agosto 31, 2008

Do E-Mail

Como quase todo mundo, costumo receber muita bobagem pelo e-mail, em especial as detestáveis correntes. Entretanto, esta mensagem que reproduzo parcialmente abaixo reflete bem o lamentável estado do ensino da matemática nas escolas do Brasil:


"Semana passada comprei um produto que custou R$17,75. Dei à balconista R$20,00 e peguei na minha carteira 75 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A moça do caixa pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar R$3,00 de troco, mas ela não se convenceu e chamou o Gerente para ajudá-la.

Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática, que gradativamente foi se degenerando pouco-a-pouco, assim:

1. Ensino de matemática em 1950: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 80% do preço de venda. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( ) R$20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. O lucro é de R$20,00. Está certo?
( ) Sim ( ) Não

6. Ensino de matemática em 2008: Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$80,00. Se você conseguiu ler, coloque um X no R$20,00.
( ) R$20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00"

Enquanto isto, a Chris, nesta semana, estava me descrevendo um trabalho que um dos chefes dela no serviço teve que ensinar uma criança a fazer. Este chefe dela recebe famílias de refugiados políticos de países "desenvolvidos", como o Cambodja, Vietnam, Coréia do Norte e afins, e auxilia na adaptação destas famílias ao novo país. Entre as tarefas que o chefe dela executa está o acompanhamento das crianças na escola, já que os pais, por não saberem falar inglês, não têm condições de aparecer nas reuniões com professores.

Mas, voltando ao trabalho da criança, ela precisava apresentar um cálculo que explicasse, aproximadamente, o número de barbeiros existentes na cidade de Durham. Para mostrar como fazer o cálculo, o chefe da Chris fez a criança pegar a lista telefônica da cidade e contar quantos barbeiros existiam. Considerando a população de Durham, e o número de cortes de cabelo que uma pessoa média faz por ano, e o número de cortes de cabelo que um barbeiro faz por mês, seria possível fazer uma aproximação razoável deste número.

A pobre criança vietnamita não entendia como desenvolver este raciocínio para chegar a um número como este: ela estava acostumada ao ensino de regras que deveriam ser repetidas à exaustão até que fosse entendida.

Alguém teria coragem de colocar a balconista do e-mail para fazer esta atividade que a criança vietnamita estava enfrentando no ensino primário? Não duvido, também, que a balconista que não sabe calcular o troco esteja se esforçando para obter um diploma de terceiro grau, em alguma universidade que tenha exigências extremas, como cálculo de regra de três, percentagens, e outras "complexidades" matemáticas...

Abraço!

agosto 28, 2008

É o Lucro, Estúpido!!!

Em tempos de eleições americanas, nada como lembrar James Carville, assessor democrata que cunhou a frase famosa "It's the economy, stupid!", depois de ler a declaração do Ministro da Agricultura brasileiro no NYT:


clipped from www.nytimes.com

Rising food prices mean many farmers around the world are reaping record profits. And South America’s agricultural powerhouses, Brazil and Argentina, are responding to the farming windfall in opposite ways.

The government in Brasília wants it to stay that way. Last month, it announced a $49 billion credit line for farmers, up 12 percent from last year’s total. Officials said farmers needed the credit to buy tractors and other machinery, pay for seed and fertilizer — which have also risen in price — and to increase productivity.

“We need to give incentives to producers because people are buying and eating more,” said Reinhold Stephanes, Brazil’s agriculture minister. “This is our opportunity to produce and export more, and help to reduce hunger in the world.”

 blog it

Custa muito entender que, quando os produtores aumentam a sua produção, é porque eles querem lucrar mais, e não "acabar com a fome do mundo"?!

Esta bondade compatível com a Madre Tereza de Calcutá ainda acaba com o Brasil...

Abraços!

agosto 25, 2008

Ganhou o Melhor

E fica aqui o registro com o comercial da Nike com Marvin Gaye interpretando o hino americano no All Star Game de 1983. Os jogadores americanos treinavam ao som deste remix todo o dia.

