"Hazard - 1. A hazard is something which could be dangerous to you, your health or safety, or your plans of reputation. (...) 2. If you hazard or if you hazard a guess, you make a suggestion about something which is only a guess and which you might be wrong." - Do Dicionário "Collins Cobuild"
abril 30, 2008
Novidade
Abraços!
abril 29, 2008
Chatice
Alguém assistiu Barcelona e Manchester United hoje à tarde? Não sei se é o fato de não ver futebol a muito tempo, mas achei o jogo uma das coisas mais chatas já transmitidas pela televisão nos últimos tempos! Excetuando os últimos três minutos de jogo, com a (quase) pressão do Barcelona, o resto foi uma dor de assistir.
Abraços!
abril 24, 2008
Novas Aquisições
1) Do show que fomos assistir no ano passado, o álbum ao vivo: Rush, no cd da turnê Snakes and Arrows de 2007. Grande pedida, complemento para a coleção, além das versões ao vivo de músicas mais antigas (Witch Hunt, Circumstances, entre outras).
2) Definido na capa como uma "monografia", o novo livro do Galí, "Monetary Policy, Inflation, and the Business Cycle" é um excelente guia para estudo de política monetária. Linguagem menos rebuscada que o Woodford, mas com certeza um livro muito completo nos fundamentos dos modelos com sticky-prices. Também explora muito as comparações entre função de impulso-resposta a cada evolução do modelo básico, além de questões de bem estar no uso de regras de política monetária. Um "must have", com certeza.
Abraços!
Mais "Haroldo Oficioso"
Abraços!
abril 19, 2008
China vs Tibet em Duke
Toda esta longa introdução serve para contar um episódio que ainda dá o que falar por aqui. No dia dos protestos contra a passagem da tocha olímpica por São Francisco, um grupo de estudantes de Duke resolveu organizar um protesto contra a violação dos direitos humanos no Tibet. Ao saber do protesto, a Associação de Estudantes Chineses da universidade organizou um movimento a ser realizado na mesma hora, no mesmo local (em frente à igreja da universidade) e com um número muito maior de participantes, buscando, nas palavras de um dos seus organizadores, "expressar o desacordo quanto às intenções de misturar política com Olimpíadas e boicotar as Olimpíadas de Beijing com base em desculpas políticas baseadas em fatos distorcidos".
Sinceramente, não me incomoda o fato de existir um protesto pró-China, um protesto pró-Tibet, ou qualquer protesto. De fato, não dou a menor importância para a questão China-Tibet, outros assuntos me interessam mais. Agora, a reação dos chineses ao protesto me incomodou, não por ter sido feita, mas por se sobrepor à manifestação em uma área pública que havia sido originalmente reservada para isto. Os gritos de "liars, liars" e a sobreposição de bandeiras, por mais que argumentem o contrário, eram uma forma agressiva de mostrar o seu ponto de vista: se sou contra uma posição, por que tenho que impedir meu oponente de falar?
E aqui volto ao ponto do comportamento chinês em áreas comuns: a despeito da área em frente à igreja da universidade ser pública, ela tinha sido reservada pelos protestantes pró-Tibet para aquele dia, aquele horário. Da mesma forma que uma área da minha residência foi ocupada para que uma horta fosse plantada (possivelmente, os meus vizinhos idosos não concordam com o uso que dou para a terra), colegas chineses invadiram uma área reservada (a partir do instante em que foi reservada, o ato caracteriza uma invasão) para que o ato fosse abafado. Mais do que isto, notícias dão conta que uma das garotas chinesas que participou do protesto apoiando o lado tibetano sofreu ameaças, e sua família teve a casa atacada por vândalos em função de sua participação nos protestos. De acordo com notícias, em diversos fóruns de chineses, a garota é tratada como traidora, vigarista e alguém apenas interessada em obter um green-card.
