maio 31, 2009

Dia de Compras: Lim e McNelis

Na verdade, final de semana de compras. Algumas inevitáveis, alguns pequenos luxos. Entre estes últimos, um livro interessantíssimo de um professor que eu já li alguns papers bem interessantes. De Lim e McNelis, Computational Macroeconomics for the Open Economy promete discutir a grande maioria dos tópicos relevantes na construção de modelos DSGE para economias abertas: habit persistence, sticky prices, sticky wages, tributação, fricções financeiras, termos de troca...



Além dos tópicos, já naturalmente interessantes, os autores tratam dos métodos para resolver os modelos e as suas consequências para a aproximação das não-linearidades inerentes dos modelos.

O livro promete.

Abraços!

maio 28, 2009

Previsão: O NBER Brasileiro

Diante da notícia, muito boa, da criação de um instituto para datar os ciclos brasileiros, prevejo que, até o final da semana, Clóvis Rossi vai escrever, na Folha, uma coluna sobre a suposta "inutilidade de dizer que, desde o último trimestre do ano passado, estamos em recessão". A coluna ainda vai seguir com uma longa choradeira sobre os "assalariados que já sabem disto faz tempo porque já perderam o emprego".

Abraços!

maio 27, 2009

Rubinho na OMC

Em um belo dia de 2005, no auge da sua insignificância, Rubinho declarou:

"Estava acelerando o máximo que podia até que eles pediram para que eu reduzisse o ritmo. Sou só um brasileirinho tentanto lutar contra esse mundo muito grande. Estou guiando bem o carro, mas tenho que encarar muita coisa que não gosto", disse Barrichello.
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Se Rubinho tivesse estudado Direito, feito uma carreira jurídica de respeito no Brasil, e concorresse a um cargo importante na OMC, a sua declaração, ao saber que perdeu o cargo, seria esta:

Podemos dizer que o Brasil foi mais prejudicado por suas qualidades do que por seus defeitos. O Brasil é o "new kid on the block". E isso gera resistências, vide a posição dos EUA e da China a favor do candidato do México. Houve também resistência regional --a Argentina lançou seu próprio candidato. O Brasil já havia ocupado o cargo por oito anos. Prevaleceu a ideia de rotação. Enfim, são circunstâncias complexas.
No âmbito nacional, o Supremo é o máximo a que se pode aspirar. Mas a vaga na OMC é uma posição importantíssima no que diz respeito ao comércio internacional. Especialmente em tempos de crise, com o protecionismo em alta, esses mecanismos têm de funcionar para impedir um retrocesso. Minha candidatura foi ditada pelo interesse nacional.
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Além da clássica síntese da síndrome de perseguição do brasileiro ao longo da entrevista, a última frase atestando por que Ellen Gracie perdeu o cargo: achou que um posto técnico poderia atender ao "interesse nacional". Tal como Rubinho, que não corre para se realizar profissionalmente, mas para "ser o brasileirinho a representar o pais".

Abraços!

maio 24, 2009

Fé no Blog e no Mas-Colell

"Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre. Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria, mistura a dor e a alegria". Não desista, irmã(o) Maria! Tenha fé! Eu sei que você está em uma hora de desespero, mas isto tudo faz parte do processo.

Pesquisa no Google que resultou em uma visita ao blog:


Abraços!

Cavs Win!

Eu falei na área de comentários do post aí de baixo sobre um arremesso que Lebron James fez para garantir a vitória do Cleveland Cavaliers contra o Orlando Magic no segundo jogo da série das finais da Conferência Leste. O arremesso foi este:




Mas a reação mais engraçada ao arremesso foi visto no noticiário de Cleveland, ao vivo, na hora do jogo:




Mais engraçado que a explosão do comentarista esportivo, e dos comentários sarcásticos no início, enquanto todos já davam o jogo como morto, só um editor que aparece, no final do filme. Notem bem no canto direito da tela, ao fundo, atrás de uma tela, o cara celebrando o final do jogo.

Abraços!

maio 21, 2009

Sem-Vergonhice Não Cai do Céu

A notícia: "DNA comprova: mulher deu à luz gêmeos filhos de pais diferentes".

O comentário:

"Faltou Deus no coração dessa pobre mulher, que está enfeitiçada pelo demônio. Participou do impróprio da carne e o santanás a cobrou com um filho de cada homem, homens esses que já estão com o seu destino para o inferno por se permitem tal sujeira.