Abraços!

agosto 23, 2008

Apresentação – 2

Último post sobre a babaquice presidencial: vale a pena ler o texto de Rui Fabiano no Blog do Noblat. Disse tudo, e disse bem.

Não falo mais pois tenho que aprender a controlar a raiva. Acabei me dando conta que guardo desnecessariamente certos rancores por tempo demasiado (exemplo aqui). Não deve fazer bem, ainda que a provocação seja grande.

Abraços!

P.S.: a propósito de guardar rancor, não sou só eu que estou nessa. Calma, Shikida!

agosto 21, 2008

Apresentação

Este é o blog do Duke "babaca" of Hazard. Porque dinheiro público não pode financiar fábricas de diplomas.

Abraços!

agosto 20, 2008

Debates em Economia

No blog do Freakonomics, Justin Wolfers relembra um texto de George Stigler, publicado no Journal of Political Economy. Deixo um desafio aos meus amigos economistas: da lista elaborada em 1977 (sim, 31 anos atrás), quantos tópicos descritos por Stigler você ouve com frequência nos seminários que participa? Eu ainda ouço com muita frequência os itens 1 (talvez trocado por outro autor), 3, 7, 8, 9, 11, 12, 17, 18, 19, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29 e 30 (18 dos 32 listados). Se eu participasse de discussões mais voltadas à microeconomia, outros itens seriam incorporados à lista.

Um comentário, entretanto, do post de Freakonomics me fez lembrar de uma discussão bem elaborada ocorrida pouco tempo atrás na blogosfera (ver uma síntese dos posts aqui, no Degustibus). Justin Wolfers escreve, com propriedade, que é a rigidez e clareza do framework neoclássico que faz com que as perguntas sejam atuais: colocar uma idéia nova dentro de um paradigma reconhecido pela maioria implica, evidentemente, provar que esta idéia cumpre os requerimentos de um mesmo conjunto de condições (e, caso não cumpra, mostrar por que isto não ocorre).

Aí aparece, na minha opinião, a importância da matemática na organização das idéias, e a grande falha da formação do economista no Brasil. Não vou entrar nos exemplos listados pelo Márcio, pela complexidade, mas trazer algo mais associado ao que lemos em jornais. É impressionante como o debate, no Brasil, confunde com muita frequência o que deve ser visto como endógeno ao sistema daquilo que é absolutamente exógeno (as chamadas "driving forces" dos estudos de business cycles). E esta separação, mais do que uma questão metodológica, é um problema matemático: é impossível obter uma solução para um problema se "tudo está interligado". Se todas as variáveis são endógenas, eu não tenho solução! O melhor exemplo que encontrei está aqui, onde alguém descreve um problema que, por conceito, não pode ser resolvido: se a inflação hoje diminui a renda de amanhã, fazendo com que a inflação futura caia, então a inflação de hoje surgiu do vapor, já que, supostamente, a renda real de hoje depende da inflação passada, que estava controlada.

Entretanto, ao invés de trabalhar conceitos abstratos nos primeiros anos do curso de economia, para daí evoluir para os modelos aplicados, os cursos de graduação preferem gastar tempo desenvolvendo estritamente a matemática necessária para os problemas imediatos que os alunos encontrarão (é o cálculo para os problemas de otimização de Micro I, a álgebra matricial para Econometria e as equações diferenciais para Macro), e olhe lá! (Estou sendo muito generoso com a estrutura da maioria dos programas, admito.)

A discussão entre blogs evoluiu para a matemática como linguagem, e as supostas limitações da matemática, consideradas pela Escola Austríaca, para expressar fenômenos econômicos. Eu admito que boas idéias possam ser transmitidas fora da linguagem matemática (o próprio Keynes, na Teoria Geral, usava de conceitos básicos de cálculo, como a propensão marginal ao consumo, ainda que o livro não tenha uma equação). Entretanto, idéias somente sobrevivem se não forem falseadas pelos fatos. Aí, um mínimo de estatística e econometria é fundamental. E econometria bem feita, só com uma boa base matemática. Podemos discutir a matemática como método para apresentar idéias, mas não há discussão que a boa base matemática comprova a validade de uma idéia.

