dezembro 31, 2011

Feliz 2012

... e nada mais nos interessa.



Abraços e felicidades aos meus oito leitores.

dezembro 11, 2011

A Culpa do Câmbio, Segundo GNews

Está explicada a origem da crise européia: faltou ajustar os preços pela taxa de câmbio na hora da criação do Euro, segundo a jornalista Elisabeth Carvalho que fez a matéria para o GloboNews Documento sobre a Europa. Depois de um engenheiro dar um palpite (3:57min de programa) que "a medida dos preços seguiu a regra de um por um. O Euro valia o dobro do Marco Alemão, mas os preços são os mesmos, só mudaram o símbolo das moedas", a jornalista seguiu em tom apocalíptico com a explicação (4:23min de programa):

"Uma baguete, um franco. Era este o preço que vigorava antes de primeiro de janeiro de 2002, quando o Euro começou a circular. Mas, no mosaico das moedas européias, o Euro valia dois Marcos na Alemanha e na França valia seis Francos, o que significava que, da noite para o dia, os franceses passaram a pagar seis vezes mais para comprar uma baguete. Na Grécia, seguindo este raciocínio, o preço de um pão se multiplicou em níveis estratosféricos: um Euro valia 341 Drakmas."

Depois de ouvir isto, desliguei a televisão e fui dormir, amaldiçoando os cinco minutos perdidos na minha vida.

Abraços!

dezembro 09, 2011

SBE 2011

Acabo de chegar do encontro da SBE, realizado em Foz do Iguaçu também neste ano. Não fui no encontro de 2009, também realizado por lá, então minhas impressões sobre o local talvez sejam um pouco diferentes daquelas de participantes dos dois eventos. Achei o lugar excelente, boa estrutura, salas bem equipadas para as apresentações. Também os organizadores do evento  (tanto SBE quanto da ANPEC) estão de parabéns pela escolha dos painelistas convidados para sessões especiais: não é sempre, em macro, que temos a chance de ouvir em um mesmo local as contribuições mais recentes de Nobuhiro Kiyotaki, Juan Pablo Nicolini, Alberto Martin e Martin Uribe.

Uribe, em especial, foi um excelente reencontro: além de ver a excelente palestra, tive a chance de conversar com meu ex-professor sobre o meu trabalho, contando inclusive com sua presença na platéia durante a minha apresentação. Na verdade, chamar de "platéia" é um exagero: além de Uribe e o Luis Felipe, que apresentou na mesma sessão, apenas um colega do BC apareceu para prestigiar o trabalho. (Definitivamente, uma sessão com o nome "Métodos Quantitativos" não tinha como ser muito popular, ainda mais realizada na manhã seguinte do coquetel de confraternização do evento.) De toda forma, muito produtivo o encontro.

Algumas diferenças em relação a outros encontros que participei: ando sem paciência para as sessões de conjuntura. Dizem que as deste evento foram especialmente ruins; logo, não me arrependo de não ter assistido. Também pareceu ocorrer uma participação mais acentuada de alunos apresentando trabalhos. Neste aspecto, não sei se fui eu que envelheci (e por isto acabo vendo mais alunos que antes) ou se, de fato, menos professores apareceram neste ano. A impressão de outros veteranos de ANPEC-SBE foi a mesma, ainda que eu acredite na combinação linear dos fatores.

Não consegui informações sobre onde será o encontro do ano que vem, mas, mantido o nível dos painelistas deste ano, é um evento que vale a pena participar, apesar do custo e da ausência este ano dos bardos e amigos punk.

novembro 29, 2011

Contra Depressão

Prezado leitor, quando você estiver em um daqueles dias ruins, onde tudo dá errado, você se esforça e nada funciona... Não se desespere! Respire fundo, fique calmo e lembre-se: existe sempre, SEMPRE, alguém em pior situação que você. Duvida? Então lembre-se da frase que a responsável pelo controle de preços do governo da Venezuela largou ontem:


Pronto! Já consegue ver quem está, com certeza absoluta, em pior situação que você? Dá para se sentir um pouco melhor, não?

Saudações!