Só Jesus Cristo Salva. Se arrependa dos seus pecados, a partir da contribuição do seu dízimo, pois só assim iremos mudar essa terra mudana.

Aleluia!"


A primeira impressão, ao ler o comentário, é que algum picareta está tentando juntar fiéis ao seu rebanho, em tentativa de salvar (o seu) mundo, através da área de comentários da notícia. Entretanto, dada a frequência com que estes comentários aparecem, eu me pergunto como é possível o brasileiro médio ainda manter a percepção de que os eventos desagradáveis, ainda que resultantes de escolhas individuais, são consequência da "falta de Deus no coração", ou do "demônio no corpo da pessoa".

Dois pontos sobre esta frase: 1) sim, é uma percepção do "brasileiro médio", pois se aqueles que possuem acesso à internet no país escrevem isto, não vejo motivos para que os mais pobres pensem algo muito diferente. 2) sim, o caso da mulher é um problema de escolhas individuais (ela podia se manter fiel, ninguém colocou uma arma na cabeça dela obrigando que fizesse sexo com mais gente).

Retomo. Estados ruins da natureza acontecem. Não é possível, por exemplo, prever uma doença como o câncer ou antever enchentes em Santa Catarina. Estes eventos, cada um atribui ao que lhe seja mais conveniente (Deus, Diabo, sorte, azar, Maomé, Buda, Cacique Cobra-Coral, unha encravada). Entretanto, o fato da mulher ter gerado dois filhos completamente diferentes, ainda que tenha uma probabilidade de ocorrência muito pequena, é resultado único e exclusivo das suas ações: se ela não tivesse um amante, não teria o segundo filho, por definição.

Atribuir a quem quer que seja as consequências indesejáveis de desvios de comportamento individual é um fenômeno bem mais frequente do que se imagina: "não estudei, fui mal na prova, mas é porque a professora me persegue"; "o guarda me multou pela falta do cinto de segurança só porque ele quer tentar arrancar um suborno"; "o marginal que sequestrou um ônibus só fez isto porque o Estado prefere fazer presídios a fazer escolas"; "o Congresso é uma porcaria, não faz nada, mas eu voto no deputado mensaleiro porque ele coloca meu filho como assessor do vereador da cidade onde moro".

Tantos exemplos, muito para um pobre país.

Abraços!

Política Monetária do Cafezinho

O Shikida trouxe para o blog dele o problema do uso de uma máquina de fazer café em uma redação de jornal. Para sintetizar, existe uma máquina de café que só se alimenta de fichas vendidas em um caixa. As fichas são vendidas no meio da semana, mas como as redações trabalham nos finais de semana, muitos jornalistas estão acumulando fichas para gastá-las neste período. O problema: a acumulação de fichas cresceu tanto que estão faltando fichas para ser vendidas ao longo da semana, e isto gera um custo para o vendedor das fichas (tanto por perder dinheiro, com a falta das vendas, quanto pela necessidade de abrir a máquina de café com maior frequência para conseguir as poucas fichas disponíveis).

Defina M como a quantidade de fichas circulando na economia (ou melhor, na redação do jornal). Esta quantidade de fichas inclui as que estão presas na máquina, as que estão acumuladas no caixa e as que estão acumuladas pelos jornalistas. Defina P como o preço do café (no caso, R$0.25), Q é o número de cafés vendidos. Tirando do fundo do baú (mas nem tanto) a boa e velha Teoria Quantitativa do Friedman, temos a relação:



M V = P Q


Onde, neste caso, V é a conhecida "velocidade de circulação" das fichas na economia-redação. No lado direito da equação temos o valor nominal do total de cafés circulando, que deve ser igual a "V" vezes o total de fichas da economia. O problema da economia é que, dado uma quantidade M e um preço P, V está caindo, pois o número de usos das fichas está sendo menor do que o valor nominal das vendas do café. A consequência é que Q está sendo ajustado para compensar a queda em V.

Solução simples 1: dado que V está caindo, e não é bom para ninguém que Q caia, então que M cresça para compensar o aumento da demanda por fichas.

Solução simples 2: reduzam o preço do café, fazendo com que uma ficha possa comprar mais do que um café. Operacionalmente é mais difícil que a primeira solução, mas é uma saída lógica para o problema, já que, com o café mais barato, mais gente vai usar as fichas guardadas para tomar mais café. Para os interessados em política monetária, é um aumento dos saldos reais através de uma deflação dos preços.

