dezembro 31, 2008

Mensagem de Ano Novo

Quem me conhece um pouco sabe da minha predileção pela festa de Ano Novo em relação ao Natal. O Ano Novo, para mim, tem um significado maior de passagem, algo como marcar mais um ponto no quadro da vida, e se preparar para registrar mais um daqui a 365 dias. A idéia de rever o que passou, simplesmente como algo que passou e que ficou para trás, e celebrar o que virá, renovar as esperanças, é o que me motiva nesta festa.

2008 não foi um ano tão bom quanto 2007. Não será, com certeza, um ano que guardarei na memória com boas lembranças. Mas é para isso que serve o Reveillon: deixar para trás, apagar o que passou, e se preparar para o que virá.

Que 2008 morra, e que venha 2009!

Um Feliz 2009 a todos os meus oito leitores, e a quem esbarrar, eventualmente, nesta mensagem!!!

Abraços!

dezembro 30, 2008

A Música da Crise

A crise em versão (muito) bem humorada, com direito a solução para tocar a vida ao final.



Abraços!

dezembro 26, 2008

A Turma do Shikida

Outro dia abri o sistema de acompanhamento de visitas do blog e levei um susto: havia uma alta respeitável no número de visitas, muito além daquilo que meus esforçados oito leitores conseguem sustentar. Resolvi investigar, e cheguei neste gráfico:



Tentando entender um pouco mais este movimento, me dei conta que o Shikida tinha colocado, neste dia, uma referência a um post meu. Resultado: mais da metade dos (poucos, porém estimados) acessos que recebi vieram como referência do De Gustibus. Ok, é possível que o tema do post tenha interessado a mais gente, mas este é um padrão que se repete. Basta o melhor blog de economia do país fazer uma citação que o meu número de visitas dispara.

Parabéns, Shikida! E obrigado pelas referências.

Abraços!

dezembro 21, 2008

Duke Football: Edição de Férias

Excelente movimento da universidade, oferecendo um novo contrato para o treinador que está mudando o perfil do programa de futebol da universidade, segurando ele aqui até 2015. David Cutcliffe é fera. Aqui, quem é bom, é valorizado.

Abraços!

IPEA: Revendo Élio Gaspari

Em 5 de março de 2000, Élio Gaspari escreveu uma coluna nos principais jornais do país tratando do concurso do Banco Central que discriminava positivamente, através dos critérios de diplomação, os candidatos com titulação no exterior e publicações em revistas acadêmicas de fora do país. Naquela coluna (íntegra aqui), Gaspari escreveu:

clipped from www2.uol.com.br

Ninguém aqui é bobo. Os critérios de titulagem inventados pelo Banco Central destinavam-se a favorecer os candidatos com formação acadêmica semelhante à que a ekipekonômica supõe ter. Tratou-se de triagem ideológica, feita por gente que nem história sabe. Se soubesse, lembraria que o fato de FFHH trabalhar na Cepal já foi considerado nódoa. (”Fiel súdito de Moscou”, para o Centro de Informações da Aeronáutica.)

Durante a ditadura, censurava-se o pensamento alheio, mas não se impunha aos aborígenes uma corrente exclusiva de pensamento alienígena. Em cinco anos, FFHH não inibiu o pensamento de ninguém. Sua elegância diante da divergência honra o Governo e ultrapassa a da oposição. Não é justo que um cérebro de dobradiça tenha feito o BC passar pelo vexame de publicar um edital que só encontra paralelo nos documentos coloniais do século XVIII.

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Hoje, Gaspari publica coluna em que comenta o exame de seleção de técnicos em planejamento para o IPEA. Entre as pérolas por ele destacadas do exame (muitas outras aqui), temos:

Exemplificando, primeiro pela agressão ao idioma, numa pérola pinçada por Madame Natasha: "Considerando aspectos da configuração das redes urbanas regionais no Brasil e do imbricamento dessa morfologia com a economia produtivista nacional, julgue os itens que se seguem (...)."


A prova agrediu a complexidade do pensamento do sociólogo Francisco de Oliveira ao atribuir-lhe a afirmação de "não haver capitalismo monopolista sem o Estado". Tudo bem, mas Dadá Maravilha poderia ter dito a mesma coisa. (Nunca é demais lembrar que em 2003 Nosso Guia mandou tirar um texto de Oliveira de um livro publicado pelo Instituto da Cidadania.)


Uma questão mostra a opção por conhecimentos inúteis: "Uma política de conservação dos cavalos-marinhos deve ser voltada para o Gerenciamento Costeiro e Marinho e a Fiscalização Contra o Comércio Ilegal, dispensando uma articulação com a Política Nacional de Recursos Hídricos e as práticas agrícolas no Continente." Certo ou errado?
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Entretanto, o que ofende, no texto de Gaspari, é a referência geral sobre o exame: "[a]gora, o comissariado do Ipea foi por um caminho parecido e piorado. Abriu um concurso para 62 vagas de técnico de planejamento (R$11 mil mensais) e submeteu os candidatos a uma prova que ofendeu o idioma, banalizou a qualificação dos candidatos e beneficiou conhecimentos de almanaque." Além disso, "[a]cusar os comissários de terem produzido um teste de conhecimento esquerdista é elogio impossível. A prova é apenas burra."

