julho 01, 2008

Lei de Trânsito

Os argumentos que leio a favor da nova lei penal para crimes de trânsito no Brasil usam um argumento do tipo "vamos jogar fora a água da banheira com o bebê dentro, para ver se resolve": dado que o trânsito mata milhares de pessoas por ano no Brasil, vamos punir todos ao máximo pela menor das infrações possíveis para ver se o número de mortes diminui. Um exemplo do argumento é este texto.

Eu pergunto: se a fiscalização fosse aumentada, com um número maior de operações de blitz pela madrugada, punindo com rigor os que efetivamente merecem tal tratamento, o número de acidentes não cairia de qualquer maneira, sem precisar da mudança de lei?

Abraços!

5 comentários:

Cláudio disse...

A falha brutal no seu raciocínio é a tentativa de utilização de lógica elementar em assuntos referentes ao Brasil. :-)

Angelo M Fasolo disse...

Será que mais um pouco eu já começo a ouvir que fui colonizado, que vendi a alma para os exploradores do norte? eheheheheh

Abraço, Cláudio, e obrigado pela visita!

Anônimo disse...

Mas estas blitz e punições vão durar apenas por um período curto... Depois, volta-se à tradição: a gente ganha um troquinho do cara que está sóbrio (direta ou indiretamente, certo?) e não pune ninguém, porque a Justiça no Brasil não funciona...

Dá muito menos trabalho do que efetivamente punir o irresponsável que está bêbado ao volante, colocando a vida dos outros em risco. Crimes de trânsito, vão continuar não sendo punidos. Mas o paletó vai estar lá, pendurado na cadeira, na forma desta lei estúpida, só para parecer que o governo está trabalhando....

E assim caminha o Brasil....

Chris
PS: Sim, concordo com o Claudio: não dá para usar lógica elementar ao analisar o Brasil... Ainda mais nos dias atuais. rs

Anaximandros disse...

desculpas, mas esse é o velho argumento da fracassomania, nao vai funcionar pq é nosso, na relaidade sou completamente favoravel a essa lei, temos sido muito negligentes e nao perecebemos o estrago que o consumo sem restricoes de alcool provoca na sociedade: violencia contra mulher e pobreza cronica, por exemplo. A literatura de health economics é muito ampla em evidencias, restringir é o caminho, o unico caminho. Um abracodos.

Angelo M Fasolo disse...

Eu vou insistir no meu ponto, para que fique claro: o problema não é de lei, é de "enforcement". Infelizmente, o número de operações de blitz no trânsito apenas cresce no Brasil em duas situações: 1) mudança na lei de trânsito; 2) mudança de governo/secretário de segurança. Passada a euforia inicial, tudo volta ao seu ritual cotidiano macabro.

Grande abraço, S! Continuo lendo o teu blog.