A reação dos chineses já foi comparada, em algum fórum de discussão, a crianças que nunca comeram doce e que, subitamente, encontram 100 dólares em seu bolso no meio de uma fábrica de chocolates. Ter a chance de expressar as suas opiniões contra ou a favor do Tibet sem sofrer pressões em contrário parece afetar o julgamento a respeito de reações apropriadas quando as opiniões são confrontadas. Tivessem organizado uma manifestação para o dia seguinte, ou mesmo para a hora imediatamente após o final do protesto pró-Tibet, e a reação não teria sido tão contestada como está sendo.
Por fim, devo começar a considerar o cultivo de alguma coisa no quintal da minha casa.
Abraços!
abril 16, 2008
A Preferência Por Jiló
Qualquer dia desses, nova pesquisa no ar.
Abraços!
abril 15, 2008
"Haroldo Oficioso" Ataca Novamente
clipped from www1.folha.uol.com.br "Não fiz anúncio de nada. Eu sou autoridade, não sou subordinado à Comissão de Valores Mobiliários. Sou membro do governo e estava falando para um público especializado" |
E aqui fica evidente a confusão muito presente, no Brasil, entre Governo e Estado. Vamos para o exemplo mais simples: toda a vez que publicamos um artigo na série de Working Papers do Banco Central, sai um aviso, de todo o tamanho, dizendo que "As opiniões expressas neste trabalho são exclusivamente do(s) autor(es) e não refletem, necessariamente, a visão do Banco Central do Brasil". Por que é feito isto? Porque o trabalho, a despeito de ter sido produzido durante o Governo do Presidente A, B ou C, é um trabalho gerado para o Estado brasileiro: o Presidente (da República, do Banco Central, da Petrobrás, ou do órgao do Governo que seja) passa, mas o trabalho fica.
Qual a confusão que faz "Haroldo Oficioso"? Ao dizer que "é membro do Governo", ele coloca uma agência reguladora no mesmo nível do governante do momento, quando, na verdade, ela se encontra acima, em termos da execução de políticas de Estado (aquelas que o Governo do turno não consegue alterar com facilidade). Quando o "Haroldo Oficioso" falou aquilo, ele estava representando o Estado brasileiro: sendo Lula, Fernando Henrique, Collor, Sarney, o Diabo-que-me-carregue o Presidente da República, a informação divulgada por ele é uma informação de Estado. O que ele fez é o equivalente a um artigo do Banco Central que saísse, por exemplo, em meu nome, escrito a partir de informações que apenas eu teria acesso como funcionário do Banco Central. E, pior, que fosse dito que a crítica era ao Governo de Fulano ou Cicrano.
Para simplificar, mais uma vez, a confusão entre Governo e Estado no Brasil, pergunto: ao se colocar como "membro do Governo", quando Lula encerrar o seu mandato, "Haroldo Oficioso" vai pedir o boné também? Não deveria, por princípio, mas acredito que vá.
Abraços!
abril 14, 2008
O Comunista e o "Oficioso"
Entretanto, outras notícias me chamaram a atenção, em especial as notícias com opinião da CVM e do Ministro do Planejamento criticando a divulgação dos dados. Lendo as informações, descubro que o senhor Haroldo Lima, com base em informações "oficiosas" (expressão utilizada na justificativa publicada pela ANP), resolveu falar sobre o tamanho do campo de petróleo, fazendo uso de informações preliminares que a Petrobrás teria coletado no campo. Ao falar, com base em informações "oficiosas", o senhor diretor tornou a ação da Petrobrás uma das 30 mais negociadas no pregão americano naquele dia.
Mas, afinal, qual o problema da declaração? Companhias abertas possuem certas regras para a divulgação de informações importantes. Operar no possível terceiro maior campo de petróleo do mundo é uma informação relevante. Entre as regras, é praxe que as companhias esperem pelo fechamento do mercado para divulgar informações relevantes, e informações com credibilidade. O que o diretor da ANP fez, com poucas palavras, foi movimentar bilhões de dólares em mercados de todo o mundo, com informações "oficiosas". Ou seja, se as informações "oficiosas" não se confirmarem, quem vendeu as ações agora que o preço estava alto faturou um bom dinheiro no mercado.
