junho 24, 2008

O Fundo do Poço

Pelé é assaltado na cidade onde sempre jogou, onde se fez ídolo, mesmo depois de se identificar ("Eu sou o Pelé!").

Turistas assaltadas na frente do Palácio do Planalto, a poucos metros do Supremo e do Congresso Nacional.

E tudo isto com notícias dando conta que a renda dos mais pobres cresce a uma velocidade maior, fazendo com que a desigualdade caia. Onde estão os defensores da pobreza como justificativa para o crime? Mais uma vez, conto que uma vez ouvi que "o uso da lei deve ser relativo", e que o meu interlocutor ficou irritado quando respondi que o Brasil sofria de "excesso de relativismo" na aplicação das leis. O fundo do poço ainda pode ter um alçapão escondido...

Abraços!

3 comentários:

Anaximandros disse...

mesmo assim sou otimista, a ideia de inclusao social plena e sem assistencialismo ou transferencia de rendas, ainda me persegue diariamente...abraco.

Angelo M Fasolo disse...

O que me preocupa mais não é, de fato, o processo de inclusão social, seja através de assistencialismo ou não: é uma questão de moral, mesmo. Se Pelé, que é Pelé, é assaltado; se a frente do Palácio do Planalto já não é mais segura; onde é que vamos nos esconder????

Anônimo disse...

Acho que a questao é justamente esta: a moral. A falta de senso de limite. Nao é o assalto, em si... É a total falta de um limite, ainda que mínimo, do cara achar que, ao menos, "poxa, a frente do Palácio do Planalto é arriscado, a chance de ser pego é grande e, se for pego, vou me ferrar". É a total certeza da impunidade.
Sobre o Pelé, sempre teve esta coisa esquisita no Brasil de se tratar os ídolos do futebol com uma deferência digna de deuses. Não concordo com isto, mas, quando um morador de Santos não respeita mais o Pelé na hora de cometer um assalto, isto, para mim, é sintomatico...
Só nao digo que me assusta, pq, infelizmente, nada mais no Brasil me assusta ou me surpreende.