Solução alternativa 1: conceda-se uma permissão para alguém explorar a venda de fichas ao longo do final de semana, ganhando dinheiro através de um spread sobre o preço das fichas durante a semana. Isto pode induzir a um maior entesouramento, ainda que tenha a vantagem de regular melhor a oferta de fichas.

Solução alternativa 2: permita-se que a máquina aceite outras fichas, tais como moedas de R$0.25. E deixe o mercado escolher qual a melhor moeda para esta transação. É uma solução estilo "free-banking", das antigas.

Entre todas as soluções, ainda acho a primeira a mais factível: a partir do instante que a quantidade de fichas na economia-redação estiver melhor calibrada (e com um aumento de fichas, e não queda, Shikida!) os incentivos para a formação de reservas adicionais de fichas devem ser reduzidos naturalmente. Ainda vai existir o entesouramento, mas é possível que uma parte disto seja consequência do conhecimento geral da redação a respeito da falta de fichas no mercado. Ou seja, os agentes (usuários da máquina de café) aprenderam a regra de política monetária (quantidade de fichas constante no tempo) e resolveram se adaptar. É razoável mudar a política, dado que ela não é ótima para nenhuma das partes.

Abraço!



maio 19, 2009

Posts (Ainda Mais) Parados

Prezados,

Devido a dificuldades computacionais momentâneas, os posts serão, nos próximos dias, ainda menos frequentes que o normal. Não se preocupem, eu não morri, menos ainda o meu computador (ainda que ele possa pedir água se eu não resolver o problema logo), mas um total de 38 parâmetros a serem estimados estão sugando toda a capacidade de produzir algo interessante para o blog.

Abraços!

maio 16, 2009

The Godfather – Baptism

Falta de Assunto?

Tem um morto-vivo que vaga pelo mundo dos blogs escrevendo coisas incompreensíveis, muitas vezes até impossíveis de serem provadas (justamente por serem ridículas) e que, de tempos em tempos, consegue virar tema em blogs de economia/política. O interessante é que as respostas aos seus posts ("respostas" = "fazer piada") parecem aparecer em ondas, com diversos blogs respeitáveis pegando trechos de seus hieróglifos para garantir a piada do dia.

Eu sei: é divertido! Eu sei: precisamos de alguém para manter a nossa auto-estima em alta! Eu sei: é reconfortante saber que existem pessoas cujos textos nos fazem parecer um pouco mais inteligentes! Mas tem uma hora que é preciso dizer: chega!!!

E não adianta mandar link de nenhum texto desta praga para cá, que eu nem leio o comentário. Vai direto para o lixo.

Abraços!

maio 13, 2009

Números Cabalísticos em Economia: 50000

A solução encontrada pelo governo para o problema do rendimento das cadernetas de poupança trouxe uma mudança na tributação para saldos acima de R$50.000,00. O número parece ser algo cabalístico para economistas brasileiros: o texto da Medida Provisória 168 de 15 de março de 1990 dizia o seguinte, no seu artigo 5º (grifos meus):

"Art. 5º Os saldos dos depósitos à vista serão convertidos em cruzeiros, segundo a paridade estabelecida no § 2º do artigo 1º, obedecido o limite de NCz$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzados novos).
§ 1º As quantias que excederem o limite fixado no caput deste artigo serão convertidas, a partir de 16 de setembro de 1991, em doze parcelas mensais iguais e sucessivas.
§ 2º As quantias mencionadas no parágrafo anterior serão atualizadas monetariamente pela variação do BTN Fiscal, verificada entre o dia 19 de março de 1990 e a data da conversão, acrescida de juros equivalentes a 6% (seis por cento) ao ano ou fração pro rata.
§ 3º As reservas compulsórias em espécie sobre depósitos à vista, mantidas pelo sistema bancário junto ao Banco Central do Brasil serão convertidas e ajustadas conforme regulamentação a ser baixada pelo Banco do Brasil."


Que Medida Provisória era esta? A que implementou o confisco de ativos no Plano Collor. Para quem não queria nenhuma comparação com as ações do governo de então, a escolha do valor para a mudança de tributação não poderia ter sido mais infeliz. Ou ainda: mais infeliz que a solução encontrada (muito longe do ideal, pois manteve o rendimento fixo de 6% para a caderneta de poupança), só mesmo o valor para incidir a tributação.

