novembro 09, 2008

Um Conto de Halloween

Não gosto mais de brincar de Halloween. Mamãe me pediu, este ano, para me vestir de fadinha para pedir doces para os vizinhos, mas eu não faço mais isto, não caio mais no conto dela. Eu até fui para a escola com a roupa que mamãe fez para mim, mas eu não faço mais isto.

Na escola foi legal, a professora apareceu fantasiada também, meus colegas estavam vestidos de monstros. Johnny veio vestido de jogador de futebol americano, Pat veio de Pokemon. Eles são meus amigos, mas no ano que vem, eles não me convencem a colocar mais roupa nenhuma. Eles que vão brincar no Halloween, eu não brinco mais, não tem mais graça.

Voltamos para casa, na maior animação. Mamãe estava me esperando na saída do ônibus. Não via a hora de bater na porta dos vizinhos para brincar "Trick or Treat". Mamãe reclamou muito, no ano passado, quando comi todos os doces de uma vez só, e fiquei enjoada. Mas foi divertido, os chocolates estava gostosos! Este ano, não. Passei mal, mas foi por outro motivo.

Quando anoiteceu, mamãe me levou para junto dos meus amiguinhos, e começamos a bater na porta dos vizinhos. Todo mundo nos dava doces. Este ano estava especial, muitos chocolates!!! A minha cestinha estava ficando bem cheia. Mamãe estava junto da gente, mais o pai da Jane e a mãe do Johnny. Até que resolvemos bater naquela porta...


Estava tudo escuro, apenas uma luz acesa. Mas nós estávamos contentes. A Jane só falava nas balas que iria comer. O Johnny, previnido, prometia sua mãe que só iria comer um doce por dia, mas nos dizia, escondido, que iria levar mais doces para comer na escola, escondido da professora e dos seus pais. Batemos na porta. Eu lembro de ter pensado que o lugar era meio macabro. Mas ainda assim, batemos na porta. Foi quando aconteceu.

Mamãe segurou a primeira porta, proteção para o frio, aberta. Nós fazíamos barulho, gritávamos "Trick or treat", quando ouvimos a maçaneta da porta girar, aquele click. A porta demorou um segundo para abrir, mas quando abriu, um berro horroroso veio lá de dentro, um grito macabro que estourou nos nossos ouvidos e trouxe o pânico!!! E veio, lá de dentro, a criatura mais horrorosa que eu vi na vida!


Aquele, aquilo, aquele animal... aquele bode gritou alto!!! Todos ficamos assustados! O Pat me contou que, depois que ouviu o grito, acabou fazendo sujeira nas calças. A Jane saiu correndo, sua mãe teve que segurá-la para que não atravessasse a rua. Johnny jogou longe a sua cestinha, até hoje é possível encontrar chocolates jogados ao redor daquela casa medonha. Eu? Eu gritei, ainda mais alto que aquele bode, estava apavorada. Depois do grito, quis sair correndo, mas o Pat, vestido de Pokemon, estava mudando de cor a cada instante que passava olhando para a besta-fera, e não se mexia.

Foi quando mamãe nos disse para nos acalmarmos, que o bode tinha uma surpresa para nós. Eu não entendi por que, mas ela ria, ria muito! Mamãe devia ter sido abduzida pelo bode!!!! Aí o bode trouxe uma cesta cheia de chocolates. Ele queria nos comprar com doces!!! Aqueles doces deviam estar amaldiçoados. Quando Johnny, quase empurrado por sua mãe, se colocou na frente do bode para pegar doces, a fera gritou de novo:

— Só pode pegar um!!!!!

Johnny me disse que, quando ouviu aquilo, fez caquinha de novo nas calças. Pegou só um doce, e mostrou para o bode mau que estava pegando só um. O animal concordou. Fizemos fila, com medo que a fera voltasse a gritar, mas pegamos apenas um doce. Eu ainda tenho este chocolate guardado na minha gaveta. Estou com medo de comê-lo.

Não contente em nos assustar, a fera ainda foi fazer a sua festa. Encontrou uma menina no caminho. A menina parece que não se assustou com o bode, e saiu com ele! Ela deve ser corajosa! Quando crescer, quero ser que nem ela, só para não ter medo do bode...


E, depois de tudo, o bode ainda se reuniu com amigos para beber e fazer festa rindo da nossa cara!



No final da noite, o bode ainda ganhou um beijo da menina corajosa... Não quero mais ser como ela: que nojo dar um beijo naquele bode assustador!!!! E ele nem virou príncipe depois do beijo!


Eu não quero mais saber de Halloween! Não mesmo. No ano que vem, não brinco mais. Perdeu a graça.

Abraço!

3 comentários:

Anônimo disse...

Francamente...
abraço,
Menin

Anônimo disse...

Menin,
a história não é tao fantasiosa. O maluco, realmente, abriu a porta tal como descreveu e assustou as crianças, que saíram correndo e gritando e só voltaram porque a mãe de um deles chamou de volta para ganharem doces.
A coisa aqui tá feia, amigo... ele além de ter pirado de vez, agora, tá ficando um doido perigoso! hahahahahahahahahahahahaha

Anônimo disse...

Francamente - parte 2

Se ele comprar uma arma, por favor, volte para o Brasil (vai saber o que se passa na cabeça de um estudante-americano-armado-e-perigoso...)... não que por aqui a coisa esteja tão mais tranquila assim...



abraço,