novembro 30, 2008

Duke Football (Final) Update: 4-8

Season is over, finally.

Abraços!

Isto é Incríííííível...

Estivemos fora por uma semana. O que mudou? A foto abaixo, de um posto de gasolina aqui perto de casa, foi tirada no caminho para o aeroporto, no dia 22 de novembro. Notem o preço da gasolina mais barata: US$ 1.87 por galão.



Esta outra foto foi tirada na volta, ontem, dia 29 de novembro, do mesmo posto de gasolina. Notem o preço: US$ 1,81 por galão! Queda de mais de 3% em uma semana!



Se você acha que eu estou de sacanagem, que eu peguei um posto que está fechando para tomar como parâmetro, olhem aqui a média dos preços da gasolina no Estado da Carolina do Norte. Agora, no Brasil, isto não vai acontecer. Por quê? Duas possíveis explicações: 1) porque o governo não quer, o que é uma opção de política de preços; 2) porque o governo não pode baixar, o que, em tempos de vacas magras para as empresas de petróleo, deveria ser melhor explicado. Ops, acho que já está sendo explicado...

Como dizia o Lombardi, no final daquele quadro no programa Sílvio Santos: "Isto é incríííííível..."

Abraços

O Homem é Mau, Até em SC

Não gosto muito da Zero Hora, e talvez o fato de o melhor texto deste domingo que encontrei por lá sobre política tenha sido escrito por um cronista esportivo diga muito. Entretanto, David Coimbra está fora da linha do comentarista de esportes tradicional. E a sua análise sobre a tragédia de Santa Catarina é perfeita.

Sim, o homem é mau, por natureza, seja pobre, rico, branco, negro, amarelo, doutor, pedreiro, presidente, lixeiro, gaúcho, carioca, acreano, inglês, americano, chinês, cubano. E é por isto, e só para isto, que precisamos de leis e de um Estado que as façam ser cumpridas.

Segue trecho:

clipped from www.clicrbs.com.br
Agora mesmo, milhares de brasileiros foram vitimados pelas enchentes em Santa Catarina, e parece que neste caso não dá para atribuir a culpa a ninguém, senão à Natureza inclemente. Aí, como reagiram alguns brasileiros à tragédia que martiriza seus semelhantes? Comerciantes aumentaram os preços dos alimentos e da água potável — li que um litro de água chega a ser vendido a R$ 14. Flagelados não abandonam suas casas com medo de que sejam arrombadas. Depósitos de mercadorias estão sendo atacados. Vi fotos de gente levando produtos de saque pela rua dentro dos próprios carrinhos dos supermercados. Não eram alimentos. Eram TVs de tela plana, eletrodomésticos e bebidas alcoólicas. Uma farra. Para arrematar a festa, os caminhões que tombam nas estradas são saqueados pelas comunidades lindeiras às rodovias e pelos outros motoristas.
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Abraços!

novembro 22, 2008

Fim de Semestre

Thanksgiving chegando, mas este ano não vai ter futebol na frente do prédio da Economia: estamos indo visitar uma pessoa especial.

Ah, consequência disto? Duas:

1) Posts (ainda) mais esparsos;

2) Fotos quando voltarmos.

Metas para a viagem? Terminar, durante o vôo, a leitura de alguns livros não relacionados aos estudos, talvez ler alguns papers na volta; ouvir alguns cds que comprei mas estavam jogados na prateleira; descansar bastante.

Abraços!

Humor na Crise

Esta charge que o Krugman colocou no seu blog, a partir da foto do atual presidente do FED, é antológica.

Abraços!

"Quem Paga o Gaiteiro, Escolhe a Música"

Passou batido por mim detalhes mais aprofundados sobre as reuniões dos ministros do G-20 no Brasil, e dos presidentes do grupo em Washington. Eu registrei aqui no blog a repercussão da reunião pelo NYT, e a relativa (des)importância do Brasil e outros emergentes nas negociações. Antes disto, fui chamado de "superficial" nos comentários de um post sobre as declarações de Mantega em uma reunião do FMI, e retruquei dizendo o óbvio: os países desenvolvidos não vão ouvir os emergentes, e também não vão aceitar o FMI como mediador destes esforços. E isto por um motivo simples: a participação dos emergentes nestes organismos multilaterais é muito pequena. Citei, para completar, que o total de fundos disponíveis no FMI para atender os países correspondia ao total das reservas internacionais brasileiras, o que não é suficiente para atender o mundo todo em uma crise destas dimensões.

