julho 31, 2006

Quando...

... vc perde o primeiro dia de aula pq a imbecil da burocrata não conseguia achar o seu nome na base de dados de alunos, ainda que ela tenha dito, sexta-feira, que tinha conseguido localizar o seu nome.

... depois de toda a espera, encontram o seu nome, vc recebe meia dúzia de papéis dizendo que está tudo certo e lhe mandam embora para casa.

... vc participa de uma reunião sabendo que tem outro compromisso, mas a reunião, que seria um saco, acaba sendo importante.

... o outro compromisso, que vc não consegue chegar à tempo, é a entrega da sua cama na sua casa, e vc descobre que vai dormir no chão hoje.

... vc começa a desfazer as malas da viagem e verifica que não tem lugar para guardar parte das coisas pq ainda não tem armários na sua casa.

... vc descobre que o pouco que poderia ser guardado não pode ser guardado, já que a coisa mais limpa da casa são as suas cuecas lavadas debaixo do chuveiro (sem sabão, só na escovinha).

... depois de tudo isto, vc encontra um bom café quase ao lado de casa para escrever esta mensagem para os amigos, só resta respirar fundo, encher o peito, e gritar como se fosse a última coisa da sua vida: PUTA QUE PARIU, AINDA NÃO FUDEU!!!!

Abraços!!!

julho 30, 2006

Meeting My New Friends

This is a small post to show a picture from tonight’s dinner with my new mates from Duke. I promised them I would write in English. So, all the mocking will be on future posts in Portuguese (just joking, guys!!!). From the left to the right: Justin (the one with the meeting’s idea), Jeremy, Nunik, Hector, Emily, Christoph, Bonnie and me. Justin's girlfriend took the picture (sorry, Justin, but I forgot her name!!!).



See you!!!

Angelo: Armado e Perigoso

Foi bom o Marcelo ter trazido o tema em um comentário abaixo para eu mostrar a vcs minhas novas aquisições. Resolvi levar a fundo a idéia do Shikida sobre ter criado um monstro: agora, é um monstro armado e perigoso. Saí na sexta-feira para uma loja Best Buy daqui, onde eu já tinha visto a promoção de notebooks. Segue, então, a descrição da figura abaixo:



Como a foto mostra, é um Toshiba com monitor de 17 polegadas. Até aí, tudo normal. Mas a configuração dele é que não se encontra no Brasil: 2GB de memória RAM, disco rígido de 120GB, leitor e gravador de CD/DVD (isto mesmo, dos dois!), leitor de cartões de memória "Memory Stick" (usado pelas câmeras da Sony, por exemplo), antena interna para conexão wireless com a internet, entrada para fones de ouvido, saídas USB para conexão com receptores de TV à cabo, para transformar o notebook em uma TV, identificação do usuário por leitura de impressão digital, ... , e mais um bando de coisas que eu não me lembro. Esta máquina saiu pela bagatela de US$1400,00. Acredite, é verdade!!! A vontade que eu tenho é de tirar uma foto da nota fiscal da compra, mas isto seria muito humilhante para o governo brasileiro, meu honorável patrocinador.

Quando vi o quanto que ia pagar, resolvi abusar um pouco também na câmera digital. Aí foi um show, vendo as câmeras disponíveis por aqui. O modelo que eu comprei (foto abaixo) é da Sony, com 8.1 megapixels de resolução, zoom optico e digital de 3x. O diferencial dela em relação às câmeras tradicionais eu não consegui mostrar através do espelho: o visor das fotos possui 3 polegadas, e todo o controle da máquina é feito através de toques sobre a tela. O preço? US$450,00. Mentira: para ser honesto, some US$50,00 para o cartão de 512MB de memória que eu precisei comprar.



Abrindo aqui uma pequena discussão, recomendo fortemente a abertura de jornais do Brasil para ver se encontram algo parecido, e o preço que é cobrado para que se desenvolva, no Brasil, uma indústria de produtos de alta tecnologia. Existe uma percepção um pouco distorcida no país, onde eu já ouvi algo do tipo "estes orientais sempre aparecem com um computador debaixo do braço, não conseguem viver sem eles, por isto compram qualquer porcaria, gerando máquinas por preços menores". A realidade é exatamente o contrário: todos possuem um computador de excelente nível porque podem pagar por isto, e não porque fizeram um esforço para desenvolver a máquina. É o gosto das pessoas que leva à criação de produtos mais baratos, e não o gosto do burocrata que determina se é melhor estudar através de blocos de papel ou de laptops.

