janeiro 09, 2009

Pico de Energia

Estava sentindo uma fisgada no meu bolso (parte sensível do corpo de qualquer um nos dias atuais) e não sabia bem o que era. Resolvi buscar informação na internet, e aí vejo que a bronca Brasil X Bolívia sobre gás está formada de novo. Para sintetizar, a história é a seguinte:

1) O Brasil comprava cerca de 30 milhões de m3 de gás por dia da Bolívia até o final do ano passado.

2) Em função dos reservatórios das hidrelétricas estarem cheios, a Petrobrás foi comunicada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que deveria desligar suas usinas termoelétricas (consumidoras do gás boliviano) porque o país não precisaria desta energia.

3) A Petrobrás reduziu as suas compras para um total de 17 milhões de m3 de gás por dia, em função do pedido da ONS.

4) O governo boliviano se irritou com a decisão da Petrobrás e resolveu exigir do Brasil o cumprimento de uma cláusula do contrato que exige que o país compre um mínimo de 24 milhões de m3 por dia de gás, ou pague a diferença entre o consumido e este limite. Detalhe: segundo o governo brasileiro, o consumo mínimo do país, pelo mesmo contrato, seria de 19 milhões de m3.

5) Com base na sua interpretação do contrato, o ministro Pimpão veio todo lobão para a imprensa... digo, o ministro Lobão veio todo pimpão para a imprensa afirmar que a redução no consumo de gás representaria uma economia de US$ 600 milhões para o país. A reunião realizada hoje à tarde, serviria apenas para "ouvir as propostas" bolivianas, mas que a decisão estaria tomada.

6) Depois da reunião: SURPRESA!!!! O ministro Pimpão, digo, ministro Lobão vem a público dizer que voltaria a comprar algo em torno de 24 milhões de m3 de gás boliviano, com base na seguinte justificativa:


"Na parte da manhã, não havia a necessidade dessas duas térmicas cuja necessidade surgiu agora à tarde."


Hummm... Por que será que o ministro mudou tão rápido de opinião?

a) Pena dos bolivianos: resolveu fazer caridade com o dinheiro da Petrobrás para os nossos vizinhos, seja por desejo próprio, seja por ordens superiores.

b) Erro de previsão: um choque, literalmente, tremendo na demanda por energia elétrica fez com que as projeções da ONS fossem todas para o espaço, resultando na maior demanda por energia do país.

c) O ministro Pimpão, digo, ministro Lobão não sabe ler contratos.

d) O ministro Pimpão, digo, ministro Lobão tentou passar os bolivianos para trás.

Sob qualquer uma destas hipóteses (caridade com o bolso dos outros, falta de competência, incapacidade gerencial ou má fé, respectivamente), o ministro sai muito mal na foto. Mas ele não cai, óbvio, e o meu bolso volta a doer.

Abraços!

3 comentários:

Anônimo disse...

Pessoal! Calma, calma...
É que eu esqueci a torradeira ligada aqui de manhã, saí de casa e só voltei à noite!.. Por isso que a demanda aumentou à tarde.
Mil desculpas, já desliguei!..

Anônimo disse...

putz, rmbyrro! Que susto! Nao faz mais isto, tu quase crias um incidente diplomatico!! Mas, como vc. pediu desculpas, a gente esquece tudo!

Anônimo disse...

Vcs. ainda têm o consolo de estarem muito longe das chaminés destas térmicas. Quem passar por lá vai ver uma pira queimando o gás ($$$$$) que não será consumido. Vamos queimar dinheiro...
Valeu, Lobão!!