P.S.: post original com a notícia espalhado aqui no Brasil pelo Alex.

novembro 25, 2011

Trabalho Encerrado

No ar desde ontem a versão (quase) definitiva do artigo apresentado no LAMES. Apesar de ser um "working paper", acho que existem coisas muito mais interessantes do que ficar revisitando um trabalho que pretendia ser apenas uma nota básica sobre o tema. Fico no aguardo dos comentários da apresentação no encontro da SBE e em outros seminários para motivar alguma alteração adicional. O mais provável é que comentários acabem, mesmo, motivando escrever outro artigo sobre o tema, ao invés de gerar revisões sobre o publicado.

Saudações!

novembro 15, 2011

Lacea-Lames 2011

Participei na semana passada do Encontro Latino-Americano da Sociedade de Econometria (LAMES), realizado em Santiago no Chile. De uma forma geral, o encontro teve nível apenas razoável na parte acadêmica, com muitas sessões patrocinadas por instituições, ao invés de contribuições originais de outros acadêmicos. Qual a diferença entre as sessões patrocinadas e as contribuições? As sessões patrocinadas normalmente servem para a divulgação de um trabalho específico do patrocinador, sem necessariamente apresentar conteúdos acadêmicos. Como um exemplo, uma sessão patrocinada pelo FMI com título até interessante ("Shifting winds, new policy challenges") serviu apenas para apresentar o último volume do "Regional Economic Outlook" da América Latina, com as perspectivas da instiuição para a região. Vale dizer que, em tempos de grande volatilidade, as projeções feitas no final de setembro possuem pouca utilidade atualmente.


Por outro lado, foi bem legal ter a oportunidade de conversar com muita gente nova, com boas contribuições ao evento. Por exemplo, pude trocar idéias com Pablo Guerrón-Quintana sobre a implementação do filtro de partículas em seus trabalhos. Também conheci pessoalmente o Tiago Berriel, um dos novos professores da FGV-RJ, e conversar brevemente sobre o meu trabalho a respeito de métodos de perturbação aplicados a modelos DSGE. De fato, foi um encontro bem mais produtivo em termos de contatos que em termos propriamente acadêmicos.

Abraços!

outubro 25, 2011

Expectativas sobre Delfim

Fui surpreendido duplamente hoje ao ler os jornais do dia. Primeiro, surpreendido que uma análise bastante tosca sobre a formulação das expectativas racionais aparecesse apenas hoje, 15 dias depois do Prêmio Nobel concedido a Sims e Sargent. Acreditava que, ao descrever o trabalho deste, apareceriam bobagens ainda maiores que esta lida hoje. Segundo, fui, de alguma forma, surpreendido pelo autor do comentário: a coluna de Delfim Neto no Valor ("Expectativas racionais, para que te quero") é de chorar, tanto pelos argumentos de fundo "teórico" quanto pela pobreza de truques retóricos que tentam iludir o leitor a respeito do entendimento do autor sobre o tema.

outubro 15, 2011

Zotero

Tempos atrás, falei um pouco sobre o Zotero como uma das formas de organizar bibliografias em formato BibTex para publicação. Resolvi hoje dar uma atualizada nas funcionalidades do programa, e descobri duas atualizações muito interessantes:
  1. Primeiro, o ZotFiles é um plugin para o Zotero que permite vincular arquivos aos registros bibliográficos, com direito a atualização e upload do arquivo para a biblioteca online. Isto permite carregar uma base de pdfs para qualquer lugar, com fácil acesso para consultas.
  2. Para os fãs da mobilidade, BibUp permite a coleta de referências completas de livros, usando o celular como scanner de referências e criando cópias de páginas relevantes através de fotos para anexar aos itens do Zotero.
Ambos programas já devidamente instalados e funcionando normalmente por aqui.

Abraços!

outubro 10, 2011

setembro 28, 2011

No Ar

Já está no ar, na minha página pessoal, o meu trabalho mais recente, aceito para apresentação em dois encontros: o Encontro Latino-Americano da Econometric Society (LAMES), em novembro, e o Encontro Brasileiro de Econometria, organizado pela Sociedade Brasileira de Econometris (SBE), em dezembro. Uma versão mais elaborada, e, espero, devidamente criticada depois das apresentações, deve sair daqui algum tempo nos Working Papers do Banco Central.