Abraços a todos!

Primeiras Impressões

É lógico que escrever do hotel ainda não dá a informação precisa sobre o ambiente ao redor. Entretanto, caminhei muito por aqui (meu lema atual: "Keep walking, Johnny Walker"), até para resolver alguns problemas imediatos (aluguel de casa, compra de computador, matrícula na universidade, conta no banco, etc.), e isto me deu uma noção bem razoável do pessoal daqui. E a primeira impressão que fica das pessoas agradou: o povo aqui é muito amistoso, atencioso e bastante direto no falar, sem rodeio algum.

O sotaque do povo, muito diferente daquilo que ouvimos em programas da TV, ou nos noticiários da CNN, permite algumas "pérolas" que dão bem o espírito do lugar. A primeira que ocorreu comigo foi logo na chegada: entrando no quarto do hotel, vinha comigo o carregador de malas. Tipo físico clássico e sotaque carregado do negro norte-americano, senhor já com alguma idade. Quando perguntei a ele sobre o calor que estava fazendo, a resposta veio rápida, ainda que no tom arrastado de falar da região:
— U know, man, sometimes it's better, sometimes it's worst, but it is always like this, and it's not gonna change, you know.

A frase resume, exatamente, o que é o povo daqui, naquelas três qualificações do primeiro parágrafo. Uma resposta curta, direta, mas muito tranqüila, serena, conformada com o andamento das coisas. Depois que ele deixou as malas aqui, nos encontramos mais umas duas vezes no lobby do hotel. Ele me cumprimentou como se fosse o seu novo vizinho, o visitante da sua casa. E é exatamente esta a impressão geral do povo daqui, onde somos apenas os visitantes do lugar, alguns por mais, outros por menos tempo.

Um abraço a todos!

julho 27, 2006

Um Post Rapido...

... so para dizer a todos que esta tudo bem por aqui. Estou instalado em um hotel muito bom, ao lado da Universidade (maldito conceito este "ao lado", explico depois com calma), e amanha (sexta-feira) faco a maior parte dos arrajos necessarios para me instalar por aqui.

Hoje, ja que nao deu para fazer muita coisa, aproveitei para andar na Universidade. As 17hs, na Chapel (catedral ou capela?), comecam a tocar os sinos por horas, sempre fazendo alguma musica. E muito bonito isto aqui, apesar dos predios nao serem antigos (a ideia e sempre de uma universidade de predios seculares para serem bonitos).

O lado ruim: calor, teu nome e Durham!!! Caramba, como e quente aqui nesta epoca!!! Porto Alegre no verao e muito mais leve que isto aqui!

O primeiro sarro com os americanos: para quem quer saber qual o sotaque do povo daqui, recomendo fortemente o filme "Matadores de Velhinhas", com Tom Hanks. O sotaque da velhinha do filme e dos policiais que aparecem sao exatamente iguais aos do povo daqui!!! Quem viu o filme e presta atencao nisto sabe do que estou falando.

Bom, fico por aqui. Pretendo escrever ja instalado em um computador proprio, ao inves do Business Center do hotel.

Um abraco!!!

julho 23, 2006

Por Fim...

... a letra de uma música que está representando bem o que sinto antes da partida. Em tempo: para os ouvidos mais "sensíveis", solos de guitarra do Metallica podem ser um pouco demais para os não-acostumados – ou seja, fiquem apenas com a letra.

