julho 27, 2010

Solow e DSGE

Mais críticas aos modelos DSGE. Ao menos, desta vez, são sérias: Robert Solow sabe muito. A crítica ao chamado "agente representativo" é séria, ainda que antiga (inclusive, o próprio Solow, em um dos seus artigos mais famosos, utilizou fartamente do artifício). O problema é que modelos que fogem deste paradigma ou são de difícil computação (por exemplo, Krusell e Smith, 1998), ou assumem hipóteses que, nas palavras do próprio Solow, não passam do "smell test".

É sabido, nos meios acadêmicos, que Solow nunca aceitou bem a idéia que o seu modelo, de alguma forma, é a base daquilo que hoje se chama de modelos DSGE: a idéia de um agente maximizador de utilidade que oferece trabalho no mercado em troca de um salário capaz de financiar o seu consumo já estava no trabalho de 1956. O que a literatura atual fez foi adicionar, como ele mesmo destacou, fricções capazes de incrementar a aderência do modelo aos dados na frequência do "business cycle". A grande crítica por ele elaborada é que o mesmo modelo que explicaria o crescimento de longo prazo (o dele) não serviria para ser aplicado na macroeconomia de curto prazo.

Não deixe de ler a nota de Solow, vale a pena.

Abraços!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo post, Ângelo!

Abração,

Ulises