Abraços!

maio 12, 2009

Stay Away

Brazilians, get out!!! Eu não quero convites para festas, mensagens com imagens gif e convites para comunidades no Facebook.

Abraços!

Juros Negativos = Calote?

O Mankiw vem tratando no seu blog e em outros espaços disponíveis sobre idéias capazes de criar taxas de juros nominais negativas. Para explicar: em condições normais (taxas de juros nominais positivas), quando você empresta algum dinheiro, a pessoa que fez o contrato se compromete no futuro a pagar o valor que você emprestou, mais um percentual sobre o valor da operação, que corresponde aos juros. Sob taxas de juros nominais negativas, o pagamento do empréstimo seria igual ao valor emprestado, subtraído de um percentual do valor emprestado. Ou seja, a pessoa que empresta o dinheiro no presente se compromete a receber um valor menor no futuro em termos nominais.

A idéia é maluca, sim, mas a lógica é razoável: se existe algum motivo pelo qual guardar dinheiro resulte em uma perda, sob certas condições torna-se interessante emprestar o dinheiro a uma taxa de juros que seja menor que o valor da perda. Por exemplo, digamos que, por algum motivo exotérico (um imposto sobre os saldos monetários), os US$10.00 que tenho hoje na carteira valerão apenas US$9.00 no final do mês, e que a inflação é igual a zero. Se eu emprestar estes US$10.00 hoje, aceitando receber US$9.50 no futuro, terei evitado uma perda, e estarei, no futuro, em situação melhor.

Entre todas as idéias, uma me chamou a atenção, e veio desta raça esquisita chamada "grad student" (onde estou incluído, atualmente; daí talvez o interesse). Para sintetizar a idéia: imagine que, todo o final de ano, o Banco Central faça um sorteio de um número entre zero e nove, e todas as cédulas em circulação que terminem com o número sorteado perdem o valor. Imediatamente, o valor esperado em um ano de carregar uma nota de dinheiro corresponde a 90% do valor da nota (E(X) = 0.1 * 0 + (1-0.1) * X, onde X é o valor da nota, e 0.1 é a chance de sair o número da cédula). Com isto, qualquer empréstimo feito onde o emprestador se disponha a receber, digamos, apenas 95% do valor atual da cédula representa um ganho, e estamos no ambiente descrito como "exotérico" anteriormente.

O que me chamou a atenção na proposta é o aspecto legal da idéia: as cédulas correspondem, em termos legais, a uma obrigação do governo emissor para com a pessoa que retém a moeda. Ou seja, se o governo dos Estados Unidos resolver recolher todas as cédulas do mundo, alguma contrapartida NO MESMO VALOR deverá ser feita às pessoas que possuírem as cédulas de dólar. E é aí que a coisa se complica. Aceitar uma cédula, sabendo que existe a chance de, no futuro, ela perder o seu valor, constitui um calote? Ainda que a perda do valor esteja no "contrato" entre quem emite e quem recebe a cédula, retirar o valor da nota constitui um fato ilegal?

Para detalhar mais o problema que eu tenho, vamos a exemplos práticos. Imagine que você tem um dinheiro sobrando e resolva investir em títulos públicos. Está cansado do rendimento baixo do seu país de origem, e resolve se arriscar pelos ambientes conturbados de economias emergentes. Chega o governante de um país suspeito da América Latina que garante 15% no ano em troca do teu dinheiro. Você repassa o dinheiro e vai para casa feliz. No dia seguinte, liga o noticiário e sai a notícia que o governante torrou a sua grana em uma festa, e já anunciou que, como outras vezes que ele teve acesso a dinheiro dos outros, ele está dando os canos. Você sabia do comportamento suspeito do governante, e, mesmo assim, emprestou. Isto, sabemos, é calote.

Agora, imagine que o governo do seu país passe uma lei, aprovada pelo congresso, dizendo que existirá, daqui para frente, um mecanismo como o sorteio descrito acima. Isto não vale para o dinheiro já existente, apenas para novas emissões de moeda. Obviamente, você tem o direito de não aceitar como contrapartida do pagamento do governo as cédulas impressas pela casa da moeda. Logo, um primeiro impacto que podemos esperar da implementação da medida é uma redução da demanda por moeda, na sua forma "papel-moeda", mas um aumento de outras formas de liquidez (depósitos à vista, ou qualquer outro agregado monetário). Entretanto, no aspecto puramente legal, o "dinheiro perdido" após o sorteio constitui um calote?

