâmetros estruturais do modelo mudam de acordo com uma cadeia markoviana, onde a probabilidade de mudança para o estado de "eventos raros" é muito pequena, porém diferente de zero. O resultado mais interessante do artigo é que o banco central corre riscos, ao vender os ativos muito rapidamente, de gerar uma segunda recessão - um movimento em "W", ou "double-dip" no ciclo econômico, como aparece no noticiário.
Dois comentários a respeito do artigo, o primeiro tratando da metodologia aparentemente trivial, o segundo sobre possíveis desenvolvimentos do artigo e a crítica fácil em economia. A respeito da metodologia, o autor desenvolve uma estrutura complexa para caracterizar o uso de políticas não-convencionais pela autoridade monetária: enquanto os parâmetros referentes à qualidade do capital e a regra de Taylor mudam de acordo com o regime (crise/normal), os parâmetros de intervenção não-convencional mudam de acordo com a escolha da autoridade monetária entre intervir no mercado de crédito ou não. Assim, formam-se cinco regimes na economia, de acordo com a combinação crise-período normal e intervenção-não intervenção no mercado de crédito (ver tabela 1 e figura 2 na página 22).
Esta configuração de modelo, gerando "jumps" nas funções de resposta dos agentes, dependentes do regime vigente na economia, não permite o uso da estratégia tradicional de (log-)linearização das condições de equilíbrio do modelo, já que, eventualmente, as funções de resposta são contínuas apenas "dentro" de cada regime - logo, o princípio do "equivalente-certo" não se aplica, necessitando, no mínimo, aproximações de ordem maiores do que a linear para caracterizar a solução do modelo. O uso de soluções não-lineares para o modelo traz complicações adicionais para os empiristas de plantão, já que o trio que forma a estimação no Dynare (aproximação linear - Filtro de Kalman - estimação) não pode ser aplicado.
Este último aspecto inicia o meu segundo comentário. A crítica fácil de um trabalho destes é dizer que o autor deveria estar "sempre preocupado em estimar o modelo, e não apenas fazer exercícios de calibragem". Outra crítica fácil seria dizer que "o modelo é muito simplificado, não tem nem setor externo". Estes são comentários que nos fazem parecer inteligentes nos seminários, já que, afinal de contas, o autor teria ignorado itens muito importantes. Na verdade, este tipo de comentário não passa de um atestado de supremo desconhecimento do que está sendo apresentado: ao invés de se perguntar por que o autor não fez um determinado procedimento, é mais fácil jogar a pergunta no ar e fazer a pose de sério no seminário.
Aprendam, economistas: se um autor não fez um determinado procedimento em um artigo (estimar parâmetros ou acrescentar mais estrutura no modelo), ele não o fez por bons motivos. Não sei, por exemplo, qual seria a resposta do Andrew para estas perguntas, mas fatalmente passaria pela dificuldade de estabelecer a estimação de um evento raro (se houvesse amostra para tal estimação, o evento não seria raro...), pelo procedimento de estimação de modelos sem usar o Filtro de Kalman para obter a função de verossimilhança, e pela necessidade de simplificar o modelo, já que o setor externo não é, necessariamente, relevante para caracterizar o problema da crise na economia americana. A melhor resposta que eu ouvi para este tipo de questão foi em uma palestra do Ricardo Reis aqui no Brasil: "eu não coloquei a estrutura que você sugere porque eu quis, com este artigo, mostrar uma metodologia e caracterizar o problema da forma mais básica possível. Concordo com você que estes elementos são importantes na pesquisa atual, mas os computadores e o papel em branco estão disponíveis tanto para mim quanto para você: você pode sentar na frente do computador e escrever o modelo como você quiser, fique à vontade. Eu só quis mostrar a metodologia para resolver o problema."
Desculpe o breve desabafo neste último comentário, mas certas coisas deveriam ser mais evoluídas aqui no debate econômico. Fica a dica de leitura do artigo.
Abraços!
setembro 02, 2011
FOMC: Explicações de um Dissidente
Clique no link abaixo para continuar.
agosto 04, 2011
Mais Major Tom
Mais música, mais Major Tom. Depois do estrondoso sucesso de Space Oddity no blog, Major Tom volta, mas não na voz de David Bowie: Peter Schilling revê o personagem de forma literal nos anos 80, para revolta de muitos fãs de Bowie, contando a história de um acidente espacial.