É mesmo, Gaspari?!?! Quando a prova é "esquerdista", ainda que com qualidade, o exame deve ser elogiado; quando o exame cobra titulação favorecendo universidades que criam "sábios para a ekipekonômica", para usar suas expressões, é "triagem ideológica"? A inferência direta do que escreve Gaspari neste artigo é clara: se o exame fosse esquerdista, mas não privilegiasse "conhecimento de almanaque", estaria tudo bem.

E que não se diga que o autor dos textos não tenha dado uma chance ao IPEA: a crítica ao exame do Banco Central nasceu no edital. Quem leu o edital do IPEA já vinha gritando, faz tempo, em relação ao conteúdo esperado no exame. Talvez, se o concurso do IPEA tivesse feito uma "prova inteligente", o texto de Gaspari no domingo não teria razão de ser, de acordo com sua argumentação.

O concurso do Banco Central criticado por Gaspari aprovou apenas um candidato, que depois, por receber outras propostas, não tomou posse. Sua qualificação permitiu que outras instituições (inclusive "a banca" de Gaspari) corressem atrás do talento. Os salários do Banco Central eram muito defasados em relação à iniciativa privada. Agora, o IPEA oferece salários competitivos para aprovar gente que entenda de conservação de cavalos-marinhos. Espero, sinceramente, que, se uma escolha entre os dois tipos de exames tiver que ser feita, que o Banco Central repita os critérios e questões do concurso de 2000. Quem sabe, com os salários atuais e com um número maior de possíveis candidatos voltando de bons cursos no exterior, mais gente se anime a ficar no Banco.

Por fim, encerro o texto adaptando o último parágrafo do texto de 2000 sobre o concurso do BC:


"Num país cujo presidente do IPEA fala de coisas como "tributação sobre produção imaterial", e que o resto da equipe econômica não implementa seu programa, ainda que seja governo, seria o caso de se pensar se a coisa não está indo longe demais. O Governo de Cuba é extremamente restritivo na concessão do direito de sair de seu território. Quando permite, seus asseclas vigiam seus cidadãos para evitar que busquem asilo político. Tem todo o direito de agir assim. O que não faz sentido é que meia dúzia de senhores que podem entrar e sair da ilha (y muchas cositas más) por serem filiados a um determinado partido restrinjam, em Pindorama, com critérios cubanos, o direito de brasileiros bem preparados de disputar um emprego no IPEA."



Abraços!

Duke Basketball: 10-1

Início da temporada de basquete, e Duke, mais uma vez, tem um bom começo de temporada: dez vitórias e uma derrota é um desempenho excelente para o padrão dos jogos de dezembro, normalmente jogados contra times de fora da conferência (sem a rivalidade local), e muitas vezes contra times que apenas querem ter a chance de jogar contra um time que faça parte do ranking nacional só para aparecer na tevê. Obviamente, o desempenho deve ser um pouco inferior na medida que a temporada avance, mas o início é promissor (tomara que o colapso no playoff nacional dos últimos dois anos não se repita em março).

Ontem, jogo importantíssimo: Duke, no momento número 6 do país, bateu (e bateu forte, mesmo) Xavier, número 7 do ranking. O jogo foi disputado fora de casa, mas, mesmo assim, Duke não deu a menor chance, liquidando a partida já no final do primeiro tempo, quando abriu 30 pontos de vantagem. O placar final, 82-64, não reflete o que foi o jogo, já que, na segunda metade do jogo, Coach K pôde colocar o segundo time em quadra para administrar os últimos 5 minutos de jogo.

Com algumas surpresas nesta rodada de sábado (derrota de Texas para Michigan State), é certo que Duke suba mais um tanto nos rankings que serão divulgados segunda-feira. Acompanhe, na barra aí ao lado do blog, a evolução dos rankings, atualizados todo o início de semana.

Abraços!

dezembro 19, 2008

Política Monetária: Flush

Este é o resultado de brincar de política monetária heterodoxa, ainda mais em país que não é sério: o mercado acaba desenvolvendo alguns usos alternativos para a moeda nacional.

Do Blog Freakonomics.

Abraço!

Rush Não Consegue Tocar Rush

Só podia ser coisa do Stephen Colbert.



Abraços!

dezembro 18, 2008

Arrogant Bastard

Uma grande cerveja:

Para um grande homem:


Minha cabeça ainda dói!!!!!!