Pois não é que eu descobri, agora, uma lembrança genial da ministra da Economia da França, falando exatamente a este respeito? Ela citou um ditado irlandês que diz muito, neste momento, sobre as pretensões emergentes nestas discussões:


"O Brasil sempre pede muito, mas há um adágio irlandês adequado para a situação, quem paga o gaiteiro escolhe a música."


Notem que Christine Lagarde não é ministra de um governo "lame duck", não é uma raivosa republicana, nem amestrada pelo Bush.

Preciso falar mais alguma coisa?

Abraços!

novembro 20, 2008

A Volta do Provão

Demorou, mas vai sair aqui deste blog um elogio para o governo: parabéns por retornarem com o Provão (agora chamado de Enade) obrigatório para todos os alunos concluindo curso. A idéia da amostragem para selecionar alunos que fazem as provas era lamentável, pois prejudicava tanto a comparação histórica de um mesmo curso quanto a comparação entre cursos de mesma área em universidades diferentes.

Agora, uma provocação: segundo o coordenador do Inep, a mudança foi feita para dar credibilidade ao exame. Se o exame está voltando para o formato antigo, quer dizer que o governo admite que o uso da amostragem retirou credibilidade do processo de avaliação dos cursos?

Abraços

novembro 15, 2008

Nova Pesquisa

E ela tinha que ser, obviamente, sobre a personalidade do ano. Registre aí do lado a sua opinião sobre Barack Obama!

Abraços!

"Show me Money", "Dog House", Fim de Página: NYT

A matéria do NYT sobre a reunião do G-20 em Washington serviu para mostrar o quão desigual ainda é a pauta dos países envolvidos na crise, e a pouca possibilidade de gerar uma "solução comum", "regulação global", e outras pirotecnias tão presentes (e supostamente eficientes) no noticiário brasileiro quanto o emplastro Brás Cubas.

A despeito da declaração conjunta do grupo, o NYT destaca que qualquer solução vai, necessariamente, passar pela posse de Obama na Casa Branca. Mais do que isto, a matéria também se mostra cética, à la Thomas Friedman, quanto à soluções que o futuro governo americano possa implementar sozinho. E este parágrafo deixa claro a noção "show me the money" que o colunista já expôs durante a semana:


clipped from www.nytimes.com
Though the proposals were cast as ambitious reform, they mainly reflected steps that the countries were already undertaking. What remained to be seen was whether, working with a new White House, they will cast aside their political and economic differences to come up with dramatic changes.
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Ou seja, muito bonito cobrar a solução americana, mas na hora de sentar com o novo governo para propor um ajuste conjunto, o tom da conversa deve mudar significativamente. Propor "harmonização dos padrões de contabilidade", para que a informação entre países seja mais transparente, é fácil. Duro, mesmo, vai ser quando Obama não abrir mão de posições pró-mercado (e a presença de Larry Summers e Timothy Geithner na equipe do novo governo me leva a crer nisto), e tiver que bater de frente com presidentes como Sarkozy (um francês, como sempre!).

Também interessante, não poderia deixar de ser, o papelão argentino na reunião, onde o grande destaque dado pela matéria foi na estatização dos fundos de pensão do país. Seguindo a linha de um blogueiro do Brasil, o governo argentino foi, literalmente, colocado na "dog house" dos investidores internacionais (e o pior, tem quem ache bom isto, seja por lá, seja no Brasil...):


clipped from www.nytimes.com
Argentina, meanwhile, announced it would nationalize $26 billion of private pension funds, raising fears that the government was short on cash and putting Mrs. Kirchner into an economic dog house with foreign investors, who are pulling their money out of the country.
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Por fim, para os deslumbrados com o "novo papel" que "nossoguia" exercita na política externa, o final da matéria chega como uma ducha de água fria: dizer que "para quem clama por um assento no encontro de verão, apenas estar por aqui já era uma vitória" é uma baita sacanagem!!!

(se não entenderam a última frase, a parte do "baita sacanagem" é uma ironia, tá?)

Abraços!