"Second stage is cut.
We're now in orbit.
Stabilizers up,
runnning perfect.
Starting to collect
requested data.
'What will it affect
when all is done?'
thinks Major Tom.
Back at ground control,
there is a problem.
'Go to rockets full.'
Not responding.
'Hello Major Tom.
Are you receiving?
Turn the thrusters on.
We're standing by.'
There's no reply.
4, 3, 2, 1
Earth below us
drifting, falling.
Floating weightless
calling, calling home..."
Abraços!
julho 27, 2011
Mais Blogueiros Não-Progressistas Reunidos
Já que houve a cobrança pela falta de posts no blog, fica o registro do encontro ontem com o guru Claudio Shikida. Aproveitando as férias, em mais uma reunião de blogueiros não-progressistas, neoliberais, golpistas, feios, comedores-de-jiló e adoradores de Estadounidenses, muitos petiscos, chopes e boa conversa circularam pela noite mineira.
Obrigado ao Claudio pela companhia, pela amizade e a boa conversa de sempre.
Abraços!
julho 14, 2011
Dica: Grantland
Para quem procura alguma coisa interessante para ler, algo não relacionado a economia, política, ou outros temas mais chatos, fica a dica: meu colunista esportivo favorito nos Estados Unidos, Bill Simmons, lançou, dentro do site da ESPN, um site de variedades, com textos muito legais sobre os temas mais diversos escritos por gente do mais alto gabarito: Grantland.
Além das análises esportivas sempre exageradas de Simmons, um dos melhores escritores é Chuck Klosterman, quando resolve falar de música. Ele ainda escreve na Esquire, na NYT Magazine, entre outros lugares. Neste texto, ele faz uma análise minuto-a-minuto do video de "In The Evening", do Led Zeppelin. Excelente!
Abraços!
julho 10, 2011
ES Go Home!!! - Part II
Ainda no meu "rant" contra a Econometric Society, observo que, de acordo com o esperado, esta instituição está promovendo "dumping" para acabar com a produção acadêmica de qualidade (e moralmente superior, já que não-americana comedora de jiló) dos países em desenvolvimento! Basta notar que, para o envio de trabalhos para o LAMES, o European e o North American Meeting of the Econometric Society, basta ser credenciado a esta instituição perversa, pagando a bagatela única de US$36,00 pelo período de três anos (ou seja, se a minha matemática ainda ortodoxa-calculadora-de-médias-ponderadas está correta, US$12,00 por ano!).
Por outro lado, os bravos heróis da Sociedade Brasileira de Econometria, na promoção do seu evento anual, cobra R$150,00 a título de filiação, permitindo com isto a submissão de artigos para o seu encontro. De novo, se a minha matemática ortodoxa não falha, considerando um câmbio de R$1,56 por dólar, estamos falando em US$96,15 pelo período de um ano de filiação! A aproveitadora ES cobra oito vezes menos que a SBE para receber seus artigos, em um caso clássico de "dumping"!
Além de produtos chineses de má qualidade, o povo brasileiro ainda tem que viver domesticado pelos encontros de economia internacionais! É um absurdo!
Abraços!
junho 26, 2011
Blogueiros Não-Progressistas em Festa de São João
Foi um prazer ontem passar alguns momentos junto de outros blogueiros não-progressistas, ortodoxos e bastante animados. Finalmente, tive a chance de conversar aqui em Brasília com o Leonardo Monastério. Por motivos diversos, o encontro foi postergado inúmeras vezes. Também o meu agradecimento especial ao Sabino pela grande noite, com direito a forró, canjica, quentão, pamonha e ameaças constantes de pulos sobre a fogueira.
Uma grande noite!
Abraços!
junho 11, 2011
junho 08, 2011
Mais Chari
Tive acesso hoje aos vídeos do último Seminário de Metas para Inflação e resolvi, ao invés de ficar apenas na frase de V.V. Chari citada no último post, trazer a transcrição (feita por mim) de dois trechos muito legais do que ele falou.
