julho 17, 2007

Acidente Aéreo

Sempre senti um frio na barriga ao chegar em Congonhas: a sensação de mergulhar em meio a prédios e ver o avião fazendo toda uma sequência de esforços para tentar parar sobre a pista me deixava apreensivo. Só me restava agarrar forte o banco do avião e torcer pela perícia do piloto da aeronave. O frio na barriga foi sempre (felizmente) seguido do alívio do anúncio de "Bem-vindos a São Paulo".

Entretanto, nenhum aeroporto que eu tenha conhecido dá uma sensação combinada de pavor e admiração em um procedimento de decolagem/pouso do que o de Santiago, no Chile. Quando estivemos por lá, chegamos à noite, era impossível ver o que se passava no lado de fora do avião. Apenas na volta para o Brasil nos demos conta do que acontecia ao nosso redor. Antes, um pouco de geografia: a foto abaixo mostra a localização da cidade de Santiago, em torno das montanhas que formam os Andes.



Imaginem um avião no seu procedimento de subida: dá para ouvir os motores trabalhando forte, alguma tensão na cabine, já que não é permitido a ninguém, nem a tripulação, sair dos seus assentos... Agora, imaginem que este esforço segue por 15, 20 minutos, meia hora, 40 minutos... E, ao abrir a janela do avião, a visão das montanhas dando a impressão de que não saímos do chão, que as montanhas crescem na mesma velocidade em que o avião se desloca. A vista é absolutamente deslumbrante, os picos nevados são lindos, mas a sensação do avião fazendo o seu esforço para atingir a altitude necessária e ninguém se mexendo no vôo é agoniante.

Fiquei curioso: quantos acidentes ocorreram neste aeroporto, em que, mais do que em qualquer outro lugar, a falha humana não perdoa? Respostas aqui. Dica: eu não era vivo no último acidente em Santiago.

Abraços!

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