Duke Football Update: 4-6

Yeah, yeah, yeah... whatever.

Abraços!

novembro 12, 2008

Duke Basketball: Nova Temporada

Começou nesta semana a temporada de basquete universitário. Duke vem com um time mais reforçado, tanto em termos físicos quanto em termos de jogadores novos: muitos dos veteranos ficaram trabalhando a parte física durante o verão, para aguentarem melhor a sequência de jogos e chegar em março mais inteiros; por outro lado, entre os novos recrutados, o que chama a atenção é a força física, já que, além de dois pivôs (Olek Czyz e Miles Plumlee), também chegou um armador de bom tamanho (Elliot Williams, 1,92m, aproximadamente), para compensar a ausência de um grande jogador capaz de dominar o garrafão.

A expectativa é que Duke jogue nesta temporada no mesmo ritmo acelerado da temporada passada, mas com melhores resultados em função tanto da melhora física quanto da maior experiência do time. Neste ano, dois seniors na classe (no ano passado, apenas um, DeMarcus Nelson, hoje jogando no Golden State Warriors, da NBA). De fato, nos dois primeiros jogos, duas vitórias com margens de, respectivamente, 31 pontos (contra Presbyterian) e 43 pontos (contra Georgia Southern), ainda que contra duas escolas sem expressão.

Os jogos efetivamente começam a ficar mais interessantes em dezembro, com destaque no dia 2, bom jogo contra Purdue, e no dia 20, contra Xavier. Janeiro marca o início dos jogos da ACC, mas a minha expectativa é de um bom jogo contra Davidson, que teve um excelente desempenho no Nacional do ano passado. Em fevereiro, o primeiro jogo contra a UNC (maior rival local), em março, antes das finais da Conferência e o início do Nacional, o segundo jogo.

E assim segue a vida universitária em termos de esportes, para aquelas universidades que não possuem bons times de futebol: se Duke fosse um pouquinho melhor, estaríamos acompanhando a temporada de futebol até o início de janeiro. Como o forte aqui é o basquete, presta-se atenção no time desde o início, depois de torradas todas as esperanças de vitória na temporada do esporte "paixão nacional".

Abraço!

novembro 09, 2008

A Hora da Conta

Excelente artigo de Thomas Friedman no NYT de hoje. Muito apropriada a lembrança para aqueles ainda deslumbrados com Obama, gritando como se um socialista estivesse perto de ocupar a Casa Branca. A prova do pudim é feita com uma colher, depois dele pronto, e não através da execução da receita.

A festa da eleição acabou. Quero ver quantos vão se apresentar para pagar a conta.

Abraços!

Um Conto de Halloween

Não gosto mais de brincar de Halloween. Mamãe me pediu, este ano, para me vestir de fadinha para pedir doces para os vizinhos, mas eu não faço mais isto, não caio mais no conto dela. Eu até fui para a escola com a roupa que mamãe fez para mim, mas eu não faço mais isto.

Na escola foi legal, a professora apareceu fantasiada também, meus colegas estavam vestidos de monstros. Johnny veio vestido de jogador de futebol americano, Pat veio de Pokemon. Eles são meus amigos, mas no ano que vem, eles não me convencem a colocar mais roupa nenhuma. Eles que vão brincar no Halloween, eu não brinco mais, não tem mais graça.

Voltamos para casa, na maior animação. Mamãe estava me esperando na saída do ônibus. Não via a hora de bater na porta dos vizinhos para brincar "Trick or Treat". Mamãe reclamou muito, no ano passado, quando comi todos os doces de uma vez só, e fiquei enjoada. Mas foi divertido, os chocolates estava gostosos! Este ano, não. Passei mal, mas foi por outro motivo.

Quando anoiteceu, mamãe me levou para junto dos meus amiguinhos, e começamos a bater na porta dos vizinhos. Todo mundo nos dava doces. Este ano estava especial, muitos chocolates!!! A minha cestinha estava ficando bem cheia. Mamãe estava junto da gente, mais o pai da Jane e a mãe do Johnny. Até que resolvemos bater naquela porta...