Wherever I May Roam

Por Hetfield e Ulrich

...(And the road becomes my bride)
And the road becomes my bride
I'm stripped of all but pride
so in her I do confide
and she keeps me satisfied –
gives me all I need

...and with dust in throat I crave
only knowledge will I save
to this game you stay a slave

rover, wanderer,
nomad, vagabond –
call me what you will

but I'll take my time anywhere
I'm free to speak my mind anywhere
redefine anywhere –
anywhere I roam –
where I lay my head is home

...and the earth becomes my throne
and the earth becomes my throne
I adapt to the unknown
under wandering stars I've grown
by myself but not alone –
I ask no one

...and my ties are severed clean
the less I have the more I gain
off the beaten path I reign

rover, wanderer,
nomad, vagabond –
call me what you will

but I'll take my time anywhere
I'm free to speak my mind anywhere
I do my time anywhere –
anywhere I may roam –
where I lay my head is home

but I'll take my time anywhere
I'm free to speak my mind
I redefine anywhere –
anywhere I may roam –
where I lay my head is home

carved upon my stone
my body lie, but still I roam
wherever I may roam


Até Durham! Tchau!

Tempo de Descobertas

Estes últimos dias em Brasília, antes da pausa de quatro anos, serviram para algumas descobertas interessantes:

1) De volta para a “nona”: recebemos da imobiliária em Durham o local exato e o endereço do apartamento que alugamos. O lugar parece bacana, bem arborizado, parece ter um parque próximo. A foto abaixo mostra a imagem do condomínio captada através do Google Earth. O curioso a respeito do lugar é mesmo o endereço: 824 Louise Circle, Durham, NC 27705. A associação direta: vou morar na rua com o nome da minha avó Luíza, infelizmente já falecida.


2) Para diplomatas, doutorado = diversão: em palestra para os bolsistas de Brasília do programa da Fulbright, um rapaz muito animado (!!!), atualmente trabalhando no Itamaraty, foi convidado a falar sobre a experiência dele nos Estados Unidos como bolsista. Acho que a escolha do palestrante não foi muito legal: ele passou apenas um ano em Nova Iorque, fazendo doutorado-sanduíche em direito na NYU, sem passar pelos apertos de quem vai para o programa completo (para listar alguns: adaptação para um período longo, exames de qualificação, instalação em lugar onde quase não existem brasileiros ao redor, provas e trabalhos da faculdade para cada uma das cadeiras, entre outros). Assim, 90% da palestra do ilustre diplomata tratou de assuntos como: arranjando ingressos para eventos gratuitos em NY; bares baratos para reunir os amigos em Manhattam; comida birmanesa: experimentei e gostei; faculdade de direito da NYU: lugar de impressora sem restrição para uso; como cumprimentar uma pessoa de fora do Brasil sem parecer uma prostituta (para as mulheres) ou um homossexual (para os homens); meu colega egípcio de estúdio nova-iorquino. Os 10% restantes trataram de mostrar fotos de NY, falar de trabalhos comunitários que ele fez durante o ano, e dizer que “é uma experiência muito legal”. Não, não foi muito útil, não.

3) Conhecendo os colegas por e-mail: começou a circular um e-mail entre meus futuros colegas. A turma é de 30 pessoas. Destas, além de mim, outros 20 responderam à mensagem. Histórias bem ecléticas: tem desde um venezuelano que morou durante a infância em Londres, e foi fazer a graduação nos Estados Unidos, até o típico americano da Califórnia que parece estar preocupado por estar de mudança para um lugar sem praia. Maiores detalhes sobre a turma, só depois da minha chegada.

4) O melhor “até logo” tem que ter churrasco ou mesa de bar: mais algumas fotos de despedidas. O primeiro mostra a reunião clássica das sextas-feiras, desta vez com motivos para a comemoração, com o pessoal do banco em mesa de bar. Esta qualidade Brasília soube trazer do Rio de Janeiro: o bom boteco e as comidas de bar para a happy-hour após o serviço – não precisava ter trazido também as transmissões do Campeonato Carioca.

