maio 28, 2007

A Pseudo-Ignorância Oriental

E aí, Shikida? Acho que a Veja não explorou a matéria como devia, né? Afinal, se é para passar na frente assim...

Sem brincadeira agora, este caso de cola na Fuqua (Escola de Business de Duke) está dando um bocado que falar por aqui. Para dar mais detalhes, era o exame de uma cadeira de finanças e era permitido que o exame fosse levado para casa (ou seja, era, na verdade, um trabalho que cada aluno precisava fazer sozinho), e uma parte do exame consistia em montar uma planilha em Excel para que a questão fosse respondida. Foi aí que apareceu a cola: a maior parte dos arquivos de Excel apresentadas pelos alunos tinham no registro do arquivo o nome de apenas um dos alunos.

Pois bem. Agora, o argumento do advogado de defesa dos alunos que foram pegos apareceu com a seguinte pérola: as violações das normas da universidade foram menores e não intencionais, tendo em vista que muitos dos estudantes orientais (a maioria que foi atingida pela cola) não entende a importância do código de honra da universidade, nem dos procedimentos judiciais envolvidos em caso de violação do código.

Que Duke seja chamada de "universidade de brancos", "de ricos", "de estupradores" (como se dizia até pouco tempo atrás), eu entendo. Agora, se o cidadão passou no processo de seleção, então é porque um mínimo de conhecimento de inglês ele possui. Mais do que isto: todo o estudante de pós-graduação, antes de começar as aulas, faz novos exames de inglês, independentemente de resultados de TOEFL e IELTS apresentados, para verificar a consistência do texto acadêmico e da fluência na conversação. Se os resultados destes exames não são bons, o aluno pode passar até dois anos fazendo cadeiras complementares para aperfeiçoar o inglês. Desta forma, se os alunos leram o que consta de todo o exame como sendo o código de honra da universidade, então eles têm perfeita consciência do que se está falando ali.

E que não me venham com argumentos sobre diferenças culturais: em terra que ministros se matam ao reconhecer culpa em casos de corrupção, o entendimento sobre as consequências de fraude em exames é bem claro.

Só uma perguntinha, para encerrar: se a maioria dos alunos fosse latino-americana, o comportamento do advogado seria o mesmo?

Um abraço!

P.S.: para ver como os programas da Microsoft registram o criador do arquivo, abra um arquivo qualquer e clique no menu Arquivo-Propriedades. Deve aparecer o nome do proprietário do programa que criou o arquivo na opção Resumo.

maio 27, 2007

Ocupado

O blog está meio parado em função dos estudos para o qualifying. Para quem não entende o sistema americano de ensino, o resumo é o seguinte: depois de um ano de aulas, você tem que fazer um exame geral, com todo o conteúdo do primeiro ano, de forma a determinar se você tem condições de continuar no Ph.D. Em caso de reprovação, não há mais nada a fazer que não seja voltar para casa. Portanto, os próximos dias (semanas) serão de poucos posts.

De toda forma, após os exames na metade de junho, três temas serão dominantes no blog:
  1. Registros e fotos do show do Rush, no dia 20 de junho.
  2. Boletins diários do Encontro da Sociedade Americana de Econometria, em Duke.
  3. Registros e fotos das férias que pretendo tirar. Ainda não sei para onde vamos, mas a tendência é fazer um pequeno giro pela costa leste americana (Nova Iorque, com quase toda a certeza; talvez Filadélfia e Washington no caminho de volta para Durham).

Agora, de volta para os livros.

Abraços!

maio 19, 2007

Basquete - Último Post

Último post sobre a temporada de basquete: cansei de fazer fiasco com os meus palpites furados. Dos quatro confrontos das semi-finais, acertei apenas um!!!

Mas vamos lá, bola para frente.

Finais de conferência: DETROIT sobre Cleveland (4x2) e SAN ANTONIO sobre Utah (4x2).

Final do campeonato: SAN ANTONIO sobre Detroit (4x2).

Abraços!

maio 18, 2007

Drive

By R.E.M.

Smack, crack, bushwhacked.
Tie another one to the racks, baby.

Hey kids, rock and roll.
Nobody tells you where to go, baby.

What if I ride ?
What if you walk ?
What if you rock around the clock ?
Tick-tock. Tick-tock.
What if you did?
What if you walk ?
What if you tried to get off, baby?

Hey, kids, where are you?
Nobody tells you what to do, baby.
Hey kids, shake a leg.
Maybe you're crazy in the head, baby.

Maybe you did.
Maybe you walked.
Maybe you rocked around the clock.
Tick-tock. Tick-tock.
Maybe I ride.
Maybe you walk.
Maybe I drive to get off, baby.