Eu creio que sim. No paralelo dos exemplos acima, a aprovação de uma lei implementando o sorteio pode ser vista como equivalente à aprovação de leis que institucionalizem o calote nas economias emergentes (e elas existem, em profusão, jogadas no meio dos pacotes malucos que acompanham os calotes). Quer dizer, não é a quebra da garantia legal de circulação que faz com que um calote seja um calote: é a quebra de um valor pré-acordado, legal. Ou seja, não é a garantia da validade da nota, mas a garantia do valor da nota que interessa. Se eu tivesse dez notas de US$1.00, com todos os números seriais diferentes e, depois do sorteio, tivesse a nota sorteada substituída por outra de curso legal, não haveria o calote, porque não haveria perda de valor, ainda que todas as notas sorteadas acabassem recolhidas.

Óbvio que, com isto, a proposta do colega de Harvard perderia o sentido. Mas só o trabalho de dar uma segunda olhada para a idéia já foi um exercício interessante.

Abraços!

maio 05, 2009

Sexo Antes do Casamento: OLG

Um ex-professor daqui (de macroeconomia, diga-se, e excelente professor) escreveu um paper sobre socialização entre pais e filhos e a decisão sobre sexo antes do casamento. A abordagem é bem curiosa: para descrever a propagação entre gerações da educação que os filhos recebem a respeito do sexo, os autores usam um modelo com "overlapping-generations" (ver Ljunqvist e Sargent, 2004, capítulo 9), muito conhecido dos estudantes de macro de pós-graduação. A idéia é que, da mesma forma que os pais deixam heranças (monetárias) para os filhos, também deixam conhecimentos que influenciam decisões de futuras gerações. No caso, a decisão da jovem mulher se terá sexo antes do casamento ou não.

Terei que ler o paper com cuidado, antes de Maria Beatriz chegar.

Abraços!

maio 02, 2009

Lucas (A Crítica) em Finanças

O Márcio trouxe um texto interessante do Financial Times a respeito da teoria de cópulas em finanças, tratando do uso desta fórmula na precificação de ativos relacionados com as hipotecas americanas. Este assunto já foi tratado naquele texto da Wired, mas uma frase nesta matéria me chamou a atenção (grifos meus):

clipped from www.ft.com

The unwinding started, as we all now know, in the US subprime housing market. Defaults started to increase in late 2006. The banks weren’t worried at first. Their models assumed that the pinprick default points all over the US were not correlated. But the defaults kept coming. By early 2007, it was clear that the US subprime market had a problem and by that summer, homeowners all over the US were defaulting on their mortgages. The cheap debt made available by the finance revolution was so cheap, in fact, that the loans should never have been made. And the correlation model was still mapping the housing market as it had been in 1990s, not the grossly inflated monster it had become. The development of the model had, ironically, changed the nature of the reality it was modelling.

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O parágrafo todo me lembra algum exemplo de livro-texto da chamada "Crítica de Lucas" em modelos macroeconômicos antigos: o uso de formas reduzidas pode ser uma boa explicação do que ocorreu no passado, mas um péssimo previsor do futuro, tendo em vista que as equações são, justamente, uma forma reduzida. Eu não entendo de finanças, mas a última frase seria justamente a definição da crítica, uma vez que a falha do modelo estaria justamente no "aprendizado" dos agentes sobre as respostas daquela forma reduzida e o comportamento derivado do aprendizado.

Se alguém tiver uma explicação, um palpite para informar se estou pensando corretamente, agradeço.

Abraços!

Rótulos, DSGE, Macroeconomia: EconTalk

Excelente entrevista conduzida por Russ Roberts com Ricardo Reis, no podcast EconTalk. Muito dos meus últimos posts sobre economia monetária, modelos macroeconômicos e a (falsa) dicotomia "Novos Keynesianos vs. Novos Clássicos" estão explicadas de uma maneira didática, clara, e muito mais organizada do que as idéias que eu joguei por aqui.

Ouvindo a conversa, lembrei de toda a transição que passei no estudo de macro, desde os modelos IS-LM para a graduação até os modelos DSGE atuais. Um grande salto muito bem descrito.

A dica veio do blog do Mankiw.

Abraços!

maio 01, 2009

Aniversário de Casamento

8 anos atrás, minha vida mudou.

5 anos atrás, tive certeza que foi para melhor.

Parabéns para nós!

Beijos, TE AMO!!!