Abraços!

setembro 18, 2011

De Volta ao Convencional

Encontrei na internet publicado como Working Paper do Federal Reserve de Kansas o trabalho de um amigo, colega durante o doutorado, que agora trabalha na instituição. Eu já tinha visto versões preliminares do trabalho do Andrew, em termos de proposta e linhas de desenvolvimento, mas não conhecia a versão final do "job market paper" quando me formei. O trabalho é altamente relevante para banqueiros centrais, ainda mais em um ambiente de política monetária não-convencional. A pergunta que Andrew tenta responder é: qual a melhor estratégia para o banco central sair da política não-convencional? Em outras palavras, com que velocidade a autoridade monetária deve se desfazer dos ativos de risco que adquiriu durante o período de crise financeira?

A estratégia para responder a pergunta é baseada em uma sofisticação aparentemente (e só "aparentemente") trivial dos modelos DSGE com fricções financeiras: assume-se a existência de eventos tão raros na economia (Rietz, 1988, Barro, 2006, e Barro, 2009) que certos parâmetros estruturais do modelo mudam de acordo com uma cadeia markoviana, onde a probabilidade de mudança para o estado de "eventos raros" é muito pequena, porém diferente de zero. O resultado mais interessante do artigo é que o banco central corre riscos, ao vender os ativos muito rapidamente, de gerar uma segunda recessão - um movimento em "W", ou "double-dip" no ciclo econômico, como aparece no noticiário.

Dois comentários a respeito do artigo, o primeiro tratando da metodologia aparentemente trivial, o segundo sobre possíveis desenvolvimentos do artigo e a crítica fácil em economia. A respeito da metodologia, o autor desenvolve uma estrutura complexa para caracterizar o uso de políticas não-convencionais pela autoridade monetária: enquanto os parâmetros referentes à qualidade do capital e a regra de Taylor mudam de acordo com o regime (crise/normal), os parâmetros de intervenção não-convencional mudam de acordo com a escolha da autoridade monetária entre intervir no mercado de crédito ou não. Assim, formam-se cinco regimes na economia, de acordo com a combinação crise-período normal e intervenção-não intervenção no mercado de crédito (ver tabela 1 e figura 2 na página 22).

Esta configuração de modelo, gerando "jumps" nas funções de resposta dos agentes, dependentes do regime vigente na economia, não permite o uso da estratégia tradicional de (log-)linearização das condições de equilíbrio do modelo, já que, eventualmente, as funções de resposta são contínuas apenas "dentro" de cada regime - logo, o princípio do "equivalente-certo" não se aplica, necessitando, no mínimo, aproximações de ordem maiores do que a linear para caracterizar a solução do modelo. O uso de soluções não-lineares para o modelo traz complicações adicionais para os empiristas de plantão, já que o trio que forma a estimação no Dynare (aproximação linear - Filtro de Kalman - estimação) não pode ser aplicado.

Este último aspecto inicia o meu segundo comentário. A crítica fácil de um trabalho destes é dizer que o autor deveria estar "sempre preocupado em estimar o modelo, e não apenas fazer exercícios de calibragem". Outra crítica fácil seria dizer que "o modelo é muito simplificado, não tem nem setor externo". Estes são comentários que nos fazem parecer inteligentes nos seminários, já que, afinal de contas, o autor teria ignorado itens muito importantes. Na verdade, este tipo de comentário não passa de um atestado de supremo desconhecimento do que está sendo apresentado: ao invés de se perguntar por que o autor não fez um determinado procedimento, é mais fácil jogar a pergunta no ar e fazer a pose de sério no seminário.

