dezembro 31, 2009

Feliz 2010!

Hein? 2009 já passou? Já foi? Já estamos em dezembro??? Tá bem. Então ficam os votos de um Feliz 2010 para os nove leitores do blog.

Um abraço!

dezembro 24, 2009

Silêncio! E Feliz Natal!

Shhhhhh! Silêncio nesta hora! Bia está dormindo!



E Feliz Natal aos 9 leitores do blog!

Abraços!

dezembro 22, 2009

Dê a Mão, o Estado quer o Braço

Health Care Bill, tudo bem. Agora, escolher entre cosméticos e sessões de bronzeamento artificial para financiar a lei é piada: por que alguém tem que escolher para mim se a minha cara feia precisa de botox ou de uma corzinha de praia (ainda que falsificada)??? Não era mais simples, então, um imposto igual para os dois itens? Ah, mas é para isto que existe lobby no Congresso...

Um abraço!

dezembro 15, 2009

Taxa de Câmbio, Asset Pricing e o Debate

O Shikida fez observações sobre um post do Adolfo Sachsida a respeito dos debates sobre a taxa de câmbio no Brasil e a forma de conduzir política cambial. Segundo o Adolfo:


O lado triste do encontro da ANPEC e da SBE fica por parte do silêncio absoluto de vários pesquisadores ortodoxos sobre a taxa de câmbio. Os heterodoxos nadaram de braçada no encontro: sempre havia um deles disposto a defender algum mecanismo de ajustamento do preço do câmbio (claro que nenhum deles sugere o óbvio: abrir o mercado).

Digo que isso é triste, pois mostra uma falta de força, ou de vontade, de intervir no debate nacional num momento crítico. O conhecimento traz consigo responsabilidades, e os ortodoxos brasileiros estão se esquivando desse debate. Uma pena, pois cedo ou tarde o preço disso irá aparecer.
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A questão da taxa de câmbio, sob uma perspectiva não-heterodoxa (dêem aqui o rótulo que quiserem, quem acompanha o blog sabe que não gosto disto), deve ser vista sob três ângulos distintos: 1) a determinação do nível do câmbio de equilíbrio (que, sob algumas hipóteses, pode ser derivado de um modelo com micro-fundamentos, seja sob preços rígidos ou flexíveis); 2) a dinâmica da taxa de câmbio (o que determina as suas flutuações); 3) a política ótima de condução do câmbio (livre flutuação, "flutuação suja", "banda endógena diagonal" - ops!!! -, câmbio controlado). Para antecipar o que vou tentar mostrar aqui, afirmo que é possível fazer inferências educadas sobre (1), não sabemos nada sobre (2), mas, mesmo assim, é possível tratar do problema (3).

Sobre a determinação do que seria um câmbio de equilíbrio (o problema (1)), os modelos recentes têm tratado a taxa de câmbio real (RER) de equilíbrio como o valor que equilibra, em termos intertemporais, o balanço de pagamentos. Estruturas mais simples, assumindo, por exemplo, a validade da Lei do Preço Único, normalizam a RER para a unidade, e tratam, eventualmente, das suas flutuações. Em estruturas mais complexas, com hipóteses, por exemplo, sobre a formação de preços de produtos importados domesticamente, ou de produtos de fabricação doméstica vendidos no exterior, é possível obter valores "não-normalizados" para este número. Logo, sob determinadas hipóteses, é possível, sim, dizer o que seria o valor da RER de equilíbrio para uma economia.

A questão (2) é um problema mais antigo, que vem desde a formulação do modelo mais básico de equilíbrio geral disponível: entender por que a taxa de câmbio foge persistentemente do seu valor de equilíbrio é um problema de precificação de ativos ("asset pricing") que não foi resolvido até hoje: é o famoso "Equity Premium Puzzle". Lembre-se que o preço da moeda estrangeira é derivado da condição de paridade entre o retorno de títulos negociados no mercado doméstico com os títulos negociados nos mercados financeiros internacionais (a famosa UIP). Logo, os mesmos problemas verificados com a precificação de títulos no problema do retorno do investimento também se aplica à taxa de câmbio. Neste caso, não existe modelo com base em microfundamentos capaz de explicar a variabilidade da RER sem prejudicar o ajuste das outras variáveis do sistema (e sei disto por experiência própria, no trabalho da tese). E aqui, esta explicação vale para ambientes de preços fixos, rígidos ou flexíveis.

