setembro 29, 2008

setembro 27, 2008

Duke Football Update: 3-1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Sensacional: "Duke is on fire!!!!"

Duke venceu de forma convincente a UVA (University of Virginia), primeiro jogo da liga regional, a ACC, por um placar até bem dilatado: 31 a 3. A despeito da vantagem bastante larga, o primeiro tempo foi muito parelho, terminando em 3 a 3. Entretanto, Virginia sentiu a ausência do até então quarterback titular, Peter Lalich, que violou os termos de uma condicional por ter sido pego bebendo abaixo da idade permitida. A violação da condicional (foi pego de novo com bebida) resultou na expulsão do jogador do programa de futebol americano de UVA. O novo quarterback, Mark Verica, mostrou que, para um novato (primeiro ano de universidade), tem bom porte físico, um bom braço, mas ainda tem que amadurecer: foi interceptado 4 vezes no segundo tempo, uma delas resultando em um touchdown para Duke.

Ainda na linha dos argumentos que mostram a ruindade do time de Duke nos últimos anos, esta foi a primeira vitória da universidade contra um rival da ACC desde novembro de 2004, com um total de 25 jogos sem nenhuma vitória.

O próximo jogo promete emoções fortes: sábado que vem, Duke joga a primeira partida fora de casa, contra Georgia Tech, time que tem o mesmo desempenho que Duke (3-1), e que engrossou uma partida contra Virginia Tech, que é um dos favoritos para conquistar o título da ACC este ano.

Abraço!

setembro 26, 2008

Nota Sobre o Debate: AL

Referências sobre a América Latina no debate dos candidatos à Presidência dos EUA: duas. Uma associando Chavez e a Venezuela ao quadro de países com os quais os Estados Unidos não deveriam negociar de forma incondicional; e outra, de novo com Chavez e incluindo Raul Castro, a respeito do mesmo tópico.

Agora dá para entender onde a América Latina se encontra em termos de importância no mundo?

Abraços!

Obama Vai Ser Eleito

Sim, podem apostar. Falo sem dúvidas quanto a isto. Só um desastre, um fato completamente fora da curva evita este resultado. Barack Obama será eleito Presidente dos EUA. E não será pelos motivos que a imprensa do resto do mundo (e boa parte da americana também) escreve a respeito: ele não será eleito por superar o fato de ser negro; ele não será eleito pela perspectiva de "mudança" (o que quer que "mudança" signifique); ele não será eleito pela brilhante oratória.

Barack Obama será eleito pela incapacidade, incompetência e falta de preparo, por incrível que pareça, do "maverick" John McCain. McCain está mostrando toda a falta de estratégia do Partido Republicano para lidar com o problema da crise financeira do país, sendo capaz de gerar cenas ridículas, como a do Secretário do Tesouro se ajoelhando diante da líder Democrata no Congresso, suplicando para que as negociações do pacote não fossem interrompidas, e tendo que ouvir calado, aceitando, que a culpa era... do Partido Republicano!

Diga-se: toda a confusão que resultou na cena patética de final de reunião começou com as demandas lamentáveis dos líderes republicanos (corte de impostos junto com o dinheiro para salvar o mercado??? Parece tara este negócio de corte de impostos para os Republicanos), seguidas das imagens de McCain apenas contemplando as bobagens solicitadas pelo próprio partido. Enquanto isto, Obama, também presente na reunião, se comportava como o "aluno aplicado", fazendo perguntas objetivas ao Secretário Paulson, tentando entender a fundo os efeitos do pacote.

Talvez a melhor definição do fator que irá eleger Obama seja esta: "aluno aplicado". Diante de uma crise que ninguém sabe ainda a dimensão, Obama se preocupa em estudar o problema, em se cercar de opiniões especializadas, em resolver todas as suas dúvidas. Ele emite alguma opinião definitiva sobre a crise? Não. Ele oferece alguma proposta relevante para a resolução da crise? Não. Mas ele mostra interesse. Ele quer saber o que está acontecendo. Mais do que isto, ele admite que certas promessas que ele tinha feito, com a crise, devem ser repensadas.