Estava tudo escuro, apenas uma luz acesa. Mas nós estávamos contentes. A Jane só falava nas balas que iria comer. O Johnny, previnido, prometia sua mãe que só iria comer um doce por dia, mas nos dizia, escondido, que iria levar mais doces para comer na escola, escondido da professora e dos seus pais. Batemos na porta. Eu lembro de ter pensado que o lugar era meio macabro. Mas ainda assim, batemos na porta. Foi quando aconteceu.

Mamãe segurou a primeira porta, proteção para o frio, aberta. Nós fazíamos barulho, gritávamos "Trick or treat", quando ouvimos a maçaneta da porta girar, aquele click. A porta demorou um segundo para abrir, mas quando abriu, um berro horroroso veio lá de dentro, um grito macabro que estourou nos nossos ouvidos e trouxe o pânico!!! E veio, lá de dentro, a criatura mais horrorosa que eu vi na vida!


Aquele, aquilo, aquele animal... aquele bode gritou alto!!! Todos ficamos assustados! O Pat me contou que, depois que ouviu o grito, acabou fazendo sujeira nas calças. A Jane saiu correndo, sua mãe teve que segurá-la para que não atravessasse a rua. Johnny jogou longe a sua cestinha, até hoje é possível encontrar chocolates jogados ao redor daquela casa medonha. Eu? Eu gritei, ainda mais alto que aquele bode, estava apavorada. Depois do grito, quis sair correndo, mas o Pat, vestido de Pokemon, estava mudando de cor a cada instante que passava olhando para a besta-fera, e não se mexia.

Foi quando mamãe nos disse para nos acalmarmos, que o bode tinha uma surpresa para nós. Eu não entendi por que, mas ela ria, ria muito! Mamãe devia ter sido abduzida pelo bode!!!! Aí o bode trouxe uma cesta cheia de chocolates. Ele queria nos comprar com doces!!! Aqueles doces deviam estar amaldiçoados. Quando Johnny, quase empurrado por sua mãe, se colocou na frente do bode para pegar doces, a fera gritou de novo:

— Só pode pegar um!!!!!

Johnny me disse que, quando ouviu aquilo, fez caquinha de novo nas calças. Pegou só um doce, e mostrou para o bode mau que estava pegando só um. O animal concordou. Fizemos fila, com medo que a fera voltasse a gritar, mas pegamos apenas um doce. Eu ainda tenho este chocolate guardado na minha gaveta. Estou com medo de comê-lo.

Não contente em nos assustar, a fera ainda foi fazer a sua festa. Encontrou uma menina no caminho. A menina parece que não se assustou com o bode, e saiu com ele! Ela deve ser corajosa! Quando crescer, quero ser que nem ela, só para não ter medo do bode...


E, depois de tudo, o bode ainda se reuniu com amigos para beber e fazer festa rindo da nossa cara!



No final da noite, o bode ainda ganhou um beijo da menina corajosa... Não quero mais ser como ela: que nojo dar um beijo naquele bode assustador!!!! E ele nem virou príncipe depois do beijo!


Eu não quero mais saber de Halloween! Não mesmo. No ano que vem, não brinco mais. Perdeu a graça.

Abraço!

Duke Football Update: 4-5

Quando o quarterback do seu time executa passes totalizando 317 jardas, acertando 37 em 52 passes, com dois touchdowns, além de 41 jardas corridas, é sinal de que o seu time teve um bom final de semana, não? Se o jogo for de futebol universitário, e se o time for Duke, não tenha tanta certeza: Duke perdeu para NC State, em casa, por 27-17, em uma partida horripilante, para dizer o mínimo.

O quarterback de Duke, Thad Lewis, com o desempenho acima, não conseguiu transformar os números em pontos, basicamente pela ineficiência do jogo de corrida: em um primeiro down na linha de 3 jardas de NC State, quando o jogo ainda estava 24 a 10 no início do terceiro quarto, Duke executou três corridas seguidas, todas bloqueadas pela defesa, e, no quarto down, um passe incompleto. Tivesse uma dessas quatro jogadas dado certo, e o jogo estaria reduzido a apenas uma posse de bola...

Com isto, fica confirmada a previsão feita na semana passada, com Duke perdendo os próximos três jogos, e encerrando a temporada com quatro vitórias e oito derrotas. Um quadro razoável para quem ganhou apenas quatro jogos nas últimas quatro temporadas e abre boas perspectivas para o ano que vem, com o primeiro recrutamento do novo treinador, David Cutcliffe, em uma temporada que, com certeza, o time estará melhor preparado.