Por fim, a questão (3) tem sido avaliada, sim. Inclusive com pesquisadores brasileiros dando boas opiniões sobre o tema. Destaque, por exemplo, para Bianca De Paoli, em paper no Journal of International Economics, mostrando que a política que maximiza o bem-estar é condicionada ao papel dos bens importados na economia doméstica (se complementares ou substitutos), com a política ótima variando entre o "inflation target" do índice de preços ao consumidor (CPI), passando pelo índice de preços ao produtor doméstico (PPI), e até mesmo o "crawling peg".

Por que não se fala mais sobre isto? Resumo: porque não sabemos o que falar. Análises heterodoxas dão um pulo fenomenal, e errado, em termos de análise do tema: assume-se que existe um valor de RER de equilíbrio e que todo o desvio deste valor é uma distorção que deve ser combatida. Como, na definição heterodoxa, o mercado não garante o retorno RER para o seu valor ótimo, a política ótima passa a ser o controle total deste preço. Por mais que os seus autores não gostem ou não acreditem em definições de equilíbrio, assume-se que todo o desvio deste valor é ruim, e que deve ser combatido através de intervenções - daí o "pulo" que citei anteriormente. Análises não-heterodoxas entendem os problemas sobre a determinação da dinâmica do câmbio e sabem que, no futuro, um prêmio Nobel será concedido ao autor da façanha de escrever um modelo que descreva tal dinâmica de modo consistente.

Por fim, (mais) um grão de areia na análise do Adolfo. Diz ele: "[A]s escolas devem ser consistentes com o que ensinam: se você ensina que preços devem ser flexíveis, então deve ensinar também que o câmbio deve ser flexível. Câmbio é preço e do ponto de vista ortodoxo preços devem ser flexíveis." Fica a pergunta: sim, preços deveriam ser flexíveis, seja no câmbio, seja na gasolina, seja na cerveja, seja no cigarro. Isto leva aos melhores resultados em termos de bem-estar. Entretanto, e se os preços não forem flexíveis? Existe uma vasta literatura tratando sobre rigidez de preço no nível microeconômico (para citar três: Bills e Klenow (2002), Steinsson e Nakamura (2008) e Eichenbaum, Jaimovich e Rebelo (2008)), e, em todos os trabalhos, a maior frequência do ajuste de preços é de uma mudança a cada 4,3 meses. E, notem, todos estes trabalhos lidam com o que, no Brasil, se chama de "preços livres", não regulados pelo governo. Pode-se argumentar que a decisão de não mexer nos preços é uma decisão ótima, ao invés de uma hipótese qualquer de "sticky prices". Mesmo assim, a decisão de não ajustar preços resulta em distorções no mercado que são observacionalmente equivalentes a estes modelos. Como atingir o maior grau de bem-estar possível neste caso? Citei, com o paper de Bianca De Paoli, apenas um trabalho onde a resposta não é óbvia em termos de política econômica. Fica a agenda de pesquisa.

Abraços!

P.S.: antes que pipoquem acusações que defendo intervenções, que não concordo com a abertura de mercado, noto que já tinha feito a mesma sugestão do Adolfo na área de comentários em um post do Cristiano Costa.

Mais Samuelson

As melhores memórias sobre a carreira de Paul Samuelson estão registradas no blog do Mankiw. O exemplar do livro que ele guarda, garanto, vale mais do que muitos prêmios Nobel distribuídos por aí.

Abraços!

dezembro 14, 2009

Sobre Faxineiros e Banqueiros

Circulou pela imprensa um estudo de uma organização chamada New Economics Foundation propondo que o valor do trabalho de faxineiros e auxiliares de enfermagem seria superior, por exemplo, ao de banqueiros e contadores. Este instituto, entre outras propostas, prega políticas a favor de um teto para o diferencial de salários entre profissões, novos modelos de propriedade (???), tudo isto através de regimes de tributação fortemente progressivas e políticas verdes. Tudo coisa boa, para a criação do "outro mundo possível".