Por fim, voltando a Stigler, um pedido aos colegas: não usem a lista para fazer "perguntas inteligentes"!!! Todo mundo conhece aquele tipo que faz sempre a mesma pergunta em todo o seminário que participa, e sempre com aquela pose de "agora vai a minha pergunta inteligente". Em 99% dos casos, a "pergunta inteligente" está contida nesta lista. Então, por favor, mais uma vez, um esforço não vai mal nos debates, ok?

Abraços!

Mundo Cão TV

A causa é boa, mas este é um programa que eu não assistiria, de forma alguma!

Abraços!

agosto 19, 2008

Sem Conspiração

Interessante a seqüência de fotos publicadas no site da Sports Illustrated sobre a chegada da prova dos 100 metros, nado de borboleta, onde Phelps ganhou a medalha de ouro por apenas 1 centésimo de segundo. Notem, na foto número 5, como os dedos da mão direita de Phelps estão completamente curvados, configurando o toque na parede. Enquanto isto, a mão de Milorad Cavic ainda está completamente aberta, esticada.

É para acabar com qualquer teoria conspiratória sobre o assunto.

Abraços!

agosto 17, 2008

Jogos no Brasil: Complementando

Além dos detalhes de organização que o "nosso" Hans Donner pode promover, Jogos Olímpicos no Brasil poderiam incluir novas modalidades, como bem destacado aqui no "Reality is out there".

A propósito, já notaram que andei revisando (e ampliando) a barra lateral de links? Está ficando bem legal a coleção, muita gente boa.

Abraços!

Nessun Dorma

"Dilegua, o notte! Tramontate, stelle! Tramontate, stelle! All'alba vincerò! Vincerò! Vincerò!"

Abraços!

Assim Se Perde Uma Eleição

Notícia na Folha Online ajuda a explicar por que a candidatura Obama não apresenta a larga vantagem esperada pela maioria dos analistas políticos ao redor do mundo. Segue trecho:

Os dois falaram também sobre o casamento homossexual e o aborto.

O moderador perguntou a Obama quando ele acreditava que um bebê começava a ter direitos humanos.


"Acho que, enxergando tanto por uma perspectiva teológica quanto por uma perspectiva científica, responder a esta pergunta específica está além de meu alcance", declarou o candidato democrata.


McCain, que é contra o aborto, respondeu à mesma pergunta de modo direto: "A partir do momento da concepção".


"Serei um presidente pró-vida, e esta presidência terá políticas pró-vida", concluiu.

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É famosa a história do debate Bush-Kerry, em que a questão do aborto foi discutida, e a resposta de Kerry deu a deixa para que Bush o massacrasse no debate. Depois de uma longa divagação de Kerry sobre o conflito que ele terá enquanto presidente, em função de suas origens católicas, entre outras enrolações, Bush deu a primeira estocada na réplica:

clipped from www.debates.org

GIBSON: Mr. President, minute and a half.


BUSH: I'm trying to decipher that.


My answer is, we're not going to spend taxpayers' money on abortion.


This is an issue that divides America, but certainly reasonable people can agree on how to reduce abortions in America.


I signed the partial-birth -- the ban on partial-birth abortion. It's a brutal practice. It's one way to help reduce abortions. My opponent voted against the ban.


I think there ought to be parental notification laws. He's against them.


I signed a bill called the Unborn Victims of Violence Act.


In other words, if you're a mom and you're pregnant and you get killed, the murderer gets tried for two cases, not just one. My opponent was against that.

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Depois da estocada, Bush seguiu falando sobre seus projetos e o que o seu governo tinha feito até aquele ano. Foi dada uma tréplica a Kerry, que tremeu e ficou reclamando das "acusações" que o adversário lhe fazia. Aí Bush liquidou a parada:

clipped from www.debates.org

GIBSON: And 30 seconds, Mr. President.


BUSH: Well, it's pretty simple when they say: Are you for a ban on partial birth abortion? Yes or no?