Aprendam, economistas: se um autor não fez um determinado procedimento em um artigo (estimar parâmetros ou acrescentar mais estrutura no modelo), ele não o fez por bons motivos. Não sei, por exemplo, qual seria a resposta do Andrew para estas perguntas, mas fatalmente passaria pela dificuldade de estabelecer a estimação de um evento raro (se houvesse amostra para tal estimação, o evento não seria raro...), pelo procedimento de estimação de modelos sem usar o Filtro de Kalman para obter a função de verossimilhança, e pela necessidade de simplificar o modelo, já que o setor externo não é, necessariamente, relevante para caracterizar o problema da crise na economia americana. A melhor resposta que eu ouvi para este tipo de questão foi em uma palestra do Ricardo Reis aqui no Brasil: "eu não coloquei a estrutura que você sugere porque eu quis, com este artigo, mostrar uma metodologia e caracterizar o problema da forma mais básica possível. Concordo com você que estes elementos são importantes na pesquisa atual, mas os computadores e o papel em branco estão disponíveis tanto para mim quanto para você: você pode sentar na frente do computador e escrever o modelo como você quiser, fique à vontade. Eu só quis mostrar a metodologia para resolver o problema."

Desculpe o breve desabafo neste último comentário, mas certas coisas deveriam ser mais evoluídas aqui no debate econômico. Fica a dica de leitura do artigo.

Abraços!


setembro 02, 2011

FOMC: Explicações de um Dissidente

Muito interessante o discurso de Narayana Kocherlakota, presidente do FED de Minneapolis, publicado no site da instituição, sobre a condução do FED durante a crise e as perspectivas futuras de ação do FOMC. O discurso é especialmente relevante por apresentar, de forma clara e transparente, os motivos que levaram Kocherlakota a ser um dos dissidentes da última reunião do COPOM de lá. Como registro histórico, a decisão de "warrant exceptionally low levels for the federal funds rate at least through mid-2013" foi a que gerou a maior divisão nos últimos 20 anos de história de reuniões do FOMC, com três membros do comitê discordando do resultado final.

Clique no link abaixo para continuar.

agosto 04, 2011

Mais Major Tom

Mais música, mais Major Tom. Depois do estrondoso sucesso de Space Oddity no blog, Major Tom volta, mas não na voz de David Bowie: Peter Schilling revê o personagem de forma literal nos anos 80, para revolta de muitos fãs de Bowie, contando a história de um acidente espacial.

"Second stage is cut.
We're now in orbit.
Stabilizers up,
runnning perfect.
Starting to collect
requested data.
'What will it affect
when all is done?'
thinks Major Tom.

Back at ground control,
there is a problem.
'Go to rockets full.'
Not responding.
'Hello Major Tom.
Are you receiving?
Turn the thrusters on.
We're standing by.'
There's no reply.

4, 3, 2, 1
Earth below us
drifting, falling.
Floating weightless
calling, calling home..."




Abraços!

julho 27, 2011

Mais Blogueiros Não-Progressistas Reunidos

Já que houve a cobrança pela falta de posts no blog, fica o registro do encontro ontem com o guru Claudio Shikida. Aproveitando as férias, em mais uma reunião de blogueiros não-progressistas, neoliberais, golpistas, feios, comedores-de-jiló e adoradores de Estadounidenses, muitos petiscos, chopes e boa conversa circularam pela noite mineira.

Obrigado ao Claudio pela companhia, pela amizade e a boa conversa de sempre.

Abraços!

julho 14, 2011

Dica: Grantland

Para quem procura alguma coisa interessante para ler, algo não relacionado a economia, política, ou outros temas mais chatos, fica a dica: meu colunista esportivo favorito nos Estados Unidos, Bill Simmons, lançou, dentro do site da ESPN, um site de variedades, com textos muito legais sobre os temas mais diversos escritos por gente do mais alto gabarito: Grantland.

Além das análises esportivas sempre exageradas de Simmons, um dos melhores escritores é Chuck Klosterman, quando resolve falar de música. Ele ainda escreve na Esquire, na NYT Magazine, entre outros lugares. Neste texto, ele faz uma análise minuto-a-minuto do video de "In The Evening", do Led Zeppelin. Excelente!

Abraços!

julho 10, 2011

ES Go Home!!! - Part II

Ainda no meu "rant" contra a Econometric Society, observo que, de acordo com o esperado, esta instituição está promovendo "dumping" para acabar com a produção acadêmica de qualidade (e moralmente superior, já que não-americana comedora de jiló) dos países em desenvolvimento! Basta notar que, para o envio de trabalhos para o LAMES, o European e o North American Meeting of the Econometric Society, basta ser credenciado a esta instituição perversa, pagando a bagatela única de US$36,00 pelo período de três anos (ou seja, se a minha matemática ainda ortodoxa-calculadora-de-médias-ponderadas está correta, US$12,00 por ano!).