Primeiro, sobre a crise financeira de 2008, uma diferenciação importante sobre risco privado e risco social, e (falta de) soluções fáceis através de política econômica:"Markets did not privately under price the risk, markets correctly priced the risk, because they correctly perceived that the risk was extremely small. The risk may have been large for society overall, but it was not large for each individual, person planning to do the investment. To people who say 'markets just under priced risk, markets are stupid!', I say yes, that's certainly a possibility, markets get the wrong answer lots of different times. But you got to remember: markets consists of thousands, sometimes hundreds of thousands of participants. So, there are these guys who are just stupid, idiots. And then we are going to find ten selected policy-makers. Bingo! These guys are going to be smart, these guys are going to figure out exactly what is going on, these guys are going to understand risk. And they are going choose to do all this by the modest sum – I think the Federal Reserve Board members are paid – 185 dollars when they could go out to the market and using all that incredible smartness to make 185 billion dollars! But, of course, they are public servers, so they will do all those kind of things..."
A diferença entre risco privado e social deve-se, segundo Chari, exatamente por causa da percepção por parte dos bancos, que assumiam empréstimos de risco, que seriam salvos. Ou seja, todos os agentes se comportavam de forma racional, dado o desenho do mercado de crédito nos EUA.
Mais tarde, a lição sobre política monetária:"I always thought that the first attribute of a Central Banker is humility. Inflation targeting is an expression, not of arrogance, but of humility. There are things that Central Banks are good at doing: inflation. And we understand that, and we promise we are not going to look at that. The counterpart of that humility is that Central Bankers can not resolve the problem of AIDS, can not erase poverty in Africa, can not prevent the erosion of the Amazon forest and have only a limited effect on aggregate output. That is the first attribute of rational intelligent Central Bankers."
Abraços!
maio 30, 2011
ES Go Home!!!
Uso o espaço neste post para denunciar a Econometric Society, esta sociedade capitalista, exploradora, desenhada para roubar o conhecimento gerado pelos economistas neo-liberais de países em desenvolvimento cujas mentes foram cooptadas em programas de doutorado de universidades estrangeiras, principalmente as estadounidenses!
Esta sociedade, absurdo dos absurdos, não reconhece o desenvolvimento nunca antes visto na história deste país ao manter uma discriminação clara em suas anuidades para países pobres: os economistas do Brasil, este dínamo, centro de uma nova ordem econômica e social, ainda pagam anuidades nos mesmos níveis de outras economias do eixo sul-sul, tais como Burundi, Bangladesh, Sudão, Togo, Zimbabwe, além dos companheiros Bolívia, China, Cuba e Coréia do Norte.
Eu, como economista que já pagou a anuidade deste ano com o valor ainda impróprio, exijo que a Econometric Society aumente já as suas anuidades para economistas brasileiros, ao menos para o nível das economias desenvolvidas, agora decadentes, como Alemanha, França e, por que não, Estados Unidos. Esta tarifa é discriminatória, separando em grupos os economistas brancos de olhos azuis!
Obviamente, como o aumento não é retroativo, espero com isto reduzir a demanda de economistas brasileiros por congressos neo-liberais e entreguistas, como o LAMES, o European e o North American Meeting of the Econometric Society! E me ofereço, desde já, como candidato permanente a participar de todos estes eventos, para mostrar a todos que não existe mais espaço para este tipo de discriminação nos dias atuais!
Abraços!
maio 13, 2011
XIII Seminário de Metas para Inflação
Estou no aeroporto agora, esperando o vôo para Brasília partindo do Rio, onde participei do XIII Seminário de Metas para Inflação, organizado pelo Banco Central. Encontro muito bom, especialmente para rever algumas pessoas que não via desde que voltei do doutorado, além de trocar algumas palavras com o (ex-chefe? Era diretor de outra área) companheiro blogueiro Alexandre Schwartzman. No encontro, foi oficialmente apresentado o modelo DSGE do Banco Central do Brasil, com estimações, simulações e alguns exercícios de previsão. Um bom trabalho da equipe, já disponível nos Working Papers da instituição.
Algumas boas palestras, mas uma, em especial, deixou uma frase antológica: V.V. Chari, professor do Departamento de Economia de Minnesota largou a pérola do encontro.
"Central banking is an exercise of humility."
Vou esperar o video completo do evento no banco para pegar a idéia inteira. Uma verdadeira aula. Aguardem atualização do post.