And he was given a chance to vote, and he voted no. And that's just the way it is. That's a vote. It came right up. It's clear for everybody to see. And as I said: You can run but you can't hide the reality.

 blog it

Obama pode ter uma ótima retórica, mas se não firmar posição em pontos prezados pela maioria dos americanos, perde. E isto não tem nada a ver com raça: tem a ver com a firmeza que o americano exige de seu presidente.

Não vou estabelecer paralelos com a última eleição presidencial no Brasil porque meu humor está muito bom hoje. Só vou dizer que, aqui, cada candidato veste a sua jaqueta, e não a dos outros. Pronto, já me irritei...

Abraços!

P.S.: para quem se interessar pela íntegra do debate, ler aqui. O site é da Commission of Presidential Debates, uma instituição responsável pela organização dos grandes debates nas eleições para presidente nos Estados Unidos. O site tem a transcrição dos maiores debates para a presidência desde as eleições de 1960 aqui. Imperdível.

agosto 16, 2008

Façam Suas Apostas

Se você confia em fontes "do governo", compre dólar. Agora. Neste instante. Quem diz isto não sou eu: é "o governo" (amanhã deve aparecer uma matéria dizendo que "a Folha apurou que o presidente Lula...", exatamente com estas palavras. Preste atenção no autor das matérias.).

Vale a pena, mesmo, seguir a recomendação "do governo" e comprar dólar? Façamos as contas. De acordo com a última cotação disponível, um dólar custa R$1,6196 (peguei a cotação no IPEADATA, já que o site do BC estava fora do ar). De acordo com a matéria, um dólar custará, em 31 de dezembro deste ano, R$1,70. Isto daria um rendimento de 4,96% neste período. Fazendo um arredondamento grosseiro (assumindo que estamos no último dia de agosto, só para contarmos o número de meses restantes até o final do ano), isto daria, em uma taxa anualizada, um ganho de 15,64% (= (1 + 0.0496)^(12/4), se tiver curiosidade de jogar no Excel). Como a taxa Selic está em 13%, você deve ter um ganho de 2% acima do mínimo que o mercado pagaria neste período. Legal, né?

Agora, preste atenção: compre se você confia "no governo"!!! Eu acho impressionante como certos jornalistas resolveram aparecer recentemente com matérias a respeito da condução da política econômica (não notaram? Então vejam aqui, aqui, aqui e aqui). O mais legal, mesmo, é notar como certas expressões usadas nas reportagens se parecem muito com as usadas em outra matéria, de outra revista, com um auxiliar do governo que tem nome e sobrenome, mas não tem nada a ver com a área econômica.

Eu não acredito que o câmbio termine a R$1,70 este ano. Para falar a verdade, acho que qualquer economista com um mínimo de humildade diria que dar um palpite sobre a taxa de câmbio daqui a quatro meses é bastante arriscado. Mas, saiba, se você confia "no governo" (e lembre-se que "a Folha apurou" isto), compre dólar. Agora.

Abraços!

Da Força do Esporte Universitário... Americano

Quando o principal assunto das Olimpíadas parece ser o avanço chinês no quadro de medalhas, matéria da Folha falando de Cesar Cielo me chamou a atenção. O trecho abaixo foi tirado de um site que reproduz a matéria na íntegra:


clipped from www.swim.com.br
Os primeiros treinos de César Cielo com Gustavo Borges no clube Pinheiros, em São Paulo, aconteceram porque a mãe (...) queria tirar da cabeça do filho adolescente a idéia de se mudar para os EUA.

Anos mais tarde, entretanto, a ida do rapaz para o exterior se tornou uma opção necessária, apoiada pela família. O nadador não encontrava no Brasil o que teria em Auburn: uma bolsa para estudar e treinar.


Em tempos de aporte estatal de recursos cada vez maior no esporte, César Cielo chegou ao pódio olímpico seguindo caminho contrário ao que cartolas da natação almejavam.


