"Hazard - 1. A hazard is something which could be dangerous to you, your health or safety, or your plans of reputation. (...) 2. If you hazard or if you hazard a guess, you make a suggestion about something which is only a guess and which you might be wrong." - Do Dicionário "Collins Cobuild"
setembro 30, 2007
Sorvete
Para colocar a tese dele em prova, resolvi trazer para vocês a foto do último pote de sorvete comprado aqui em casa - uma edição especial da Edy's, em comemoração ao Halloween que se aproxima.
Sim, o sorvete tem este sabor mesmo. Lembra mais o gosto da torta, a famosa "pumpkin pie", servida por aqui no feriado do Thanksgiving. Tenho comido o sorvete com calda de chocolate, já que este sabor não é exatamente muito doce. No resumo, não é um sorvete que eu sairia pela madrugada procurando um lugar para tomar, mas também não é nada desprezível.
Um abraço!
setembro 28, 2007
Pobre São Francisco
É como eu falei: Renan e seus cúmplices vão durar no Senado até a hora em que a CPMF for aprovada. Depois disto, Lula vai cuspi-los como fez com todos os outros que usou para alcançar seus objetivos. E aí aparece o "Salvador da Pátria", aquele que investiga e manda prender os bandidos. Antes da CPMF, é "o meu aliado, a sustentação do governo"; depois "quem tem culpa, que pague na justiça". E a oposição vai, mais uma vez, ficar vendo navios...
E já que eu estou revoltado hoje, vai mais lenha: o senadorzinho sem voto é tão picareta que, nas notícias em seu site, ele não relaciona nada sobre a sua "destacada atuação" em defesa dos bois e vacas do Presidente do Senado.
E a oposição vai ficar vendo navios...
Abraços!
setembro 24, 2007
Dedo-Duro
"Governo coloca no Serasa devedor de imposto? Ótimo. E a quem eu recorro quando o governo não presta os serviços que os meus impostos deveriam pagar? Para o Procon? E quando o governo demora quase um ano para pagar restituição de imposto, posso apelar para o mesmo Serasa?"
À parte a brincadeira espirituosa e com forte fundo de verdade, a medida não seria de todo ruim se o Serasa tivesse o tão discutido "cadastro positivo": se o consumidor pudesse mostrar ao banco que não apenas tenho a ficha limpa no mercado de crédito, mas também junto ao governo, poderia barganhar um custo menor no financiamento de longo prazo. Da forma como está, sem o cadastro, é só um pavor a mais sobre o contribuinte.
Abraços!
Pesquisa Nova
Agradecendo aos participantes da primeira pesquisa, a nova enquete entra no ar abordando um tema de grande alcance filosófico: Tostines vende mais porque é mais fresquinho; ou é mais fresquinho porque vende mais?
Abraços!
setembro 22, 2007
Semana Farroupilha Salva
Obrigado, Tia Izete!
Abraço!
setembro 21, 2007
Parabéns!
Na foto acima, encontro lá em casa, com o casal ainda esperando pelo filho Gabriel
Abraços!
Educação de Banco Central
No Brasil, acho que o máximo que chegamos a ter foi o Concurso de Monografias, de 2003, e as ações do "BC e Universidade", onde funcionários do Banco dão palestras sobre as principais funções de um Banco Central.
Imagino o dia em que chegaremos a ter uma promoção como esta, e... Não, na verdade, eu não imagino o dia em que chegaremos a ter algo neste sentido: do jeito que estão as universidades no país, vai aparecer uma meia dúzia de bobo-alegres, erguendo cartazes contra a privatização da Vale, dizendo que o BC dá dinheiro para os banqueiros, e apresentando, por fim, o trabalho como se fosse um jogral (alguém se lembra do significado disto, ou já ouviu esta palavra na vida? Quem conhece, sabe exatamente o que eu estou falando). Tudo para, no fim, dizerem que o resultado foi manipulado para dar o prêmio para alguma das grandes universidades em economia que fosse alinhada com o pensamento neo-liberal privatizante. No limite, chegaríamos a uma CPI... Deixa para lá.
Abraços!
setembro 17, 2007
Pesquisa no Ar!!!