Abraço!

novembro 04, 2008

Vai Passar, Vai Passar...

A imprensa brasileira tem um vício que chega a ser nojento: quando os dados não batem com a tese do jornalista que está escrevendo a matéria, basta reescrever a tese com letras garrafais no título, e tudo estará provado. Os dados que se explodam! Do que estou falando? Olhem o título da matéria que saiu na Folha de hoje:

"Apesar de ganhos, Obama perde entre os brancos"

Para quem não lê a matéria, fica com aquela idéia plantada: "é, americano é racista mesmo". Aí alguém que se disponha a fazer um pouco mais de esforço pega a matéria para ler, matéria assinada pelo ente "Da Redação" (este jornalista, o tal "Da Redação", tinha que ser demitido por escrever um título de matéria como este):


clipped from oglobo.globo.com

A mais recente pesquisa do "New York Times" e rede CBS apontou que Obama tem o apoio de 44% dos brancos.

É um índice superior à média -de 39%- que o Partido Democrata registra desde 1964.

Além de o apoio branco a Obama ser mais expressivo que o recebido pelo democrata Bill Clinton nas suas duas eleições, o "New York Times" registrou que, do ponto de vista histórico, a fatia do eleitorado branco no universo do total dos votantes dos EUA encolheu. Em 1984, ano da reeleição do democrata Ronald Reagan, 86% dos votos eram de brancos. Em 2004, o número caiu para 77%.
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Ou seja, Obama tem a aprovação ENTRE OS BRANCOS maior que a média histórica entre todos os candidatos democratas desde 1964, mas ainda assim, destaca-se o fator "raça" no título. Tem mais: na parte disponível só para assinantes do jornal, lê-se:


"A aprovação do democrata entre os não-brancos pouco compromete sua avaliação entre os brancos. Uma recente pesquisa do canal NBC News e do "Wall Street Journal" apontou que 80% dos americanos não crêem que um eventual mandato de Obama iria favorecer os negros em detrimento dos demais cidadãos."


A matéria está, do início ao final, provando que a raça de Obama terá uma influência pequena nas eleições de hoje. Mais do que isto, está mostrando que Obama bateu todos os fatores que pesavam contra si, inclusive um suposto preconceito americano. Ao invés de entrar com um título como "Fenômeno Obama supera elementos raciais, apontam pesquisas", prefere-se destacar que "os brancos ainda votam em minoria em um candidato negro".

Não passou pela cabeça do jornalista "Da Redação" que ele acabou de demonstrar que brancos, em geral, tendem a votar em Republicanos, independentemente da raça do candidato Democrata: o título tinha que demonstrar a sua tese.

Querem saber: que Obama seja eleito! Por favor! Não é mais uma questão de preparo, não é mais uma questão de necessidade de um time de economistas novos na Casa Branca, não é mais uma questão de ver o eleitor americano buscar o melhor para o seu país. Agora é uma questão de superar a doxa brasileira (e, quiçá, mundial): quero que Obama seja eleito para mostrar que presidentes fazem cagadas, sejam brancos, negros, vermelhos, amarelos, azuis; sejam de origem judaica, protestante, do candomblé, católicos ou árabes; sejam nascidos no Quênia, na Jamaica, no Arkansas ou em Caetés/Garanhuns. Quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama voltar a atacar o Afeganistão, trocando o Iraque por este país; quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama avisar que não vai ter o corte de impostos prometidos porque a dívida do país é a maior da história; quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama der uma banana para o etanol brasileiro, de forma a proteger os plantadores de milho do centro-oeste do país.

Já encheu o saco.

Abraços!

Para Entender a Eleição

Se você quiser saber o resultado da eleição para Presidente dos EUA, não perca tempo lendo jornais daqui, procurando entender os colégios eleitorais, as formas de apuração, pesquisas, etc. O que você precisa saber está aqui, neste post!!!

Gastei a última hora (e não precisa de mais do que isto) fazendo algumas contas sobre a composição do colégio eleitoral, a partir do que as pesquisas por Estado dão como resultado das urnas nesta terça-feira. Os dados eu tirei deste site da CNN, que mostra o painel do país, para onde cada Estado está se inclinando, e o peso no colégio eleitoral. Clicando um pouco mais abaixo, dá para abrir o mesmo mapa com as últimas pesquisas de opinião por Estado. A partir daí, fiz os meus cenários.