Este tipo de comportamento é suficiente para eleger um presidente? Sim, se o seu adversário estimula o erro, implode negociações, submete a área técnica do governo do seu partido a uma humilhação pública diante dos líderes da oposição. E isto vai se refletir no debate de hoje à noite, tenho certeza: quando o tema economia aparecer, o aluno aplicado, que estudou, vai colocar McCain na parede, pedindo uma opinião clara sobre a crise. E a sua resposta será lembrar que foi prisioneiro de guerra no Vietnã, que é um "maverick" independente do governo do próprio partido e balbuciar outros fatos referentes ao seu passado.

McCain foi muito inteligente na escolha e no "timing" do anúncio da candidata à vice-presidente, quebrando o efeito da convenção democrata sobre os eleitores e ganhando a pauta. Diante da crise econômica, entretanto, ele não sabe como reagir, assumindo posições neutras, quando não populistas, a respeito de um assunto sério. Lembra muito um candidato, no Brasil, que vestiu uma jaqueta com o logotipo de estatais, renegando o que o governo de seu partido fez (e muito bem) anteriormente, só para manter uma certa pose de independente.

Independência não pode ser confundida com burrice e teimosia.

Abraços!

setembro 25, 2008

A Última Palavra do Lar

Aqui em casa, ao contrário dos americanos, a última palavra é sempre a minha:

— Sim, querida!

Abraços!

O Dilema

O que fazer quando aquele para quem torcemos diz o contrário do que pensamos? Olhem só, alguém disse na ONU na semana passada:

"As indispensáveis intervenções do Estado, contrariando os fundamentalistas do mercado, mostram que é chegada a hora da política. Somente ação dos governantes, em especial naqueles países que estão no centro da crise, será capaz de combater a desordem que se instalou nas finanças mundiais com efeitos perversos na vida cotidiana de milhões de pessoas."

Aí, hoje, aquele que já escolhido pelo resto do mundo para o cargo no qual o resto do mundo não tem direito de votar disse:

"O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, afirmou em entrevista à rede de TV CNN, depois de participar de uma reunião de aproximadamente uma hora com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e seu rival na corrida presidencial, John McCain, que 'injetar política em negociações delicadas cria mais problemas que soluções.'"

E agora? O que os apoiadores internacionais de Obama vão dizer em casa?

Abraços!

Emplastro Político

Problemas com depressão? Angústia? Não sabe mais o que fazer da sua vida? Uma dor no peito que não passa?

Seus problemas acabaram!

O remédio para todos os males: amanhã, sexta-feira, 26 de setembro, às 20:30hs, horário do Brasil, assista ao horário político brasileiro, prestando bastante atenção nas propostas dos candidatos à prefeito e na força das novidades entre os candidatos à vereador. Quando terminar o horário político, às 21hs, aproveite, tome um ar, faça a sua escolha.

Depois, 21:30hs, horário do Brasil, sente na frente da televisão e não perca o primeiro debate com os candidatos à Presidência dos EUA.

O que você vai sentir é indescritível. Melhor que o emplastro de Brás Cubas, já que Machado voltou a ficar na moda.

Abraços!

setembro 24, 2008

Curiosidade

Quantos profetas do apocalipse nascidos no Brasil, daqueles que babam ódio contra os EUA pela manhã, espumam pela tarde e rangem dentes pela noite, pararam na frente da televisão agora à noite, na esperança de que George W. Bush decretasse um super-calote para financiar o plano de socorro do mercado?

Abraços!

Contribuição Brasileira para Paulson e Bernanke

Se a história da economia brasileira serviu de alguma coisa para a construção do plano americano de intervenção no mercado financeiro, discutido ontem no Congresso Americano, tenho certeza que foi neste parágrafo:


clipped from www.nytimes.com

Decisions by the Secretary pursuant to the authority of this Act are non-reviewable and committed to agency discretion, and may not be reviewed by any court of law or any administrative agency.

 blog it

Por que digo isto? Em função da sequência de intervenções nos bancos desde o PROER, quase todos os ocupantes do cargo de Presidente do Banco Central e a maioria dos diretores possuem algum processo referente às liquidações feitas no período. Sim, eu disse "quase todos" os ocupantes, já que até Armínio Fraga, que ocupou o cargo depois das confusões da desvalorização de 1999, também tem processo nas costas. É lógico que a procuradoria do Banco Central se encarrega de fazer a defesa de todos os processados, mas ainda assim, é um incômodo para todos os envolvidos.