E quem é o diretor? Procurei alguma informação técnica relevante sobre o senhor Haroldo Lima em seu currículo no site da ANP. O incrível: eu não consegui saber muito mais além do fato que ele foi presidente do Diretório Acadêmico de sua universidade, da União dos Estudantes da Bahia, que ele fugiu da ditadura, que em algum momento de 1967, "sentindo que iria ser preso, Haroldo Lima decidiu entrar na clandestinidade" (sim, isto está no seu currículo). Além disso, o senhor Haroldo Lima participou da campanha das Diretas Já, pelo MDB, elegendo-se deputado federal. Assim que o partido sai da clandestinidade, ele se filia ao PC do B. Ainda em seu currículo, consta que as suas publicações relevantes estão na área de "assuntos de política nacional", além de "assuntos de petróleo, de águas, de direitos humanos e de história brasileira."
Esperando que, finalmente, aparecesse alguma informação técnica sobre as suas publicações, sua biografia na Wikipedia mostra que foi candidato a senador derrotado em 2002, recebendo depois a indicação do presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva para o cargo de presidente da ANP. Que coincidência, né? E é este revolucionário que provocou uma movimentação incrível no mercado acionário mundial. Com tamanha credencial técnica, nada além do esperado.
Abraços!
Macumba Made in USA
Eu creio que o máximo que se chegou em termos de superstição em estádios por aqui é a chamada "Maldição do Bambino", onde os torcedores do Yankees, time que está construindo o novo estádio, tiravam sarro dos fãs do Red Sox dizendo que seu time tremia nas finais em função de uma maldição rogada por Babe Ruth, um dos maiores de todos os tempos, ainda nos anos 20, ao ser negociado do time de Boston para o time de NY.
Pelo visto, os torcedores de Boston resolveram tentar algum troco sobrenatural sobre o rival.
Abraços!
abril 13, 2008
O Grande Esquecimento
Bandeira
Autor: Zeca Baleiro
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando, tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)
abril 07, 2008
Tiger Woods e Incentivos Adversos
Por que o exemplo é bom? Três motivos básicos:
1) Desempenho em golfe é facilmente mensurável: o desempenho de um jogador é medido através do número de tacadas que o jogador gastou para fazer todo o percurso. Como as exigências em termos de número de tacadas para cada jogador é a mesma, a comparação entre jogadores é óbvia. Além disso, tal como no tênis, a premiação é feita por torneio a partir da colocação. Ou seja, avaliar o ganho esperado é bem mais fácil, porque mensurável.
2) O desempenho de um jogador não é condicionado às ações dos outros: fazer a mesma comparação em outros esportes não avalia, exatamente, o desempenho e o esforço individual, já que o desempenho dos seus adversários pode anular o seu esforço. Exemplo disso é o basquete: alguém poderia argumentar que o mesmo estudo poderia ser repetido nos jogos em que Michael Jordan esteve na quadra. O problema é que, com ele em quadra, a exigência em termos de esforço individual para produzir os mesmos números é muito maior, não apenas por ele jogar muito bem no ataque, mas por ser um excelente marcador. Assim, um jogador que, sem ele na quadra, fazia em média 20 pontos por partida, poderia fazer 15 pontos e sair satisfeito, se ele impedisse que Jordan fizesse os seus 30 pontos de média. No golfe, não existe esta interação: Tiger Woods não vai acertar uma tacada na cabeça de um jogador que o ameace no torneio.
3) Tiger Woods é o cara: talvez em nenhum esporte um jogador foi tão dominante quanto Tiger Woods está sendo para o golfe. Qualquer comparação, tanto entre seus pares atuais, quanto ao longo do tempo, favorece o fenômeno. No basquete, existe sempre a discussão sobre o quanto os outros times eram mais fracos a ponto de constituir o fenômeno Michael Jordan; no futebol, Pelé foi um fenômeno, mas em uma época que a preparação física não era exigida dos jogadores; no futebol americano, Peyton Manning e Tom Brady estão quebrando sucessivos recordes até então inimagináveis (número de touchdowns por temporada, número de jardas passadas, etc), e ainda existe o debate sobre quem é o melhor. No golfe, é Tiger Woods e o resto. Ponto.