Hey kids, shake a leg.
Maybe you're crazy in the head, baby.

Ollie, ollie.
Ollie ollie ollie.
Ollie ollie in come free, baby.

Hey, kids, where are you?
Nobody tells you what to do, baby.

Smack, crack.
Shack-a-lack.
Tie another one to your back, baby.
Hey kids, rock and roll.
Nobody tells you where to go, baby.

Maybe you did.
Maybe you walk.
Maybe you rock around the clock
Tick-tock. Tick-tock.
Maybe I ride.
Maybe you walk.
Maybe I drive to get off, baby.

Hey kids, where are you?
Nobody tells you what to do, baby.

Hey kids, rock and roll.
Nobody tells you where to go, baby.


maio 11, 2007

B.S.

Existe um termo considerado pesado usado por aqui para dizer que algo é uma bobagem sem tamanho, cujas iniciais são B.S. O professor de teoria do crescimento costuma fazer uma brincadeira, dizendo que determinado assunto é "B.S. - for Business Stuff". Bom, de fato, esta notícia aqui é B.S., e não no mau sentido, mas por ser coisa da Escola de Administração, mesmo.

Abraços!

P.S.: notícia descoberta aqui.

maio 10, 2007

Ícones Reunidos

Um dos grandes vídeos disponíveis no YouTube: três monstros sagrados da TV.



Abraços!

maio 08, 2007

Gosto Inglês

Concordo com a opinião inglesa, ainda que não seja o número 1 da minha lista: nada bate um Xis Bocão ou um Xis Cavanhas. E caso encerrado.

E segue a minha lista de dez marcas mais odiadas:

  1. Fanta Uva;
  2. Quick morango;
  3. McDonald's (deveria existir apenas pelo sorvete de casquinha);
  4. Kaiser (cervejinha sem-vergonha);
  5. Caxias do Sul (subúrbio da "Grande Bento" que se acha cidade grande);
  6. Qualquer marca de mortadela;
  7. Qualquer rede de comida natural, ou que dê nome de carne para produtos naturais (exemplo: "hamburguer de soja");
  8. Qualquer marca de café de país desenvolvido (café devia vir com atestado de pobreza como selo de qualidade);
  9. Coca-Cola Light (aplica-se a todos os variantes "Light" e "Diet" de outras marcas de refrigerante);
  10. Nissin Miojo.


E tenho dito!

Abraços!

maio 07, 2007

"Moção de Apoio"

Como diz o Reinaldo Azevedo, "cabeça desocupada é moradia do capeta"... Resolvi usar estas primeiras horas de descanso pós-provas (e pré-preparação para o qualifying) para me informar um pouco mais sobre o que se passa no rincão. Pois não é que eu descubro a "ocupação" da reitoria da USP por estudantes, em protesto contra a política neoliberal-privatista-elitista-conservadora-comedora de jiló-fora FMI do governo José Serra.

"Que coisa! O que, de tão grave, fez o Serra para que a reitoria da USP fosse invadida?" pensei eu, inocente, por aqui. Decidi me informar sobre, afinal, qual era a reivindicação. O que os estudantes reclamam:

- Contra um contingenciamento de verbas feita no início do ano pelo governo estadual, consequência do atraso na votação do orçamento para 2007 (problema resolvido);

- Contra a formação de uma "Secretaria Estadual de Ensino Superior", com direito a voto e a presidência no Conselho de Reitores das Universidades de São Paulo (um novo decreto do governo mantém a presidência do Conselho com os reitores, e o ensino universitário sempre esteve a cargo de alguma secretaria estadual, seja a de Educação, Ciência e Tecnologia, ou qualquer outra. Logo, problema resolvido);

- Contra a incorporação dos gastos das universidades estaduais no SIAFEM (Sistema Integrado de Administração Financeira de Estados e Municípios). Hummmm... Por que será que os estudantes não querem isto? Será que o barulho feito pelo seu equivalente federal incomoda tanto? Que gastos que são feitos nas universidade de São Paulo que não podem aparecer no sistema de contas públicas? Se eu fosse paulista, morasse em São Paulo, e não tivesse acesso à universidade "pública, gratuita e de qualidade para todos", eu gostaria de saber para onde está indo o dinheiro pago com ICMS, IPVA, etc, etc, etc... Onde é que isto fere a "autonomia universitária"?