Entretanto, aqui temos uma diferença importante no comportamento do Congresso: mais indigesto do que o custo estimado do socorro (os já famosos US$ 700 bilhões), só mesmo o artigo referido acima. E justamente ficou muito ruim o artigo acima porque a prestação de contas por parte do Executivo é fundamental nas relações entre os poderes em uma democracia. Aqui, o Congresso não abre mão de fiscalizar as atividades do Secretário do Tesouro, mesmo que o mercado pressione por soluções rápidas.

Vale lembrar que o Presidente aqui não possui instrumentos como a medida provisória para fazer valer um plano destes imediatamente. Assim, por mais que custe (e vai custar caro para o bolso do americano) a demora na aprovação da lei, não será, tenho certeza, um monstro legal que sairá do Congresso. Raríssimas serão as ações vitoriosas no Judiciário contestando os pontos principais do plano, justamente porque Executivo e Congresso chegarão a um acordo legal, sem violar os princípios básicos do cidadão. E olhem, estamos falando do país das ações na justiça.

Qual o nome disto? Instituições.

Abraços!

P.S.: A propósito, o Congresso brasileiro aprovou quantas medidas provisórias neste último mês?

setembro 21, 2008

Mais Notas de Fim de Domingo

1) Sem futebol americano universitário neste final de semana: Duke teve a primeira folga da temporada, depois de três rodadas. Por outro lado, na NFL, Buffalo permanece invicto depois da vitória (apertadíssima) sobre Oakland.

2) Eu ainda não me convenci como sendo algo normal, mas meus amigos daqui dizem que é. Fomos a duas festas nos últimos dois finais de semana: inauguração das casas que dois colegas compraram, depois de dar aulas em cursos de verão na universidade. Tudo bem, o salário pelos três meses de curso de verão é bem mais alto que a bolsa de estudante de PhD. Agora, é suficiente para que se dê um financiamento para que um grad student compre uma casa?!?!?! Eu ainda vejo isto como um dos sintomas que resultaram na crise atual: quando grad students conseguem financiamentos para compra de casa, sendo um deles estrangeiro, algo está errado.

3) Ainda a propósito da crise, análises nacionais de alta qualidade aqui e aqui. Não tive tempo para elaborar algo muito diferente do que já foi dito, mas talvez o ponto de vista mais original esteja no artigo de sábado (20/09) do Gustavo Franco na Folha. De fato, é notável que as instituições efetivamente reguladas pelo Fed (bancos comerciais, que captam dinheiro junto ao público) ainda não tenham chegado a decretar falência.

4) Se alguém quiser me dar de presente este livro, agradeço. Não vou ler imediatamente, mas será um belo presente.

5) Impressionante como a qualidade das piadas por e-mail e das correntes tem caído. Não bastasse a péssima qualidade das mensagens em si, a maioria delas está sendo seguida de comentários do tipo "Esta aqui é a melhor", "KKKKKKKKK", "Imperdível", "Foi a melhor que eu recebi". Que fique claro: quem vai avaliar o quão boa é a piada sou eu!!!! Portanto, me poupem dos comentários nas suas correntes. A propósito, vocês já deveriam evitar passar correntes para mim, certo?

6) "The Colbert Report" ganhou um Emmy pelo "Writing for a Variety, Music or Comedy Program". O programa é ótimo, já falei nisto, mas a premiação é meio desgraçada: acho que todos os programas do gênero levaram alguma coisa neste ano.

7) Um dos marcos do esporte americano teve sua última noite hoje: foi jogada a última partida no Yankee Stadium, depois de 85 anos da sua construção, com vitória do time da casa sobre o Baltimore Orioles. O "velho" Yankee Stadium será substituído pelo novo estádio, do outro lado da quadra, ainda no Bronx. O "novo" Yankee Stadium é um monstro de US$ 1,3 bilhões de dólares. Mas as cenas de pessoas de todas as idades chorando quando o jogo encerrou não tem preço algum.

Abraços!

setembro 17, 2008

Piripiripiri For Me, Itamaracá

Por mais que alguns dos meus dez leitores tenham restrições a argentinos e, mais ainda, a Evita Perón, esta comparação é demais para o estômago de qualquer um...