Um abraço!
setembro 16, 2007
Mudanças no Segundo Ano
Tudo bem, não dá para dizer que é uma sala gigantesca, nem que a mesa é muito grande, ou que é muito ventilada (na verdade, é um cubículo sem janela que divido com três colegas). De toda forma: 1) a cadeira da minha mesa é muito boa; 2) é um lugar onde posso deixar os livros sem ter que ficar trazendo muita coisa para casa; 3) dá até para deixar o computador por lá; e, 4) é um lugar onde dá para ficar isolado do resto dos colegas, bastando fechar a porta (no "grad lounge", onde o povo do mestrado e do primeiro ano do doutorado briga por um espaço todo o santo dia, tinha sempre a distração de gente entrando e saindo da sala).
Abraços!
setembro 14, 2007
Pergunta ao doutor Renan
“The people of Idaho deserve a senator who can devote 100 percent of his time and effort to the critical issues of our state and of our nation.”
Pergunta ao doutor Renan Calheiros: Alagoas não merece um senador que devote 100% do seu tempo e esforço aos problemas críticos do seu estado e do seu país? O Brasil não merece um Presidente do Senado que devote 100% do seu tempo e esforço aos problemas críticos do seu país?
A votação de quarta-feira foi uma piada macabra.
Abraços!
setembro 12, 2007
Por que ele chegou onde chegou?
O presidente atual, por mais incrível que isto possa parecer, não é uma pessoa dotada de pouca inteligência. Ao contrário do que se costuma associar, inteligência não é uma virtude criada a partir da leitura de livros, ou do tempo dentro de uma escola – o máximo que livros e horas de estudo fazem é aprimorar o material já existente. Nesta perspectiva, Lula pode, naturalmente, ter chegado onde chegou: horas de estudo não é pre-condição para o cargo de Presidente da República. Por outro lado, nenhum ignorante em política, por maior que seja o título acadêmico, é capaz de ser eleito para cargo de tamanha relevância.
Onde eu quero chegar com isto? Vou citar exemplos da trajetória do presidente durante as eleições e no governo para mostrar a existência de um "padrão Lula" nas atividades políticas que justifica a sua popularidade atual.
Lembram da propaganda na campanha, quando ele aparecia em meio ao comitê do PT, cercado de técnicos, dando a clara idéia que ele tinha assessores muito capazes e com propostas sérias para todos os problemas do país? Pois bem: quantos daqueles assessores ainda continuam no governo? Qual era o objetivo de mostrar aquele bando de gente (todos do PT) trabalhando? Basicamente dois: a) mostrar à classe média e alta, que é quem decide eleição no país, que Lula poderia não ser bem preparado, mas tinha um bom suporte ao seu redor; e, b) mostrar ao pessoal do PT que, em última instância, mesmo estando em uma coligação, o governo seria um governo "do PT".
Pois bem. Passados todos os escândalos, quantos daqueles "técnicos preparados" continuam por ali? Se tirar alguns da Fazenda, Casa Civil e alguns poucos ministérios de menor relevância, não sobra nada. O que houve? Lula "se enganou" a respeito da competência do partido? Não. Lula, como faz com todos, usou o partido para chegar onde chegou. Quem saiu da (sua) linha, foi triturado.
Na política econômica, lembram quando Lula deixava recados que "estava descontente com as taxas de juros"? Cheguei a falar disto em outro post, onde tratava da relação entre jornalistas e políticos em Brasília. Pois não é que a imprensa (e parte do PT) ficou absolutamente estarrecida quando descobriu que foi Lula quem forçou uma meta de inflação mais baixa, ainda que a custos de juros mais altos? A técnica aqui se aplica de novo. Lula faz o que considera correto. Se for algo que desagrada ao PT, manda recados, dizendo que não gosta do que está sendo feito. Mas para o público externo, fica a imagem do timoneiro que adotou as medidas duras para garantir o crescimento do país.
