Muito boa a dica do blog do Mankiw sobre este texto do Prof. Scott Sumner, a respeito da hipótese dos mercados eficientes (EMH, em inglês), base da descrição dos mercados de ativos em modelos de equilíbrio geral. Parte da minha discordância em relação ao texto do Prof. Willem Buiter está exatamente na sua crítica à adoção da EMH. Ao comentar a solução dos modelos de equilíbrio geral, Prof. Buiter diz:
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Além de não entender o resultado sobre a equivalência entre a economia do "central planner" e a economia descentralizada no modelo neoclássico na sua forma mais básica (ver Stokey, Lucas & Prescott, 1999, capítulo 15, teoremas 15.3 e 15.4, mais conhecidos como o Primeiro e o Segundo Teoremas do Bem Estar), Prof. Buiter ignora também que, em economias onde a equivalência não se sustenta (caso da estrutura novo-keynesiana), ainda pode existir um equilíbrio suportando a convergência para um steady-state. Ou seja, mesmo que a formulação neoclássica não seja a mais adequada para o problema, a existência do equilíbrio pode ser provada a partir da análise das condições de primeira ordem dos agentes no modelo. E, para isto, uma estrutura de ativos ainda que parcialmente compatível com a EMH é necessária.
Assumindo-se, então, para satisfazer Prof. Buiter, que a EMH não se sustente de forma alguma, e que, ainda assim, seja possível estabelecer um equilíbrio para a economia, o que a ausência da hipótese traria de novo? Aqui entra o texto do Prof. Sumner, onde o grande resumo está aqui:
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Ou seja, seria ótimo, mesmo, ter modelos onde os trabalhos de Stiglitz, Akerloff, Shiller, entre outros, fossem incorporados. Infelizmente, como estes trabalhos não resultam em proposições gerais de política (uma vez que cada um destaca um aspecto dos mercados financeiros não tratados no "mainstream", o famoso equilíbrio parcial), o acréscimo de informação trazida para os modelos de equilíbrio geral acaba minimizado.
Além de não entender as proposições que derivam equilíbrios nos modelos de equilíbrio geral (como diria um famoso senador brasileiro, chamar estes modelos de "economias centralizadas" desperta em mim meus piores instintos...), Prof. Buiter atira trabalhos cuja generalidade dos resultados é mínima. Afinal, se o modelo dos autores acima citados é tão relevante, qual é a semelhança entre as crises de 1987, a de 2000 e a atual? "Ah, os investidores, em todos os casos, foram irracionais." E daí? A EMH permite explicar muitos eventos, mas não consigo explicar fatos esporádicos (um a cada 10 anos, na média dos três citados) sem partir para estudos de caso. E aí, onde fica a generalização que a teoria deve trazer?
Parte do meu "rant" está aqui. Com certeza, mais textos serão produzidos sobre as outras críticas feitas pelo Prof. Buiter, e que estão se espalhando sobre a técnicas de DSGE. Como estou sem tempo de produzir algo, vou colecionando estas observações aos poucos.
Abraços!
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