Abraços!

Falências: da Chrysler ao Lehman Brothers

Excelente artigo de David Leonhardt, no NYT, comparando a reação do governo americano diante da falência da Chrysler, em 1979, com os problemas atuais no mercado financeiro daqui. Além de lembrar que o "mercado" também é formado por gente como eu e você, já que a crise imobiliária não teria iniciado se americanos comuns não tivessem captado dinheiro para hipotecas lastreado em "wishfull thinking", Leonhardt mostra que, de falência em falência, processos de recuperação capitaneados pelo Estado só postergam o problema, ao invés de solucioná-lo. E isto vale tanto para a indústria de automóveis quanto para os bancos de investimento.

Abraço!

setembro 13, 2008

Eles Fazem Pesquisa, Nega Véia!!!

Aí o estudante entra no quarto para dormir, mais cedo do que o esperado. A nega véia olha, assustada:

— Já terminou a lista de exercícios?!?!?!

— Nada. Mas também já trabalhei mais do que as doze horas semanais...

— Doze horas semanais?!?! Do que tu tá falando, animal????

— Das doze horas que eles querem que eu trabalhe no escritório...

— Mas tu sempre trabalhou mais em casa que no escritório...

— É que eu preciso de um livro que está lá, mas eu não posso voltar, senão contam como hora de trabalho, e aí esculhamba com a programação.

— Mas quem foi o gênio que inventou este negócio de 12 horas de jornada de trabalho?

— Ah, um professor famoso aí de economia... está ocupando cargo importante no governo, eles fazem pesquisa, sabe?

— Mas isto é uma idiotice! Tu vai ficar sem terminar o que tu precisa por causa deste animal?

— Eu sei que é idiotice, e tem mais gente que acha isto...

— Ah, mas ao menos eu vou poder dormir um pouco, tenho dormido pouco por causa do trabalho.

— É verdade! Então vem, nego, deita aqui, descansa.

— Humpf...

— O que foi, nego?

— O mesmo professor disse que, para o Brasil crescer, os impostos tinham que representar, mais ou menos, 60 a 70% de tudo o que eu ganho. Se eu já estou deixando quase 40% do que ganho para o governo, como é que eu posso abrir mão de outros 20%?!?!?!

— Bom, nós poderíamos trabalhar mais...

— Mas eu já estou fazendo as 12 horas!!!!!

— Ih, é verdade... Mas como ele pode achar que, pagando 70% de imposto, o país vai crescer mais???

— Eles fazem pesquisa, nega véia! Eu me mato aqui estudando, mas eles fazem pesquisa!!! Eles sabem das coisas!

— Tá, te acalma. Pega um livro para ler. Tem o daquele velhinho que você ainda não terminou...

— Verdade.

O estudante começa a ler o livro. Abre no capítulo 17, onde tinha terminado a sua leitura anteriormente. Quinze minutos depois, ele levanta. A nega véia pergunta, de novo assustada:

— Onde tu vai agora, nego?

— Buscar o livro no escritório.

— Mas e a história das doze horas???

— Não funciona. Olha só o que o velhinho diz:

"Economic populism imagines a more straightforward world, in which a conceptual framework seems a distraction from evident and pressing needs. Its principles are simple. If there is unemployment, than the government should hire the unemployed. If money is tight and the interest rates as a consequence are high, the government should put a cap on rates or print more money. (...) Why are such responses any less reasonable than supposing that if you want a car to start, you turn the ignition key? The answer is that, in economies where millions of people work and trade every day, individual markets are so interwined that if you cap an imbalance, you inadvertently trigger a series of other imbalances. (...) The populist view is equivalent to single-entry bookkeeping. It scores only credits (...) Economists, I trust, practice double-entry bookkeeping."

— Mas o que isto tem a ver???

— A contrapartida de ficar sem resolver a lista de exercício: já pensou na minha nota como vai ficar?!?!?!?!?!?!

— Vai trabalhar, boa noite nego.

P.S.: A história é totalmente ficcional: a minha nega véia acertou de primeira quem era o gênio que falou esta bobagem.

Duke Football Update: 2-1!!!!