Mais exemplos da técnica? Onde está José Dirceu? Reapareceu, agora, em função do julgamento do Mensalão. Mas, fora disto, é um blogueiro de excelentes contatos. E só. Quando Dirceu foi flagrado no caso Waldomiro, Lula fez que não ouviu. Quando Dirceu foi pilhado no escândalo do Mensalão, Lula adotou a posição mais dúbia possível: ficou quieto, aceitou uma carta de demissão, deixou o seu partido ser triturado; quando a maré baixou, afirmou que "os companheiros devem ser perdoados pelos seus erros", mas, quando pressionado, afirmou, publicamente, que demitiu todos os envolvidos no escândalo. Ou seja, saiu bem com todos: para o PT, ofereceu o perdão; para o público, "demitiu" a todos que "o traíram".
Outro caso relevante: Palocci. Uma surpresa na área econômica, ministro de projeção que sustentava todas as brigas contra o próprio partido – afinal, o governo tinha que ser "do PT", como dizia a propaganda, não? – Palocci foi pilhado no escândalo do caseiro. O que fez Lula? Mais uma vez, ficou quieto, cercou-se de todas as certezas que a economia não iria ser afetada, para daí aceitar a carta de demissão do então ministro. Para o público interno (o PT), mais um "perdão pelos erros"; para o público externo, a "demissão" de quem faltou com o decoro.
Também serve de exemplo o acidente com o avião da TAM. Onde estava Lula na hora do acidente? Ninguém sabe, ninguém viu. Qual foi a ação política do Presidente nesta hora? Demitiu um ministro (que não era do PT, diga-se) e encontrou alguém deslumbrado com a vitrine que o cargo da Defesa daria (Jobim). Lula mexeu em alguém ligado ao partido? Não. Zuanazzi (indicado por Dilma) ainda está na ANAC; a diretora indicada por Dirceu pediu demissão (como o chefe, não foi exonerada). Mais uma vez, a técnica: para o "partidão", o perdão pelos erros; para o povão, o "rigor do líder". O ônus da reorganização do setor (se é que será reorganizado) ficará todo nas costas do novo ministro deslumbrado.
E Renan com isto?
Aí o leitor que ainda não me largou - como todos sabem, este blog tem oito leitores, sendo que apenas dois deles lêem tudo até o final - vai estar perguntando: e o que o Renan tem a ver com toda esta história?
Renan foi absolvido por seis votos. Quem está comemorando com isto, além de Renan? Sarney, grande aliado do atual Presidente, sinalizou com todos os seus votos pró-Renan. Relatos chegam dizendo que Mercadante e Ideli Salvatti fizeram discursos em plenário em favor de Renan. Por que toda esta mobilização dos aliados para salva-lo? Respondo com outra pergunta: para que Lula precisa do Senado neste ano, que nem é ano eleitoral ainda? Que coincidência: não é que está para ser votada a prorrogação da CPMF? E não é que Lula não conseguirá aprovar o imposto sem o apoio do PMDB, uma das maiores bancadas do Senado? Que coisa, não?
Fica a previsão, para encerrar o texto. Renan fica até a CPMF ser aprovada. Depois disto, vai aparecer um novo escândalo, e as "forças populares", capitaneadas pela máquina do PT, vão invadir o Congresso exigindo que o Presidente do Senado seja deposto. Depois de Renan ser cassado, Lula virá a público, alegre e faceiro, dizendo que "nunca neste país tanta gente com tanto poder foi investigada". E a oposição, ao invés de denunciar a manobra desde já, como deveria ter feito repetidas vezes nos outros escândalos (lembram da tese corrente, durante o Mensalão, de "deixar o Lula agonizar para ganhar dele nas eleições"? Pois é...), vai ficar com cara de otária, vendo Lula aparecer para o povão como o salvador da moralidade brasileira.
Que tristeza.
Abraços!
P.S.: não acredito na tese de que o PT votou para absolver Renan porque estava com medo do que ele poderia fazer se condenado. Muitos outros, e em piores situações, poderiam já ter colocado a boca no trombone e não fizeram. Para mim, o que existe é método: Lula tem o seu método de fazer política, e está dando certo. Renan já está condenado, podem apostar. O que vai fazê-lo ficar mais ou menos tempo no cargo é a demora na aprovação da CPMF. E só.