A conclusão: o único Estado que interessa, entre todos os que vão falar ao longo do dia, é a Pensilvania. Segue a lógica:

1) Antes de mais nada, guarde este número em sua cabeça: 270. Este é o número de votos no colégio eleitoral que um candidato deve atingir para ser eleito.

2) Como panorama geral, assuma que os Estados menos comentados e com menor peso no colégio apenas confirmem o que as pesquisas projetam (eles aparecem com os tons mais claros de azul e vermelho). Com isto, McCain levaria o Arizona, Georgia, Arkansas e West Virginia; Obama, pela mesma lógica, levaria Nevada, New Mexico, Maine, New Hampshire, Colorado, Minnesota e Winsconsin. Ainda que estejam de azul claro, deixe os Estados da Pensilvania e Virgínia sob observação. Esta combinação de Estados dá 257 votos para Obama, 157 para McCain, 90 indefinidos e 34 tendendo para Obama (Virginia e Pensilvania).

3) Vamos começar pelo cenário difícil, para mostrar, no final, que a complicação não existe se Obama ganhar na Pensilvania. Assuma que as pesquisas estão erradas, e que McCain ganhou na Pensilvania. Isto faz com que McCain fique com 178 votos e apenas 13 votos tendendo para Obama. Neste cenário, as combinações que dão a vitória para Obama são: a) vitória na Virginia, obtendo os 13 votos que faltam; b) vitória ou na Flórida, ou em Ohio, ou em North Carolina, cada um destes Estados com delegados suficientes para eleger Obama no cenário básico; c) vitória de Obama em Indiana ou Missouri, combinado com vitória em Montana ou North Dakota (estas duas combinações totalizam 14 votos, que dão a vitória para Obama).

Logo, se McCain ganhar na Pensilvania, Obama tem que olhar para 8 Estados, onde 6 combinações poderão ainda lhe dar a eleição. Complicado, não é?

4) Agora, o mais fácil, assuma que Obama venceu na Pensilvania: Obama faz 278 votos no colégio eleitoral, e só uma vitória de McCain em todos os Estados indecisos, mais a reversão de algum Estado que até hoje aponte para Obama poderia lhe dar a vitória.

Eu acredito que pesquisas possam errar; eu não acredito que TODAS as pesquisas errem ao mesmo tempo sobre o mesmo assunto. Se Obama ganhar a Pensilvania, McCain precisa que as pesquisas na Florida, na Virginia, em North Dakota e em mais algum Estado de peso que esteja apoiando Obama estejam erradas. Sim, todas ao mesmo tempo!

Vai ser interessante acompanhar na televisão a apuração dos votos, mas acho que não teremos nada parecido com o que ocorreu na Flórida na última eleição de Bush. É muito provável que, na manhã de quarta-feira, ou mesmo no final da noite de terça, McCain faça o seu discurso reconhecendo a derrota para Obama.

Abraços!

novembro 02, 2008

Duke Football Update: 4-4 (They Blew It Again!)

Desculpe a demora para postar de novo: semana complicada, muito trabalho, apresentação para esta semana. Só tive folga para uma festa na sexta, curtir um pouco do Dia das Bruxas, mas sobre isto eu falo depois.

Dia das bruxas, mesmo, teve o time de Duke, no sábado, em mais um jogo que estava ganho. Duke perdeu para Wake Forest na prorrogação, 30-33. Jogou melhor o tempo inteiro, perdeu por dois erros bobos: um fumble depois de um chute, que deu um touchdown para Wake Forest, e um passe interceptado na prorrogação, em grande jogada do cornerback que soube ler a jogada.

De toda forma, desempenho muito melhor do que o esperado para Duke: levar um jogo para a prorrogação, tendo tido chance para ganhar no tempo normal (ainda perdeu um chute de mais de 50 jardas que valeria o jogo), é fato para ser comemorado. A bolsa de apostas dá um certo favoritismo para Duke na próxima partida (sábado que vem, contra NC State em casa), mas vai ser muito difícil.

Abraços!