Yes, sir!!! Grande vitória sobre Navy (sim, a Marinha tem um time de futebol americano que participa da liga universitária, tal como o Exército – Army – e a Aeronáutica – Air Force), em jogo bastante apertado: 41-31. Com a vitória, Duke empata com o número total de vitórias obtidas nas últimas três temporadas!

O jogo foi bem disputado, o time de Navy é muito forte fisicamente. Eles levavam vantagem nas linhas de ataque e defesa, mas felizmente, a qualidade técnica não é o forte do time: muito jogo de corrida, tentando empurrar a defesa adversária para o próprio campo. Entretanto, Duke soube, no segundo tempo especialmente, conter o ataque de Navy e controlar o tempo de posse de bola no ataque, mantendo a sua defesa descansada quando entrava em campo.

Boa vitória, David Cutcliffe chutando o pau da barraca aqui em Durham.

Um vídeo com os melhores momentos do jogo aqui.

Abraço!

setembro 12, 2008

O Rascunho do Inferno

Recomendo aos pais dos noivos que não resolvam fazer show para animar esta festa de casamento dos filhos: podem abrir as portas do inferno, ou alguma versão da caixa de Pandora!!!!

Abraços!

setembro 09, 2008

Apocalyptica

Descoberta da pesquisa inglesa sobre a personalidade semelhante de apreciadores de música clássica e de heavy metal:


clipped from musica.uol.com.br
Segundo o professor Adrian North, que liderou o estudo, a surpresa foi descobrir semelhanças na personalidade de fãs de música clássica e heavy metal.

"São pessoas muito criativas, introvertidas e de bem consigo mesmas, o que é estranho. Como você pode ter dois estilos tão distintos com grupos de fãs tão parecidos?", afirmou North.

Ele ressalta que uma das explicações pode ser o "aspecto teatral desses estilos, que são dramáticos". "As pessoas em geral têm um estereótipo sobre os fãs de heavy metal, acham que eles têm tendência suicida, são deprimidos e representam um perigo para si e para a sociedade em geral. Na verdade, são pessoas bem delicadas", afirmou.
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Fica a dica: para quem quer tentar uma mistura dos gêneros musicais: Apocalyptica, especialmente no álbum em que fazem regravações de clássicos do Metallica. Excelente!

E antes que eu esqueça, para o pesquisador inglês: DELICADO É O CARALHO!

Abraços!

P.S.: dica da notícia do Philipe, via Shikida.

Machado

"Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse: eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica: vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para ir, também não deixa olhos para chorar...Heis de cair."



Machado de Assis, em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", cap. LXXI – O Senão do livro

setembro 07, 2008

"É Culpa da Globo..."

Uma comentarista conhecida no Brasil fez uma análise sobre a convenção republicana. Em sua análise, ela observou, com razão, que os republicanos esconderam os problemas econômicos do país, e tratou, de forma equivocada, da exposição da filha de Sarah Palin, candidata à vice-presidente dos EUA pelo Partido Republicano. Segundo a comentarista, a imagem da filha de Palin teria sido usada pelos republicanos para expor seu "puritanismo", e afirmando que, no Brasil, a questão seria tratada com naturalidade e como um problema de saúde pública, já que estaríamos lidando com a gravidez de uma adolescente.

A análise, na minha opinião, está errada, já que a exploração da imagem da filha grávida da candidata à vice-presidente começou a ser feita por blogs associados com a candidatura de Obama, afirmando que o filho mais novo de Palin seria, na verdade, seu neto. A crítica razoável à gravidez da menina refere-se à defesa dos conservadores pela abstinência como método contraceptivo e a negação da importância de aulas de educação sexual nas escolas. Ou seja, todas as críticas, desde a mais razoável até a mais absurda, partem de frentes democratas, e não o contrário.

Desviei do assunto, mas volto agora: ia deixar um comentário no blog desta comentarista, falando exatamente do que tratei no parágrafo acima. Entretanto, desanimei: o primeiro comentário postado dizia que a reação no Brasil sobre a gravidez da moça dependeria de quem estivesse no poder. Assim, se fosse alguém do PT no governo, seria um escândalo nacional; se fosse um filho bastardo do FHC, não teria publicação alguma e a Globo pagaria pensão para a mãe da criança ficar calada na Espanha (juro que estava escrito com estas palavras, referindo-se a um boato a respeito de um filho do ex-presidente com uma jornalista que a Globo tratou de abafar).