Por outro lado, os bravos heróis da Sociedade Brasileira de Econometria, na promoção do seu evento anual, cobra R$150,00 a título de filiação, permitindo com isto a submissão de artigos para o seu encontro. De novo, se a minha matemática ortodoxa não falha, considerando um câmbio de R$1,56 por dólar, estamos falando em US$96,15 pelo período de um ano de filiação! A aproveitadora ES cobra oito vezes menos que a SBE para receber seus artigos, em um caso clássico de "dumping"!

Além de produtos chineses de má qualidade, o povo brasileiro ainda tem que viver domesticado pelos encontros de economia internacionais! É um absurdo!

Abraços!

junho 26, 2011

Blogueiros Não-Progressistas em Festa de São João

Foi um prazer ontem passar alguns momentos junto de outros blogueiros não-progressistas, ortodoxos e bastante animados. Finalmente, tive a chance de conversar aqui em Brasília com o Leonardo Monastério. Por motivos diversos, o encontro foi postergado inúmeras vezes. Também o meu agradecimento especial ao Sabino pela grande noite, com direito a forró, canjica, quentão, pamonha e ameaças constantes de pulos sobre a fogueira.

Uma grande noite!

Abraços!

junho 08, 2011

Mais Chari

Tive acesso hoje aos vídeos do último Seminário de Metas para Inflação e resolvi, ao invés de ficar apenas na frase de V.V. Chari citada no último post, trazer a transcrição (feita por mim) de dois trechos muito legais do que ele falou.

Primeiro, sobre a crise financeira de 2008, uma diferenciação importante sobre risco privado e risco social, e (falta de) soluções fáceis através de política econômica:

"Markets did not privately under price the risk, markets correctly priced the risk, because they correctly perceived that the risk was extremely small. The risk may have been large for society overall, but it was not large for each individual, person planning to do the investment. To people who say 'markets just under priced risk, markets are stupid!', I say yes, that's certainly a possibility, markets get the wrong answer lots of different times. But you got to remember: markets consists of thousands, sometimes hundreds of thousands of participants. So, there are these guys who are just stupid, idiots. And then we are going to find ten selected policy-makers. Bingo! These guys are going to be smart, these guys are going to figure out exactly what is going on, these guys are going to understand risk. And they are going choose to do all this by the modest sum – I think the Federal Reserve Board members are paid – 185 dollars when they could go out to the market and using all that incredible smartness to make 185 billion dollars! But, of course, they are public servers, so they will do all those kind of things..."

A diferença entre risco privado e social deve-se, segundo Chari, exatamente por causa da percepção por parte dos bancos, que assumiam empréstimos de risco, que seriam salvos. Ou seja, todos os agentes se comportavam de forma racional, dado o desenho do mercado de crédito nos EUA.

Mais tarde, a lição sobre política monetária:

"I always thought that the first attribute of a Central Banker is humility. Inflation targeting is an expression, not of arrogance, but of humility. There are things that Central Banks are good at doing: inflation. And we understand that, and we promise we are not going to look at that. The counterpart of that humility is that Central Bankers can not resolve the problem of AIDS, can not erase poverty in Africa, can not prevent the erosion of the Amazon forest and have only a limited effect on aggregate output. That is the first attribute of rational intelligent Central Bankers."

Abraços!

maio 30, 2011

ES Go Home!!!

Uso o espaço neste post para denunciar a Econometric Society, esta sociedade capitalista, exploradora, desenhada para roubar o conhecimento gerado pelos economistas neo-liberais de países em desenvolvimento cujas mentes foram cooptadas em programas de doutorado de universidades estrangeiras, principalmente as estadounidenses!

Esta sociedade, absurdo dos absurdos, não reconhece o desenvolvimento nunca antes visto na história deste país ao manter uma discriminação clara em suas anuidades para países pobres: os economistas do Brasil, este dínamo, centro de uma nova ordem econômica e social, ainda pagam anuidades nos mesmos níveis de outras economias do eixo sul-sul, tais como Burundi, Bangladesh, Sudão, Togo, Zimbabwe, além dos companheiros Bolívia, China, Cuba e Coréia do Norte.

