Um aspecto destacado quando se discute por que o futebol não é popular nos Estados Unidos é a baixa contagem dos placares em jogos do esporte bretão. Existe um outro aspecto, técnico, que acredito ser pouco explorado quando se compara a popularidade entre esportes por aqui: os três esportes mais populares dos Estados Unidos, quando jogados em alto nível, caracterizam-se pela clara definição sobre a posse de bola durante a partida. No basquete, o time que está atacando possui 24 segundos para fazer o seu arremesso, e o controle de bola é vital para o andamento da jogada; no futebol americano, a posse de bola é tão bem caracterizada que existe o time de ataque, o time de defesa e os times especiais (que fazem a transição da posse de bola entre ataque e defesa); no baseball, o time que está rebatendo ataca, enquanto que o time que arremessa trata de se defender. No futebol, situações comuns de jogo envolvem, por exemplo, após um erro no andamento da jogada de ataque, o zagueiro dar um chutão na bola para fora do campo, e a posse de bola volta para o time que estava originalmente atacando.
Onde eu quero chegar com isto? Pois bem, o fato dos esportes daqui possuírem uma caracterização muito precisa sobre qual time (e qual jogador) possui o controle da bola gera uma externalidade apreciada pelos ianques: as estatísticas. Por mais que a Globo se esforce, por mais que os plantões de rádio façam os levantamentos, nada se compara à oferta de números a respeito de um esporte como o que qualquer mortal tem disponível por aqui. E aí chegamos ao uso das estatísticas: um jornalista resolveu juntar um grupo de especialistas em econometria, estatística e esportes para que fizessem as suas projeções sobre os playoffs do basquete profissional de acordo com os seus números e índices. O resultado foi este, claramente inspirado, como o próprio texto diz, no fenômeno Freakonomics. Não deixa de ser interessante a comparação de projeções (ainda que a técnica utilizada não seja explicitada), já que os palpiteiros são, por exemplo, um professor de economia da California State University, um professor de estatística de Ohio State, dois criadores de sites com estatísticas sobre basquete, e a mãe de um dos jornalistas. Ou seja, desde a opinião dos profissionais do basquete, da estatística e um palpite completamente amador.
A paixão do americano pelo esporte acho que só pode ser diretamente comparada com a sua paixão pela estatística.
Abraços!
Um comentário:
aposto que a mãe do jornalista vai ser a que vai acertar mais... :)
E aposto que, até 2010, o Grêmio vai ter perdido um de seus fãs mais ardorosos... :)
beijos,
te amo!
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