O comentário foi postado exatamente às 18:33hs de hoje, 07 de setembro. Ou seja, o infeliz resolveu gastar o seu final de domingo para: 1) escrever grosserias; 2) escrever grosserias espalhando boatos; 3) escrever grosserias espalhando boatos sobre temas exclusivamente familiares: assumindo que o boato fosse verdade, se a Globo quis pagar uma jornalista para ter um caso abafado, seria problema da Globo, de Fernando Henrique e da jornalista, não?

Mais uma vez, desânimo. Por que tentar contribuir com um debate que, tão rapidamente, desaba para um nível tão rasteiro? Gustavo Franco, no seu artigo deste sábado da Folha, fez um paralelo entre a filosofia "humanitista" de Quincas Borba e o pensamento de Karl Marx. Segundo Franco, Machado de Assis de forma alegórica explicaria o marxismo:


"o princípio da humanitas é 'o encontro de duas expansões', uma das quais é vitoriosa, donde 'o caráter conservador e benéfico da guerra' e o célebre exemplo das duas tribos famintas diante de um campo de batatas. 'A paz, neste caso, é a destruição; a guerra é a conservação'. Para os vencidos, o extermínio e a compaixão; 'ao vencedor, as batatas'."

O meu consolo é que, para comentarista de blog tão barato, tão baixo, quando descobrir que a Globo não é a fonte de todos os males que afligem a sua vida, somente lhe sobrarão batatas.

Abraços!

Hanna Esteve Aqui

Falei que teríamos visitas. Olhem o estrago:



Ter uma infiltração na parede da casa, com certeza, é bem melhor do que o destino de outros com o Hanna.

Abraço!

Duke Football Update

Entramos oficialmente na temporada do futebol americano: semana passada, primeira rodada do campeonato universitário; hoje, primeira rodada da NFL (grande vitória dos Bills; desculpe, Marcelo!). Eu não me ligo muito no campeonato universitário, a não ser pelo time da universidade, pela história muito peculiar: o time de futebol americano de Duke é um dos piores de toda a Division I-A (a primeira divisão do país). Na temporada 2006-07, dos doze jogos disputados, o time conseguiu a proeza de perder TODOS os doze jogos; na temporada 2007-08, uma evolução insuficiente, com apenas UMA vitória em doze jogos.

Estas duas temporadas medíocres custaram o cargo do treinador Ted Roof. Em função da pressão das associações de ex-alunos da universidade (que fazem contribuições generosas ao departamento de esportes de Duke), e com a visão de fazer lucros também com o futebol (hoje, o único departamento esportivo que gera lucros na universidade é do basquete), Duke contratou David Cutcliffe para assumir o cargo principal do time, ganhando carta branca para montar a sua equipe de treinadores com o dinheiro que fosse necessário para isto. Cutcliffe tem muita moral para assinar um contrato deste: consta em seu currículo, além dos cargos de coordenador ofensivo da Universidade do Tennessee (uma das "powerhouses" do país) e de head coach de Ole Miss (outra universidade de respeito no futebol americano), a criação e desenvolvimento de dois monstros atuais da NFL. Os irmãos Manning (Peyton e Eli), ambos campeões do Superbowl na NFL, jogaram futebol universitário orientados por Cutcliffe, e na metade deste ano estiveram em Durham para estudar vídeos de suas partidas com o ex-treinador.

Duke começou a temporada bem, vencendo James Madison em casa na abertura (tudo bem, James Madison é da Division I-AA, a segunda divisão do universitário, mas no ano passado nem isto Duke conseguiu!). Teria a chance de, pela primeira vez desde 1998, abrir a temporada com duas vitórias, mas deixou a chance escapar com a derrota para Northwestern, em casa, pelo placar apertado de 24-20. Duke chegou a ter um touchdown anulado, por uma falta da linha de proteção, faltando um minuto para acabar a partida. Mas, de toda forma, foi legal, o time jogou bem.

Fotos do fim de tarde em Durham abaixo:

Antes do jogo, música country, clássico do sul dos EUA.


Entrada do time em campo, com fogos e o treinador à frente.