Também foi muito legal, no sábado, o churrasco no clube para os amigos mais chegados. Marcelo e Luis também são do banco, eu sei, mas, talvez por não serem do mesmo departamento, foi mais fácil com eles separar o que é trabalho do que é a vida pessoal. Muito bom o encontro, a despeito da minha briga (eterna enquanto dure) sobre a qualidade da carne de Brasília: não dá para ficar fazendo churrasco com “cortes selecionados” de picanha embaladas à vácuo, quando, no sul, eu vou no açougue do Vermelho da Osvaldo Aranha e consigo sempre um pedaço melhor!!! Porco Cane!!!

julho 19, 2006

Passagem na Mão

Tudo confirmado agora. Itinerário:

26/07 - 14hs30: vôo para São Paulo, chegada em Congonhas.
26/07 - 17hs: ida para Guarulhos.
26/07 - 21hs50: vôo para Nova York, JFK
27/07 - 8hs30 - horário da costa leste americana: vôo NY-Durham.

No final das contas, adaptando tudo, acho que são grandes as chances de chegar no final da manhã em Durham. Já vi que, por exemplo, o vôo NY-Durham de hoje saiu do aeroporto JFK às 10hs20 da manhã, chegando pontualmente às 12hs.

Saudações!

julho 16, 2006

Alive!!!

Ainda na seção "Despedidas", relato de uma excelente noite. Chris e eu decidimos ir a um lugar chamado "O'Reilly", aqui em Brasília, cujas poucas referências disponíveis eram muito positivas: um dos sócios do lugar é Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso; nas poucas vezes que passamos na frente do lugar, não estava tocando pagode, axé, funk e outra baboseiras do gênero; e, não menos importante, o nome do lugar me faz associar, diretamente, a cerveja irlandesa e à musica Baba O'Reilly, do The Who, um dos melhores usos de sintetizadores eletrônicos em música de todos os tempos.

Entrando no lugar – um pub clássico: palco ao fundo, balcão de bar grande, segundo andar com mesas, subsolo para sinuca – surpresa direta com a seleção musical: Ramones no som ambiente (ok, Poison Heart, junto com Pet Sematary, já diria o Ricardo, são as únicas músicas que o povo conhece)!!! Mas não parou por aí! Noite muito divertida, filé acebolado no palito para o jantar, cerveja draft em canecas grandes, homenagens ao sócio do bar (Vital e sua Moto, Meu Erro, O Calibre), aproximava-se a porta de entrada para o Nirvana – Come as You Are, não tem problema, não: o espaço é de todos –, nem a Plebe Rude incomodou com seus gritos de Até Quando Esperar. Mas Será que outra banda famosa local ia aparecer? Com certeza, deu as suas caras, trazendo a Geração Coca-Cola, até um avião bombardeio sobrevoou o local: Vertigo total, mas I Will Follow neste ritmo até o fim, ou até as pernas cansarem. E elas demoraram para cansar, até porque Chris ficou sabendo que sou Jumping Jack Flash nesta noite. Já estava perto do estado de Losing My Religion, mas esta ia ser a noite para The One I Love: FIIIIIIIIREEEEEEEEEEEEE!!!! Muitas Flores, cercadas por Bichos Escrotos por todos os lados. A pimenta forte, vermelha, me levou para Other Side, mas não durou muito, pois, Boys, Don't Cry, Money for Nothing.

E no final, apoteótico, ainda me dei ao luxo, antes de fazer o anúncio de Aluga-se, do chamado gutural:
— Toca Raul aí, ô cabeludo!!!

Na saída, a certeza de Eddie Vedder ecoava no ouvido: OOOOOOHHHHHH AAAAAAHHHHH OOOOOOOOOHHHH I'm Still Alive EEEEEEEEHHHHHH AAAAAAAAAHHHHHHHHHH

Ganhei meu motivo para voltar a Brasília!

julho 12, 2006

Flashes de uma Volta pelo Sul

Aqui, outras fotos das despedidas do sul. Tom bem menos sentimental em relação aos posts anteriores, mas, com certeza, com as mesmas idéias enraizadas.

Um dos motivos para ir ao sul, além das despedidas, era ter alguma medida sobre como estarei daqui algum tempo. Acho que estes dois daqui do lado dão uma boa medida a respeito: meu pai acabou de fazer 60 anos, e meu avô está prestes a cumprir nove décadas neste mundo. Um orgulho para qualquer um, e uma excelente medida sobre até onde eu posso chegar!!! Pobre Christiane...