Qual a explicação para o desempenho inferior dos demais jogadores de elite quanto Tiger Woods está no campeonato? A autora se concentra na questão da premiação esperada. Fatores como maior número de jogadas de risco para tentar atingir o nível de Tiger são facilmente controláveis em análise de regressão. Além disso, outros fatores que interferem em um campeonato, como condições do tempo, também são controlados.
Em que o estudo é útil? Imagine que você coordene uma equipe de funcionários, e resolva implementar um esquema de premiação por desempenho para sua equipe. O resultado é sempre positivo? A resposta é um sonoro "DEPENDE". Se a premiação levar em conta a heterogeneidade da qualidade da equipe, os resultados podem ser bons. Senão, as chances pequenas de atingir a maior premiação podem desmotivar toda a equipe e sobrecarregar o seu melhor funcionário.
Abraço!
abril 01, 2008
Capitão Nascimento no Fed
"Pelo apresentado na manhã de ontem em Washington pelo secretário Henry Paulson Jr., o Fed ganha poderes para regular também outras áreas financeiras que não só bancos comerciais, como bancos de investimento e financeiras. Além disso, o órgão presidido por Ben Bernanke contaria com uma espécie de "polícia financeira" -agentes de elite que seriam enviados a investigar bancos cuja situação possa representar riscos ao sistema financeiro."
Eu e Chris até imaginamos o diálogo:
— E aí, banqueiro de merda, o senhor vai me contar onde está aquele subprime vagabundo?
— Eu não sei de subprime nenhum, não senhor...
— Onde foi que tu escondeu a merda da hipoteca, senhor banqueirozinho? O senhor vai falar?
— Eu não sei de hipoteca nenhuma, Capitão Bernanke...
— Como não sabe de hipoteca nenhuma???!!! Acha que eu não sei daquele mexicano pé-rapado que recebeu empréstimo para comprar casa para as próximas 8 gerações???
— Eu não estive com mexican...
— Ah, não teve com mexicano? O senhor sabe voar, senhor banqueiro? Sabe voar, banqueirozinho de merda? 02, traz o vagabundo para cá!!!
— Mas senhor...
— O senhor está vendo esta papelada podre em cima da sua mesa??? O senhor está vendo? Quem foi que espalhou esta porcaria no mercado?
— Eu não sei, senh...
— QUEM FOI QUE ESPALHOU ESTA PORRA DE CRÉDITO PODRE NO MERCADO?!??!??!
— Eu não sei...
— FALA, VAGABUNDO, QUEM FOI QUE ESPALHOU ESTA MERDA NO MERCADO?!?!?!?
— Foram vocês, que mantiveram os juros baixos por muito tempo, na época do Greenspan...
— Um de vocês, o caralho!!! Um de vocês, o caralho!!! O senhor é um moleque, senhor banqueiro!!! Um moleque!!! O senhor faz esta merda de pacote de crédito, espalha seu risco por todo o mercado, aí nós temos que subir a Wall Street prá corrigir a cagada que vocês fizeram! FOI VOCÊ QUE CRIOU ESTA MERDA, FOI VOCÊ!!!
— Mas capitão...
— Teu lugar não é aqui em Wall Street, banqueirozinho de merda, teu lugar não é aqui, não. Pede prá sair, pede prá sair, criador subprime de merda!!!! Teu lugar é operando título de dívida externa de país de terceiro mundo!!! Teu lugar é em coluna econômica de jornalzinho fuleiro dizendo que a moeda tá apreciada!!! PEDE PRÁ SAIR, VAGABUNDO!!!!
— Capitão Bernanke, e o meu bônus de fim de ano?
— 02, traz o saco.