Em 2006, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos cortou o patrocínio de quem treinava no exterior. Queria suas estrelas sendo trabalhadas no país. Os Jogos de Pequim encerram o primeiro ciclo olímpico completo do Brasil com recursos da Lei Piva.

Neste ano, na reta final de preparação olímpica, Cielo foi incluído na "tropa de elite" da seleção brasileira e recebeu atenção e verba especiais para disputar competições.

blog it

Além de servir, por motivos óbvios, para mostrar mais uma vez que a intervenção estatal não funcionou para que o Brasil garantisse uma medalha de ouro nestas Olimpíadas (mesmo com dinheiro público, Cielo resolveu se mudar para os EUA para treinar), a matéria revela também mais uma face da estrutura do esporte universitário americano: movidos pelo dinheiro de patrocinadores e pela possibilidade de gerar heróis olímpicos, universidades (na sua maioria privadas, diga-se) investem muito dinheiro na formação de atletas por aqui.

César Cielo talvez seja agora um dos exemplos mais evidentes, mas deve-se lembrar, na natação brasileira, que Gustavo Borges, quando ganhou a medalha de prata, treinava na Universidade de Michigan. Outros exemplos?

a) Ainda na natação, Michael Phelps também treinou em Michigan;
b) Nestas Olimpíadas, como já falei, o treinador da seleção americana de basquete masculino, formada inteiramente por profissionais, é Mike Krzyzewski, de Duke (thank you, very much!);
c) Mesmo fazendo parte de uma geração em que, para entrar na NBA, não era necessário passar pelo esporte universitário, apenas três jogadores da seleção americana não tiveram passagem por universidades daqui (o time é formado por 12 jogadores);
d) Fora do circuito olímpico, Tiger Woods é formado (em economia, diga-se de passagem) por Stanford.

Enquanto isto, no paralelo inevitável, o Brasil completa o primeiro ciclo olímpico com dinheiro público correndo diretamente nas veias. Que tal o desempenho do país até agora? Muito diferente de quando não existia a Lei Piva? Acho que não. Dá para sonhar com um bom desempenho olímpico sem pensar em algum tipo de retorno capaz de atrair dinheiro que financie estruturas de treinamento? Também acho que não. E vale lembrar aos defensores de esportes "amadores": as maiores chances restantes de medalha para o país estão, justamente, naqueles esportes que ou possuem uma liga profissional razoavelmente organizada (futebol, vôlei, vôlei de praia), ou se expõem fortemente à competição no exterior (ginástica e vela). Quem recebe o leite de pata na veia, está estagnado ou decadente (natação, judô e, principalmente, o basquete).

Abraços!

agosto 14, 2008

Breakfast of Champions

Michael Phelps redefine a expressão do título acima. Em entrevista recente, Michael descreveu o seu cardápio diário (eu disse DIÁRIO) de café da manhã:

1) Três sanduíches com ovo frito, alface, tomate, queijo, cebola frita e maionese;

2) Dois copos de café;

3) Um omelete de cinco ovos;

4) Três fatias de pão torrado com açúcar de confeiteiro;

5) Uma tigela de grits, que pela descrição parece ser algo próximo de uma polenta;

6) Três panquecas com chocolate.

A refeição tem um total de 4000 calorias, que corresponde ao dobro do que uma pessoa média na idade dele deveria consumir em um dia.

Anormal.

Abraços!

agosto 12, 2008

Papa Essa, Brasil!!!!

É isso aí!!! Agora vai! Depois da notícia a respeito da cerimônia de abertura das Olimpíadas, falando que alguns efeitos especiais só foram vistos por quem estava em casa, me dei conta que o Brasil tem tudo para fazer as melhores Olimpíadas da história: basta seguir o padrão chinês! E o grande coordenador, organizador, empreendedor do modelo chinês já está no país: com Hans Donner, não tem prá ninguém!