Eu, como economista que já pagou a anuidade deste ano com o valor ainda impróprio, exijo que a Econometric Society aumente já as suas anuidades para economistas brasileiros, ao menos para o nível das economias desenvolvidas, agora decadentes, como Alemanha, França e, por que não, Estados Unidos. Esta tarifa é discriminatória, separando em grupos os economistas brancos de olhos azuis!

Obviamente, como o aumento não é retroativo, espero com isto reduzir a demanda de economistas brasileiros por congressos neo-liberais e entreguistas, como o LAMES, o European e o North American Meeting of the Econometric Society! E me ofereço, desde já, como candidato permanente a participar de todos estes eventos, para mostrar a todos que não existe mais espaço para este tipo de discriminação nos dias atuais!

Abraços!

maio 13, 2011

XIII Seminário de Metas para Inflação

Estou no aeroporto agora, esperando o vôo para Brasília partindo do Rio, onde participei do XIII Seminário de Metas para Inflação, organizado pelo Banco Central. Encontro muito bom, especialmente para rever algumas pessoas que não via desde que voltei do doutorado, além de trocar algumas palavras com o (ex-chefe? Era diretor de outra área) companheiro blogueiro Alexandre Schwartzman. No encontro, foi oficialmente apresentado o modelo DSGE do Banco Central do Brasil, com estimações, simulações e alguns exercícios de previsão. Um bom trabalho da equipe, já disponível nos Working Papers da instituição.

Algumas boas palestras, mas uma, em especial, deixou uma frase antológica: V.V. Chari, professor do Departamento de Economia de Minnesota largou a pérola do encontro.

"Central banking is an exercise of humility."

Vou esperar o video completo do evento no banco para pegar a idéia inteira. Uma verdadeira aula. Aguardem atualização do post.

Abraços!

maio 06, 2011

Universidades Saindo da Crise: Duke

Notícia de hoje na Bloomberg: ao menos as universidades americanas parecem fazer o dever de casa. Chama a atenção, também, a quantidade de recursos que as universidades possuem como "endowment" (riqueza gerada através de doações, captações, retornos de investimentos, etc).

"Duke Joins Harvard as Universities Buy Back Credit-Crisis Debt"

Abraços!

maio 03, 2011

Hayek vs Keynes

Para quem não conhece, um pouco de música com uma boa sátira do debate econômico atual. Para quem conhece, vale a pena se divertir mais uma vez com o já clássico confronto de dois economistas históricos.



E agora, a continuação. No estilo "Street Fighter": Round 2, fight!



Vale notar o personagem representando o "banqueiro central", a semelhança física com o atual presidente do FED é incrível.

Abraços!

abril 20, 2011

A Música da Semana

Curioso que, na semana do show do U2, a música que ficou na minha cabeça foi a do clipe de abertura: Space Oddity, por David Bowie.

"This is ground control to major Tom, you've really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it's time to leave the capsule if you dare."




Abraços!

abril 18, 2011

Um Bom Ditado Popular

Sabe aquele ditado popular que afirma "de onde menos se espera é de onde não sai nada mesmo"? O ditado é tão bom que a sua negativa também se comprova, como neste texto do Paulo Springer no blog que fiz a propaganda abaixo, Brasil, Economia e Governo.

O resumo do post, ou um título alternativo: "Tudo o que você gostaria de saber sobre política monetária no Brasil, e tinha medo de perguntar".

De fato, de onde se espera muito é de onde sai coisa boa, com certeza!

Abraços!

abril 16, 2011

Dilúvio de Capitais

A discussão sobre controles de fluxos de capitais e a operação de política econômica em ambientes de excessiva entrada de capitais externos presente no Brasil me fizeram lembrar de um artigo já famoso, descrevendo os fatos estilizados sobre o comportamento da economia e, mais especificamente, da política econômica em tempos de abundância de recursos externos. Graciela L. Kaminsky, Carmen M. Reinhart e Carlos A. Vegh, em artigo publicado no NBER Macroeconomics de 2005 apresentam as características de 104 economias em termos de ciclos econômicos, política monetária e política fiscal quando uma "chuva de recursos externos" invade o país.