Abraços!
maio 06, 2011
Universidades Saindo da Crise: Duke
Notícia de hoje na Bloomberg: ao menos as universidades americanas parecem fazer o dever de casa. Chama a atenção, também, a quantidade de recursos que as universidades possuem como "endowment" (riqueza gerada através de doações, captações, retornos de investimentos, etc).
"Duke Joins Harvard as Universities Buy Back Credit-Crisis Debt"
Abraços!
maio 03, 2011
Hayek vs Keynes
Para quem não conhece, um pouco de música com uma boa sátira do debate econômico atual. Para quem conhece, vale a pena se divertir mais uma vez com o já clássico confronto de dois economistas históricos.
E agora, a continuação. No estilo "Street Fighter": Round 2, fight!
Vale notar o personagem representando o "banqueiro central", a semelhança física com o atual presidente do FED é incrível.
Abraços!
abril 20, 2011
A Música da Semana
Curioso que, na semana do show do U2, a música que ficou na minha cabeça foi a do clipe de abertura: Space Oddity, por David Bowie.
"This is ground control to major Tom, you've really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it's time to leave the capsule if you dare."
Abraços!
abril 18, 2011
Um Bom Ditado Popular
Sabe aquele ditado popular que afirma "de onde menos se espera é de onde não sai nada mesmo"? O ditado é tão bom que a sua negativa também se comprova, como neste texto do Paulo Springer no blog que fiz a propaganda abaixo, Brasil, Economia e Governo.
O resumo do post, ou um título alternativo: "Tudo o que você gostaria de saber sobre política monetária no Brasil, e tinha medo de perguntar".
De fato, de onde se espera muito é de onde sai coisa boa, com certeza!
Abraços!
abril 16, 2011
Dilúvio de Capitais
A discussão sobre controles de fluxos de capitais e a operação de política econômica em ambientes de excessiva entrada de capitais externos presente no Brasil me fizeram lembrar de um artigo já famoso, descrevendo os fatos estilizados sobre o comportamento da economia e, mais especificamente, da política econômica em tempos de abundância de recursos externos. Graciela L. Kaminsky, Carmen M. Reinhart e Carlos A. Vegh, em artigo publicado no NBER Macroeconomics de 2005 apresentam as características de 104 economias em termos de ciclos econômicos, política monetária e política fiscal quando uma "chuva de recursos externos" invade o país.
Os resultados são particularmente interessantes para descrever a situação atual da economia brasileira: uma economia emergente atingida por diversos choques positivos (crescimento dos termos de troca, redução das taxas de juros para empréstimos no exterior, alto crescimento das economias parceiras em termos de comércio) tem que lidar com uma entrada massiva de recursos externos. Neste cenário, a "chuva" de recursos costuma gerar inundações: de acordo com os autores, diante da entrada de capitais externos, a política econômica de países emergentes possui caráter claramente pró-cíclico.
O abstract do texto, neste sentido, é bastante claro sobre os resultados da análise:
"Based on a sample of 104 countries, we document four key stylized facts regarding the interaction between capital flows, fiscal policy, and monetary policy. First, net capital inflows are procyclical (i.e., external borrowing increases in good times and falls in bad times) in most OECD and developing countries. Second, fiscal policy is procyclical (i.e., government spending increases in good times and falls in bad times) for the majority of developing countries. Third, for emerging markets, monetary policy appears to be procyclical (i.e., policy rates are lowered in good times and raised in bad times). Fourth, in developing countries - and particularly for emerging markets - periods of capital inflows are associated with expansionary macroeconomic policies and periods of capital outflows with contractionary macroeconomic policies. In such countries, therefore, when it rains, it does indeed pour."
O fato mais curioso dos resultados é o comportamento da política econômica nos tempos de entradas de capital: é surpreendente, e uma pauta de pesquisa ativa na academia, o fato de tanto a política fiscal quanto a monetária serem expansivas com a entrada de recursos externos, dado que, em tese, o ótimo para a população seria alguma forma de "alisamento" do consumo ao longo do tempo ("consumption smoothing"). Em outras palavras, a política econômica deveria buscar a redução da volatilidade dos ciclos econômicos, de tal forma que os gastos dos agentes fossem mantidos em níveis próximos tanto em períodos de recessão quanto de prosperidade.
Vale a leitura.
Abraços!