Já aqueles que não fugiram para Florianópolis ou para o México (não é, Izete?) também tiveram a sua despedida. Parcela fundamental no apoio para a ida ao doutorado, os dois professores também merecem um abraço forte!!! Sobre o Sabino, chegamos à conclusão que os bares e pubs da Padre Chagas e da Cidade Baixa não são mais os mesmos: fomos expulsos do pub da foto, por volta das duas da manhã, só porque eles queriam fechar!!! Que absurdo!!! Nem a Sierra Maestra oferecia suas curvas naquela noite para a devida tomada: a entrada denunciava que a noite por lá não renderia novas conquistas... Com o Marcelo, depois de uma rápida passada no prédio (verde!!!) da economia da UFRGS, boa massa, um vinho competente e uma ótima conversa. Além disso, a lembrança importante de que "no início do doutorado, você vai se sentir pior do que a poeira que fica por baixo da bosta do cavalo". Valeu a nova dica, professor!!! Enfim, não faltarão outras oportunidades de rever este pessoal, além daqueles que não puderam se fazer presente naquela noite.

Já esta turma é especial, mesmo. Todas as histórias revividas em uma única noite, em um único churrasco, em muitas garrafas de cerveja que culminaram em charutos e cafés. No fim, a constatação de que o fôlego para que a noite se tornasse mais longa – como sempre foi na nossa adolescência – já não é mais o mesmo. Entretanto, a alegria do reencontro (agora com namoradas, esposas, filho em casa!) permaneceu, e só isto já valeu pelo tempo que ficamos sem nos ver.


Abraços a todos!

julho 10, 2006

"Primeiro Final"?!?!?!?!?!?

Blog também foi feito para escrever bobagens, e depois desta semana tive certeza que coloquei em letras garrafais a minha primeira: de onde eu tirei que eu estava fazendo um primeiro encerramento do blog, em função das despedidas necessárias do pessoal do sul???? Que baita bobagem!!!! O título do post sugere um paradoxo com a seqüência de pontos de interrogação e exclamação, e é o que eu quero mostrar que ocorreu neste final de semana.
Existe um paradoxo famoso que diz, em síntese, que é impossível chegar em qualquer ponto do mundo. Como exemplo, supondo que você saia de Brasília e queira ir a Durham, é necessário que se cumpra a primeira metade do trajeto para chegar ao final. Atingida a primeira metade, para chegar no final do caminho, é necessário cumprir a metade da metade; e para a metade da metade, é fundamental a metade da metade da metade... até que se descobre impossível fazer o caminho inteiro, já que sempre faltará 50% do caminho restante. Assim, a conclusão evidente: é impossível chegar a Durham, porque sempre vai faltar metade do caminho restante.
Onde eu quero chegar com isto? É incrível, mas parece que, quanto mais longe eu vou morar, menos despedidas são necessárias, porque eu tenho certeza que os próximos encontros não passarão de um "até logo".
Por exemplo, vejam a foto abaixo:

Para quem não conhece, esta é a minha mãe. Quando fui morar em Porto Alegre, para fazer a graduação, muito choro, olhos esbugalhados, lágrimas (dos dois) que dariam para acabar com a seca na metade sul do RS. Pois bem, passado um tempo, minhas idas e vindas de Bento para Porto Alegre tornaram o "adeus" em "até logo". Quando me mudei para Brasília, esta outra daqui de baixo (vejam a foto) chorou até cansar. A despedida da minha irmã parecia o fim do mundo.

O tempo passou (quase três anos em Brasília!!!), e as despedidas mostravam as saudades, mas sempre com a certeza de que seria fácil nos rever. E, assim, todas as idas ao aeroporto tornaram-se um "até breve".
Pois bem, agora vou para mais longe ainda! E tive certeza, neste final de semana, que, ao invés do "Primeiro Final", este foi o último, já que todas as outras despedidas que ainda estão por vir não passarão de um "até breve" - até porque é impossível ir para muito mais longe!!! E este é exatamente o paradoxo descrito: por maior que seja o esforço, é impossível, na teoria, chegar em um novo lugar; da mesma forma, é impossível, na teoria, dizer "adeus" de forma definitiva, se, a cada retorno ao pago, toda despedida se trasforma em um "até mais", por mais longe que se habite neste mundo.