Já imaginaram? Com o talento tupiniquim-austríaco, dá para não apenas fazer uma cerimônia de abertura muito superior à chinesa, mas também corrigir muitos problemas que o país ainda enfrenta:

a) que tal um Photoshop para colocar a floresta amazônica no meio do Rio de Janeiro, para tornar verdadeira a impressão da maior parte dos estrangeiros que vão para o Brasil?

b) não rola uma montagem de vídeo para fazer a Rebeca Gusmão um pouco menos deformada, e assim poder competir sob influência de substâncias não permitidas? Se Hans Donner desenhou a Globeleza, um ajuste destes é uma barbada...

c) com uma abertura para o Fantástico como esta, medalhas no salto no trampolim sincronizado, nado sincronizado e alguns aparelhos da ginástica olímpica estarão garantidos. Outras coisas sincronizadas também podem ser feitas, até para melhorar a infra-estrutura deficiente do país: transporte público no horário, aeroportos com chegadas e saídas pontuais, eventos com o público chegando na hora certa (ao invés de 5 minutos antes do começo do evento)...

d) diante da qualidade sonora de suas apresentações, o barulho da torcida brasileira poderia ser abafado nas transmissões de televisão, enquanto na real a galera, comandada por senhores sem noção da realidade, como Oscar Schmidt (alguém lembra disto?) e o corneteiro com aquele senhor gordo que estão sempre nos jogos do vôlei de praia, mandam ver nas vaias e apupos para os nossos rivais ("usamericanu não podi levá na nossa casa!!!!").

e) por fim, diante da grandeza do evento, não dá para repetir o ocorrido no Pan: favor selecionar apenas colegas do Partido para a platéia na cerimônia de abertura, já que o Presidente de então não pode nunca ser vaiado.

Agora vai! Papa essa, Brasil!!! Rumo a 2016!

Abraços!

P.S.: link em português para uma matéria sobre as invenções chinesas.

agosto 09, 2008

Ele Voltou



Homem de preto, qual é tua missão?

ENTRAR NA FAVELA E BOTAR CORPO NO CHÃO!!!

Homem de preto, o que é que você faz?

EU FAÇO COISAS QUE ASSUSTAM SATANÁS!!!

Abraços!!!

As Melhores Fotos Olímpicas

Nada como um "lame duck" para proporcionar estes momentos!!! Com direito até a atleta do vôlei de praia dando agachadinha para receber um tapinha presidencial na bunda (diga-se, correta e polidamente recusado pela - ainda - autoridade presidencial).

Como disse uma vez o Letterman: nós ainda vamos sentir falta deste cara para nos fazer rir.

Mais fotos aqui.

Abraços!

P.S.: entretanto, diga-se, a visita de Bush às Olimpíadas entra para a história, como a primeira ida de um presidente a jogos olímpicos sediados fora do território americano.

agosto 06, 2008

Expectativas Já Frustradas

Ontem, assistindo a um pedaço do programa do Larry King, na CNN (a tv, nesta época, é uma porcaria, não tem nada que preste), vi um pouco da entrevista dele com os três principais âncoras do noticiário nacional da televisão americana: Brian Williams, da NBC, Katie Couric, da CBS, e Charles Gibson, da ABC. Eles estão reunidos para uma campanha que busca levantar fundos para a pesquisa contra o câncer. Mas este não é o ponto do post, desviei, desculpa...

Em dado ponto da entrevista, Larry King pergunta aos seus convidados se eles irão a Beijing. Brian Williams responde:


clipped from transcripts.cnn.com
Yes, I am. I'm leaving shortly. We'll be in place by Thursday night for "Nightly News". And, you know, "The Today Show" and "Nightly News," in all of the years we've had the Olympics, traditionally go. And there's a lot going on, a lot to report on. Boy, I could make a bigger case this year that we're going to be standing dead center at a huge global news event when we arrive there and go on the air every night, which will be interesting at 6:30 in the morning for a 6:30 p.m. Air time in the States.

But I can't wait to get over there. We're going to keep the trip open-ended. See how China does. See how the visitors do. Everything from the environment to protests and all of that. So I'm very anxious to get over there and get in place.
 blog it

Pobre jornalista americano. Se depender da polícia chinesa, as suas expectativas quanto à cobertura de eventos serão frustradas, já que a última coisa que ele verá por lá serão protestos. Ainda que, pelo visto, a polícia terá um bocado de trabalho.