Os resultados são particularmente interessantes para descrever a situação atual da economia brasileira: uma economia emergente atingida por diversos choques positivos (crescimento dos termos de troca, redução das taxas de juros para empréstimos no exterior, alto crescimento das economias parceiras em termos de comércio) tem que lidar com uma entrada massiva de recursos externos. Neste cenário, a "chuva" de recursos costuma gerar inundações: de acordo com os autores, diante da entrada de capitais externos, a política econômica de países emergentes possui caráter claramente pró-cíclico.

O abstract do texto, neste sentido, é bastante claro sobre os resultados da análise:

"Based on a sample of 104 countries, we document four key stylized facts regarding the interaction between capital flows, fiscal policy, and monetary policy. First, net capital inflows are procyclical (i.e., external borrowing increases in good times and falls in bad times) in most OECD and developing countries. Second, fiscal policy is procyclical (i.e., government spending increases in good times and falls in bad times) for the majority of developing countries. Third, for emerging markets, monetary policy appears to be procyclical (i.e., policy rates are lowered in good times and raised in bad times). Fourth, in developing countries - and particularly for emerging markets - periods of capital inflows are associated with expansionary macroeconomic policies and periods of capital outflows with contractionary macroeconomic policies. In such countries, therefore, when it rains, it does indeed pour."

O fato mais curioso dos resultados é o comportamento da política econômica nos tempos de entradas de capital: é surpreendente, e uma pauta de pesquisa ativa na academia, o fato de tanto a política fiscal quanto a monetária serem expansivas com a entrada de recursos externos, dado que, em tese, o ótimo para a população seria alguma forma de "alisamento" do consumo ao longo do tempo ("consumption smoothing"). Em outras palavras, a política econômica deveria buscar a redução da volatilidade dos ciclos econômicos, de tal forma que os gastos dos agentes fossem mantidos em níveis próximos tanto em períodos de recessão quanto de prosperidade.

Vale a leitura.

Abraços!

abril 06, 2011

A Pleno Vapor

O computador não reduz o ritmo: 94% de uso dos processadores na tarefa atual. Tudo facilitado pela programação em MPI para fazer multi-threading.



Abraços!

abril 03, 2011

Bolha Imobiliária em Brasília?

O preços dos imóveis cresceu bastante no Brasil nos últimos anos, levando alguns burburinhos sobre a existência de uma "bolha" no preço destes ativos. Uma evidência meio boba sobre a possibilidade de uma bolha: propaganda de novos conjuntos habitacionais em venda em Brasília, distribuídas na porta do Banco Central, falava que o prédio era ótimo, cheio de atrativos, e que era "bom até para morar".

Mesmo? "Bom até para morar"?! Se você não compra imóveis para morar, está comprando para quê?

Abraços!

março 15, 2011

Novo Blog: Brasil, Economia e Governo

Dica, mais uma vez, do Shikida, o blog "Brasil, Economia e Governo" é escrito por servidores do Senado Federal (entre eles, o meu amigo Paulo Springer de Freitas), em uma associação com o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial.

Vale a pena a leitura, muita coisa de primeira linha. Vai para a barra lateral de links.

Abraços!

março 04, 2011

I Encontro Nacional dos Blogueiros de Economia

Com atraso, segue a divulgação do I Encontro Nacional dos Blogueiros de Economia. Brilhante iniciativa do Cristiano, do Shikida e do Prof. Carlos Eduardo Gonçalves (USP). O encontro será realizado no dia 25 de março, na USP. Inscrições gratuitas!



O único problema do Encontro é a falta de juízo dos organizadores: ao me convidarem para fazer parte de uma das mesas, os organizadores desconsideraram que os meus oito leitores fatalmente lotariam todas as dependências da USP e, de forma descontrolada, gritariam freneticamente a cada intervenção do autor deste blog. Desta forma, fui forçado a declinar do convite, ainda que muito honrado pela lembrança.

Abraços!

fevereiro 24, 2011

Rápidas

Algumas notas:

1) Bom pedaço de artigo completo. Tenho uma noção boa dos resultados, mas faltam ainda detalhes para colocar tudo no papel. Tem que sair por agora, e vai sair.