Casal simpático na torcida.

Semana que vem, mais um jogo em casa, desta vez contra Navy.

Abraço!

setembro 04, 2008

Redescobrindo: Waldick

Diante da notícia, fica a lembrança. O brega nunca mais será o mesmo. Os fins de noite em botecos de quinta categoria perdem o seu grande ídolo.

Eu Não Sou Cachorro Não

Waldick Soriano

Eu não sou cachorro, não
Pra viver tão humilhado
Eu não sou cachorro, não
Para ser tão desprezado

Tu não sabes compreender
Quem te ama, quem te adora
Tu só sabes maltratar-me
E por isso eu vou embora.

A pior coisa do mundo
É amar sendo enganado
Quem despreza um grande amor
Não merece ser feliz, nem tão pouco ser amado

Tu devias compreender
Que por ti, tenho paixão
Pelo nosso amor, pelo amor de Deus
Eu não sou cachorro, não



 Waldick Soriano e Falcao - Eu nao sou cachorro nao


Abraços!

"Ele Só Estuda: Trabalho Nem Pensar"


"Às vezes, um cidadão se forma na USP, na Unicamp, na Universidade Federal de Recife, depois ele ganha uma bolsa e vai passar dois anos em Paris, fazendo pós-graduação, fazendo mestrado. Depois, se ele ganhar mais uma bolsa, passa mais dois anos em Berlim. Depois, ele ganha mais uma 'bolsinha', tem gente que vive de bolsa também, e vai para Londres ficar mais dois anos, ou seja, nunca há um tempo para ele retribuir com trabalho aquilo que foi o pagamento que o povo brasileiro garantiu para ele."

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Aí eu fico irritado, depois de ser chamado de babaca, de metido a besta, e o povo não sabe por quê. Ele parece com uns amigos da minha mãe que perguntavam para ela o que ia fazer depois de formado. Ela dizia que eu ia para o mestrado, e eles não entendiam ("como assim? Ele vai ficar estudando até quando?"). Coisa tacanha, mesmo, coisa de país que não valoriza educação...

Mais uma coisa: vivo de bolsa, sim. Bolsa por mérito. Bolsa porque estudei, porque fiquei entre os melhores da avaliação tanto da CAPES quanto do Banco Central quando apliquei para sair. Mas não ganho bolsa eterna por ter sido preso por 20 dias durante a ditadura: teria vergonha de pedir por isto.

E chega, senão a úlcera se cria.

Abraços!

Hanna Vem Aí

Vai ser um final de semana para ficar em casa.

Abraços!

Alasca Perto da Rússia



Logo, governadores do Rio Grande do Sul são automaticamente especialistas em Argentina e Uruguai???? De acordo com Cindy McCain, sim! Aqui também se ouve muita bobagem durante a campanha...

Abraços!

setembro 02, 2008

Amigo Punk – O Mundo Encantado de Bebele, Parte 1

Ah, a pré-adolescência e suas fases criativas. De tempos em tempos, vou postar aqui algumas notas sobre uma pré-adolescente que eu conheço, que vou identificar como Bebele. Bebele está descobrindo o namoro, ainda que pela internet. Fica aqui, então, o meu conselho/homenagem para o mais recente namorado dela...

Amigo Punk

Graforréia Xilarmônica

Amigo punk,
escute este meu desabafo
que, a esta altura da manhã,
já não importa o nosso bafo

Pega a chinoca,
monta no cavalo e desbrava essa coxilha!
Atravessa a Osvaldo Aranha
e entra no Parque Farroupilha

Amanhecia,
e tu chegavas em casa, com asa!
A tua mãe dá bom dia
e se prepara pra marcar o gado com o ferro em brasa

E não importa se não tem lata de cola
eu quero agora é sestear nos meus pelego
com meu cavalo galopando campo afora
o meu destino é Woodstock mas eu chego

Aonde eu ouço a voz da cordeona
já escuto o gaiteiro puxando o fole
vai animando a gauderiada no bolicho
enquanto eu sigo detonando o hardcore!!!


O quê? O amigo punk de Bebele ouve hip-hop? Mas ele não se diz "punk"?!?! Puxa, homenagem errada! Foi mal, mas eu achei que ele tivesse bom gosto para música também...

Abraços!