Abraços!

agosto 05, 2008

Pelado, Mas de Bicicleta!

Excelente o texto, mais um do pessoal do Apostos, desta vez do Mauro, do Diacrônico. Uma coisa que eu não consigo entender neste pessoal que propões pautas políticas alternativas, buscando "um outro mundo possível" e coisas do gênero, é por que toda a manifestação deve ter algum ponto chocante. Será que organizar um passeio com milhares de ciclistas, em uma cidade com problemas severos de trânsito como São Paulo, já não seria suficiente para provar a viabilidade da bicicleta como meio de transporte? A pauta é tão fraca que, para aparecer, tem que submeter os manifestantes ao ridículo de andar pelado? Tenham dó.

Abraços!

agosto 03, 2008

Passeio Pela Blogosfera Dominical

1) Competição de ipês: onde estão os mais belos ipês do Brasil? Belo Horizonte ou Teresina? Veja as fotos e decida o "debate" entre Shikida e S.

2) Sobre debate, boa discussão no blog de Freakonomics a respeito da externalidade negativa gerada por estudantes que sofrem de violência doméstica. Além da discussão de um paper com dados relevantes, que quantificam estes efeitos, o bate-boca na área de comentários entre um professor com 15 anos de experiência de sala de aula dizendo que "precisaram de tudo isto para dizer o que todo mundo já sabe" e o resto da lista, argumentando que (também) é assim que se faz ciência, mostrando e quantificando o que se tem por senso comum.

3) Fui convidado, mas infelizmente não tive tempo para contribuir, para escrever um dos textos que formaram este e-book, organizado pelo Shikida, sobre a famigerada "lei seca" que regula atualmente a relação entre o consumo de álcool e o trânsito no Brasil. Ainda não li, mas uma passada rápida de olhos recomenda.

4) Ah, as séries de tempo... Alexandre cita um exercício que ele fez para tentar entender os fatores que influenciaram a trajetória do câmbio desde a adoção do regime flutuante no Brasil. Fatalmente, ele deve ter utilizado alguma composição de instrumentos para fazer a estimação, e aí o meu "desânimo" com o exercício: a) que combinação de instrumentos usar? b) eles são mesmo "exógenos" para que o exercício seja "validado" pela teoria econométrica? c) Ainda que sejam válidos, o estimador 2SLS é apenas consistente: qual a influência do tamanho da amostra? Pelos dois últimos aspectos que eu tenho gostado cada vez mais dos procedimentos bayesianos para avaliar a verossimilhança de um modelo mais geral. A partir de uma estrutura imposta pelo modelo, os dados passam a refletir o quão "próximo da realidade" ("próximo da realidade" = "verossimilhança") o modelo se encontra, e daí saem os parâmetros desejados. É mais uma face da discussão entre GMM vs bayesianos para a estimação de modelos de equilíbrio geral. E a minha experiência com GMM para séries brasileiras me leva a crer cada vez mais no método alternativo.

5) Economia e humus??? Eca! Não gosto de humus... Mas a piada é boa. Do Blog do Mankiw.

6) Sobre meninas: girando pelo pessoal do Apostos, como escreve a Nariz Gelado, ou A Postos, como escreve a Janaína, encontrei este cartaz precioso. Cuidado mesmo é com a Amanda!!!

7) Belíssima animação no site do Estadão, na matéria que trata das macrometrópolis do futuro.

8) Contra fatos, não há discussão.

9) Sobre esportes, "His Airness" resolveu dar uma aula para a criançada... Aos 45 anos, ele ainda é capaz de enterrar a bola. Acho que seria um bom momento para chamar os próprios filhos para um "um-contra-um", e mostrar como é que se faz.

10) Ainda esportes, expectativa em Duke: Coach K no comando do "Redeem Team". A impressão que a imprensa passa é que, se a seleção americana de basquete masculino não ganhar o ouro em Pequim, o mundo acaba.

Abraços!