Ainda intrigado, resolvi pesquisar um pouquinho mais, e descobri o link para o "Blog da Ocupação da USP". Ou seja, os "estudantes" se mantém informados do que ocorre lá dentro através de um blog. Ao contrário do Reinaldo Azevedo, acho que o problema maior não está aí, afinal de contas é fácil escrever textos e colocar no ar um blog de qualquer lugar do mundo, e desligar o acesso à internet do prédio da reitoria poderia prejudicar o acesso em outros prédios. O problema maior é a "criação", sabe-se Deus como, de uma rádio transmitindo, em FM, de dentro da reitoria!!! Qualquer pessoa sabe que rádio, no Brasil, é concessão pública. Assim, dado que não saiu nenhuma portaria liberando a frequência 106.7 para os ocupantes da USP, acho que, além de "perturbadores da ordem burguesa", os manifestantes agora se tornaram ilegais.

Mais intrigado ainda, continuei lendo o "Blog da Ocupação" ("cabeça desocupada..."). Além das "moções de apoio" e "chamamento para as plenárias", o blog lista a vasta programação cultural realizada pelos ocupantes, lista todas as visitas de professores aos ocupantes do prédio. Acho que vou voltar para o Brasil para ser estudante da USP: tenho casa, comida, festa, telefone, rádio, internet banda larga e ninguém para me incomodar com provas, listas de exercícios, cobrança com desempenho, relatórios de atividade do semestre... É uma vergonha!

Abraços!

maio 06, 2007

Basquete: Tentando de Novo

Bom, terminada a primeira rodada dos playoffs da NBA, fica marcado o fiasco deste palpiteiro: dos oito times que apontei como vencedores da primeira rodada, apenas cinco seguiram para a segunda fase. O maior erro foi cometido junto com talvez 99% do país, quando o Golden State (oitavo colocado do Oeste) eliminou o Dallas Mavericks, time de melhor campanha de todo o torneio. Por esta, quase ninguém esperava, nem mesmo os profissionais das estatísticas, ainda mais pelo placar razoavelmente dilatado (4 a 2).

A minha segunda decepção foi Toronto: depois de encerrar muito bem a temporada, pegando um New Jersey com um bando de jogadores voltando de lesão, acabou tremendo pela falta de experiência e entregou uma série que parecia razoável. A terceira bomba eu tomei na série Houston X Utah. Esperava que a dupla Yao Ming - Tracy McGrady tomasse conta do Utah que vinha decadente nas últimas duas semanas de campeonato.

Agora, seguem os meus palpites para a segunda rodada. Faço estes palpites já sabendo do resultado de um dos jogos (ontem, Detroit ganhou o primeiro jogo do Chicago). Hoje teremos mais duas partidas. Palpites: no Leste, CHICAGO sobre Detroit (4 a 3), NEW JERSEY sobre Cleveland (4 a 2); no Oeste, PHOENIX sobre San Antonio (4 a 3), UTAH sobre Golden State (4 a 3). Das quatro séries, estou seguro em apenas uma (não acredito que o Anderson Varejão, do Cleveland, possa fazer a marcação sobre Vince Carter, do New Jersey, em condições normais, ainda mais neste ano com o último em ano de renovação de contrato). Todas as outras séries estão sujeitas a grandes erros.

Abraços!

maio 01, 2007

Sua Esposa Não é Economista como Você?

Então bem-feito!!!! Quem mandou casar com alguém que não te entende? Acabo de ganhar como presente de aniversário de casamento o livro "Inside the Economist's Mind: Conversations with Eminent Economists": uma excelente coleção de entrevistas com grandes economistas, organizada pelo não menos mitológico Paul Samuelson em conjunto com William Barnett. O interessante do livro está justamente na combinação entrevistador/entrevistado: todos são economistas do mais alto gabarito. Exemplos: John B. Taylor entrevistando Milton Friedman, Bennet McCallum entrevistando Robert Lucas Jr, Olivier Blanchard entrevistando Stanley Fischer, além, claro, de William Barnett entrevistando Paul Samuelson.

Duas notas a mais sobre o livro: 1) eu poderia arrotar grandeza agora, dizendo que no Brasil este tipo de livro já existia faz muito tempo (com as publicações de "Conversas com Economistas Brasileiros", volumes 1 e 2). Entretanto, se a memória perturbada não está atrapalhando de novo, acredito que o projeto brasileiro já teve base um outro livro mais antigo, com a mesma idéia. Além disso, algumas das conversas brasileiras ou não possuíram uma parceria tão forte, ou acabaram servindo para fofoquinhas entre colegas de teoria de botequim. 2) parece que não existe previsão ainda para o lançamento da edição brasileira. Logo, "eu tenho, você não tem...", apesar da relação Real/Dólar sinalizar para altos lucros da Amazon.com.

Abraços!

P.S.: Thanks, Kiki!