Quando desembarquei por aqui, passei o primeiro final de semana em um hotel pequeno, simples, mas com o básico: TV, frigobar (vazio, para levar para o quarto o que se quisesse), internet wireless (padrão por aqui) e uma cama decente. Também trouxe comigo minhas satisfações pessoais, preconceitos (quem não os tem?), sonhos, idéias, cuecas sujas, roupas amassadas, entre outras posses – sim, mesmo as minhas satisfações e meus sonhos são meus, não os devo a ninguém.
Entre minhas posses, tinha comigo os meus mitos. Alguns bem pessoais, outros praticamente de domínio público. Na primeira categoria, destaca-se especialmente David Carradine. Para quem não lembra (não sou desta época, minhas memórias são bem mais recentes), ele ficou conhecido em um seriado dos anos 70 chamado Kung Fu. Sempre fez filmes de artes marciais. A sua participação que construiu o seu mito em minha memória foi fazendo os dois filmes de Quentin Tarantino, onde estava sempre marcado para morrer em Kill Bill, vol. 1 e vol. 2. Como o chefe de uma quadrilha de assassinos de luxo, quase uma máfia, seu papel foi absolutamente fantástico naquele filme, pela frieza, pela ironia (inerente aos filmes de Tarantino, lógico) e pela classe.
Qual não foi a minha surpresa quando, na primeira noite nos Estados Unidos, ligo a TV e ele aparece em uma propaganda. Um choque lamentável!!! Em um ambiente de meditação, um jovem (J) entra na sala para conversar com o seu mestre – no caso, óbvio, David Carradine (DC). Segue o diálogo, de forma aproximada:
(J) — Master, what is the secret of happiness?
(DC) — Yellow Pages!!!!
(J) — What!?!?!?!?
(DC) — Yellow Pages! You know, sometimes the world can be… like… a material world.
(J) — But Master!?!?!?!?
(DC) — Happiness can be found, sometimes, in… a pizza!!! Then, Yellow Pages!
Estas frases simplesmente liquidaram o mito de Bill, aquela imagem de alguém cassado por um erro do passado, levando com elegância a sua vida de perseguido. Outros mitos que já foram derrubados, para o bem e para o mal (escolha a sua ordem), muitos de domínio público: o monstro do Lago Ness, que cerveja engorda (todo mundo sabe que o problema está nos acompanhamentos), que o Orkut será pago daqui para frente (ok, repassadores de mensagens?), que Lula nunca seria eleito, a loira do banheiro, que o mundo irá acabar se você não enviar esta mesagem para mais 40 pessoas, entre tantos outros.
Ontem, mais um mito caiu. Na verdade, dois: ao ganhar a Libertadores, o co-irmão finalmente passou a ser um clube internacional; e ao conquistar um campeonato de respeito, Abel Braga deixou a sina de eterno vice. Parabéns aos que finalmente ganharam o direito de dizer que “a América é nossa!” Que sina: Yellow Pages!
Abraços!
2 comentários:
o Bill fazendo propaganda das Yellow Pages... Concordo que a felicidade, às vezes, pode estar numa pizza (ainda que acredito que ela seja mais facilmente encontrada em uma caixa de bombons do que na pizza, mas a pizza serve às vezes, também). E ele estava vestido como Bill?????? Só espero que eles tenham mantido a dignidade do personagem.... :'-(
Ta dificil de aguentar os vermelhinhos hj aqui em POA... SOCORROOOOOO!!!! rsrsrsrs.... me tira daqui... não precisa passar por isso... rsrrsrs....bjo e bom final de semana querido!
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