2) Aproveitando um pouco o tempo para desenvolver minhas habilidades em C/C++. É fascinante os ganhos de velocidade em comparação com o Matlab. Pude reescrever uma simulação que eu tinha em Matlab para o C++. A estrutura do trabalho era a seguinte: a) dado um conjunto de parâmetros, obter a solução de um modelo; b) extrair da solução as matrizes de coeficientes; 3) dadas as matrizes, simular o modelo para um conjunto muito grande de vetores de variáveis de estado; 4) executar mais alguns cálculos simples a partir da resposta da simulação. Para um conjunto de 100.000 vetores com variáveis de estado, o Matlab gastava 22 minutos para resolver o problema. Em C++, o mesmo problema, escrito com a mesma estrutura de código (fiz praticamente um copy-paste do código em Matlab, para que não tivesse diferença de estrutura na programação de um sistema para o outro), gastava apenas 35 SEGUNDOS. E isto sem usar recursos de computação paralela, entre outros truques.

3) Ainda na trilha do C/C++, recomendação do meu amigo Anderson: vale explorar a library Boost C++. Programa gratuito, com peer review para garantir a qualidade, facilita demais o trabalho de programação. A briga agora vai ser com o departamento de informática do banco para liberar o download nas máquinas de lá.

4) Gente de outros esportes também sabe aproveitar Duke. Nem por isto vou passar a gostar dos Cowboys.

5) Estou acompanhando meus colegas que entraram comigo no PhD em sua briga no mercado de trabalho para economistas. Se você quiser acompanhar o massacre anual das turmas de formandos em economia dos melhores programas de PhD do mundo, siga aqui. Tem até universidade brasileira que busca professores por este sistema: parabéns FGV-RJ.

6) "Who is John Galt?" Prometo uma aventura na análise literária em futuro breve.

Abraços!

fevereiro 04, 2011

TK Thoughts (3)

Do programa de ontem, 3 de fevereiro, sobre os problemas no Egito:

"I was skeptical, at the very, very least, (and more than skeptical, actually) at the heads who are on the ground in Cairo having arrived there one hour before and telling you 'the mood of Cairo' and the 'history of Cairo', and everything else that was going on, and now this was remarkable because this was a 'peaceful people's revolution', and you could walk on the streets, and it was just great... And that was fine, until that guy in a camel road by with a baseball bat. And now I'm watching the Nightly News (...) and Brian Williams was saying 'I can't believe this, it turns so suddenly, it's so shocking! What happened?' And I'm thinking, really? Why are you shocked at this? This is a revolution. What happens in a revolution is very simple: the people who want power, want to arrest it from the people who have power, who don't want to give it up. (...) Do you think Mubarak wants to give it up? Please, if he could get away with dropping an H-bomb on that square, he would do it, if that helped him to stay in power. (...) You people have watched too much tv, you've watched too much History Channel, you've watched too many 'made-for-tv' movies. In real life, people die in pursuit of revolution, and because the guy in power wants to hold on to power, what is exactly what we're seeing now! (...) And now they are attacking journalists: of course they are!!!"


Abraços!

janeiro 17, 2011

Links

Preguiça demais para escrever... tempo escasso também: estou preparando dois artigos que eu quero terminar até o final deste primeiro trimestre, quando alguns deadlines para bons encontros estão vencendo. A página do Twitter, para quem acompanha, anda bem mais movimentada que o blog, conforme o esperado desde as alterações propostas no blog.

Aproveitei este tempo para arrumar um pouco os links aí na barra lateral. Na verdade, eliminei muitos que não estavam funcionando, ou que eu já tinha deixado de ler, e acrescentei dois cujas ausências eram imperdoáveis: o "Moral Hazard", do Erik Figueiredo, e o blog do Irineu de Carvalho Filho. Gente boa produzindo coisas muito interessantes.

Sobre o Erik, meus pedidos de desculpas: depois de montar o lay-out novo daqui do blog, eu lembrei que já tinha visto algo muito semelhante. Um belo dia, ao abrir o blog dele, levei o choque. Eu poderia ter sido um pouco mais criativo, admito, mas aí o trabalho por aqui já estava feito.

Abraços!