Mais algumas notas
1) Começaram as aulas do segundo ano do doutorado. Está muito corrido, mas está muito bom. O calendário está irregular, já que o programa de PhD decidiu separar as cadeiras de um semestre em módulos menores, de meio semestre, para dar maior flexibilidade aos alunos para selecionar os cursos que lhes são mais interessantes. Entretanto, parece que esqueceram de avisar os professores: todos os que estão oferecendo cadeiras de um módulo optaram, óbvio, por dar aulas na primeira metade do semestre. Qual a consequência disto? Estou fazendo 4 matérias até o início de outubro (macroeconomia internacional, economia monetária, econometria III e economia computacional), depois passarei a fazer apenas 2 (macroeconomia internacional e economia computacional), já que dois dos cursos foram reduzidos de um semestre para apenas um módulo. Paciência.
2) Teve jogo da Seleção por aqui, não é? Sabe qual foi o destaque? Nenhum. Fora a transmissão ao vivo em um canal de esportes secundário, não se falou mais nada por aqui da passagem da Seleção no país.
3) Nos esportes, o que foi forte mesmo neste final de semana foi a abertura da temporada de futebol americano profissional (NFL). Uma das cenas mais impressionantes foi de um jogador do Buffalo Bills, Kevin Everett (número 85 no video) que teve lesão na coluna cervical logo após o impacto com outro jogador. As notícias mais recentes dão conta que Everett, quando teve reduzidos os níveis de sedativos, conseguiu fazer movimentos voluntários de braços e pernas. Esta reação, considerada fantástica por muitos médicos deve-se, segundo matéria que li, à injeção de uma solução salina gelada no corpo do jogador logo após a lesão, levando-o ao estado de hipotermia. Segundo pesquisas recentes, este tipo de atendimento no local do acidente reduziria os danos das lesões na coluna cervical.
3) Pela milésima vez, falando de trocas no governo. Podem achar que é perseguição minha, mas os primeiros resultados já começam a aparecer. Primeiro saiu o Marcos Lisboa, depois saíram o Joaquim Levy, Murilo Portugal, Loyo, Afonso Bevilaqua, e não se falou mais nada. Substituindo estes, entre outros, estão Guido Mantega, Luciano Coutinho, Arno Augustin, Mangabeira Unger (responsável pelo IPEA agora), além de figuras efêmeras, como o Júlio Gomes de Almeida (que voltou para o IEDI, depois de passagem na Secretaria de Política Econômica). E não se fala nada! Aí, abro o jornal e leio a seguinte notícia (Painel - Folha de São Paulo - 7/9/2007):
"Não se sabe o que Mangabeira Unger fará no longo prazo, mas, de imediato, decidiu acabar com o Grupo de Conjuntura do Ipea, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desde sempre hostilizou por considerar repleto de tucanos. O grupo, no qual se destacam nomes como Fábio Giambiagi, existe há cerca de 30 anos no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que em junho passado migrou do guarda-chuva do Ministério do Planejamento para o da recém-criada secretaria do professor de Harvard. Embora já tenha recebido aval do governo, Mangabeira enfrentará reação externa. Um dos que se movimentam na tentativa de salvar o Grupo de Conjuntura é o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso."
Isto me lembra de um destes poemas que circulam na internet, de autoria que se tornou desconhecida (se alguém souber, favor enviar) que diz assim:
"Primeiro, eles vieram buscar os comunistas. Não disse nada, pois não era comunista; Depois, vieram buscar os judeus. Nada disse, pois não era judeu; Em seguida, foi a vez dos operários. Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado; Mais tarde, levaram os católicos. Nem uma palavra pronunciei, pois não sou católico. Agora, eles vieram-me buscar a mim, e quando isso aconteceu, não havia mais ninguém para protestar."
Bom, estamos chegando perto da hora em que não será mais possível protestar...
4) Ah, sim: obrigado aos amigos do Brasil que me cumprimentaram, ainda que envergonhadamente (através de e-mail, ao invés de post no blog) pelos resultados dos exames de qualificação. A mensagem de vocês foi muito valiosa para mim!
Por enquanto, é isto. Volto para os livros.
Um abraço!