Para não discutir outros pontos do estudo, eu gostaria de focar a minha crítica ao próprio método usado para obter o "valor social" dos empregos citados. A suposta diferença, de acordo com o estudo, é que o "valor social" dos empregos consideram efeitos de externalidade dos rendimentos para a sociedade. Entretanto, como esperado, nem todas as externalidades são consideradas no cálculo final. Por exemplo:

1) Para calcular o valor do emprego de um banqueiro, considerou-se as projeções do PIB do Reino Unido feitas entre 2008 e 2009 para o ano de 2014 (ver página 30). Como estas projeções apontaram para valores menores do PIB para o ano-base, inferem os autores que houve uma "perda social" do emprego do banqueiro, causador da crise. Desconsideram, infelizmente, os autores, que o mundo não acaba em 2014. Na verdade, eu poderia argumentar, como o filme, que o mundo acaba em 2012. Mas, se fosse mais razoável, deveria também considerar todos os ganhos para a sociedade dos últimos 80 anos, quando o PIB inglês, como em todo o resto do mundo, cresceu a taxas admiráveis.

2) O estudo também assume que cada criança colocada no "child care" permitiria o ganho de um ano de salário para os pais. Como o estudo considera o salário médio de um ano do inglês como o retorno de um filho, está também assumindo que as famílias mais pobres, que não podem pagar pelo "child care", teriam um retorno igual ao de famílias que podem pagar pelo auxílio. Ou seja, o que não existe (pobres colocando crianças no "child care") conta. Mais do que isto: no outro extremo da distribuição, o estudo assume que banqueiros, que podem pagar pelo auxílio para crianças, teriam o rendimento do trabalhador médio. Ora, por definição do item anterior, banqueiros destruíram a riqueza do país. Infelizmente a externalidade das enfermeiras que cuidam dos filhos dos banqueiros não parece fazer parte da conta. Se fizessem, enfermeiras estariam ajudando a destruir a riqueza do Reino Unido.

3) Raciocínio análogo ao anterior vale para as enfermeiras (ver página 33): acredito que nenhum banqueiro que tenha sofrido com úlceras, apendicites, derrames e outros males ao receber as más notícias da crise tenha ficado sem atendimento médico. Ao manterem o atendimento a estes destruidores de riqueza, as enfermeiras ajudaram, obviamente, a continuar este ciclo perverso de redução do "valor social" do emprego. Entretanto, mais uma vez, esta externalidade não é considerada no estudo.

Enquanto estes fatores, entre (muitos) outros, não forem levados em conta, estes estudos não podem ser levados a sério. Agora, com licença, mas eu preciso continuar destruindo um pouco do "valor social" da minha pesquisa, já que nenhum faxineiro se ofereceu para limpar a minha casa em troca da leitura de um dos capítulos da tese. É provável que algum banqueiro se interesse.

Abraços!

Samuelson

Você já deve ter lido em outros lugares, mas fica aqui também o registro do falecimento de Paul Samuelson, Economista. Com letra maiúscula.

Abraços!

dezembro 13, 2009

E a Profecia se Fez como o Previsto

"Maria será uma menina muito verbal. Ela sempre deixará vocês sabendo sobre o que ela quer e o que ela não quer."


Nunca um pediatra foi tão preciso em um palpite sobre a paciente.

Abraços!

dezembro 08, 2009

Pergunte ao Google, Bia Responde

Pode ser um bom projeto para um tema do blog: eu já tinha notado antes que algumas consultas estranhas feitas ao Google acabam caindo em posts aqui no blog. Resolvi postar respostas mais objetivas, elaboradas pela pessoa mais inteligente da casa.

A consulta do Google de hoje veio de um visitante de Cuiabá, possivelmente interessado em problemas da estimação de modelos ou de otimizações usando o algoritmo de Metropolis-Hastings. Vejam a consulta:



Pergunte para Bia: o que fazer quando o algoritmo explode? Resposta:



E não tem colo de mamãe que dê jeito. Só dá para chorar, mesmo.

Abraços!

dezembro 07, 2009

Falando Sério

Tinha que ser para o Flamengo, porra?! Não tinha um time do Rio melhorzinho para nós entregarmos o jogo?!?!

Entregar o jogo já é uma merda, mas para o Flamengo?????

É o fim. Acabou o futebol.

Espero ao menos o agradecimento dos amigos rubro-negros.

Abraços!