Abraços

dezembro 17, 2008

Soltaram os Loucos

Esse encontro na Bahia está divertidíssimo. Fazia muito tempo que eu não dava tanta risada. Depois do homem de Illinois querendo grana depois de dar um calote, mais dois exemplares latino-americanos dão as suas contribuições para o humorístico:

1) Obama não vai dormir esta noite: a Bolívia está ameaçando cortar as relações com os EUA se o embargo à Cuba não acabar! Tenho certeza que a diplomacia do novo governo já foi acionada para tratar do tema. O discurso inflamado de Morales na cúpula lembrou que, se estivéssemos em 1962, a Venezuela e a Bolívia também teriam sido excluídas da OEA. Neste caso, infelizmente, não estamos em 1962...

2) Por fim, a caloteira do presente e do futuro, Cristina Kirchner, veio com um papo de que "se os países pobres não cumprem as regras impostas (???) é condenado publicamente, taxado de populista, deficitário, etc, etc." Regras impostas por quem, cara-pálida? Se a Argentina toma dinheiro no mercado externo e não paga, quer ser chamada de quê?!?!?! Não quer ser chamada de "caloteira, populista, deficitária", então siga duas alternativas: a) não tome dinheiro no exterior; ou b) não dê calote, pague suas dívidas.

Os ares de Salvador estão perturbando muita gente. Mas, ao menos, está divertido.

Abraços!

dezembro 16, 2008

Fazendo Escola

Tem gente fazendo escola como governante. Na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente do Equador, o homem de Illinois, veio com esta, muito boa:

clipped from oglobo.globo.com

Respondendo ao presidente Lula, que falou da importância da integração para manter o emprego e a renda dos trabalhadores, Correa disse que, para que esse desejo se traduza em fatos concretos, poderia se criar o Fundo de Reserva do Sul, com as reservas que estão nos Estados Unidos, para dar apoio a problemas de balanço de pagamentos e fiscais. Somente o Brasil tem US$ 207 bilhões de reservas internacionais.

- A vantagem disso seria que as reservas poderiam ser em volume menor. Não podemos cair no canto da sereia dos burocráticos, que só estão interessados no pagamento da dívida (nas últimas semanas, o Equador vem anunciando moratória e auditorias em sua dívida externa) e ter uma política fiscal que promova o emprego. Esse fundo de reserva serviria para isso - disse Correa.

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Ou seja, declare o calote das suas dívidas, e diga esta ação é resultado da falta de colaboração dos outros países, que não fizeram a poupança que você deveria ter feito para pagar o seu débito. O Equador quer uma parte das reservas para se socorrer? Então por que não se oferecem para pagar uma parte do custo da dívida interna do Brasil, cobrada a juros de 14% ao ano, que constitui, exatamente, a contrapartida do total de US$200 bilhões que o país acumulou ao longo dos últimos anos?

É muito legal ver estas idéias difundidas por toda a América Latina: um país faz o esforço para acumular as reservas, mas se elas não servirem a todos, é um explorador injusto. E mais: se o esforço fiscal para acumular as reservas não for socializado, é por "falta de vontade política e coordenação". O homem de Illinois aprendeu rápido, mas não foi por aqui, nos EUA.

Abraços!

dezembro 15, 2008

dezembro 14, 2008

High School Basketball

Muito boa a história contada sobre o uso da nova família presidencial americana como forma de insultar a torcida adversária no basquete entre high-schools.

Esta forma de trazer a rivalidade à tona, entretanto, não é privilégio das high-schools. De fato, universidades ditas de elite usam formas bem alternativas para ofender a torcida adversária. O exemplo clássico é o de jogos de futebol americano, onde a torcida de algumas universidades sacodem chaves durante kickoffs para dizer à torcida adversária que, depois do jogo, eles podem pegar os seus carros para dar uma volta, já que nunca poderão ter um carro igual na vida.

Cruel, talvez. Bobo, muitas vezes. Entretanto, são formas pacíficas de se destacar diante do adversário.

Abraços!

dezembro 13, 2008

Quando a Cepal Acerta

Dá até medo de elogiar. Mas segue a notícia:

clipped from br.invertia.com

De acordo com estimativas da Cepal, que ainda não possui os dados fechados sobre o ano de 2008, o Brasil deu continuidade aos resultados verificados entre 2006 e 2007, quando a pobreza caiu 3 pontos percentuais no País. Contudo, em toda América Latina e Caribe, cerca de 4 milhões de pessoas não conseguiram deixar o estado de pobreza em 2008 devido à alta inflação dos alimentos.


Carlos Mussi, economista do escritório do Cepal em Brasília, explica que o indicador de pobreza utilizado pelo órgão se refere à capacidade de compra das pessoas comparada a uma cesta mínima de calorias. Segundo ele, quando o preço da cesta sobe isso faz com que as pessoas comprem menos bens de subsistência, o que pode levar indivíduos com menor poder aquisitivo à classificação de pobreza ou pobreza extrema.


Mussi aponta que a consistência da política implementada pelo Banco Central brasileiro ajudou a dar estabilidade à formação dos preços na economia do País.

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Abraços!

Duke X Illinois: Round 2

Pego carona em uma conversa que tive com um amigo que também está aqui nos Estados Unidos para fazer o doutorado: que tipo de economia o povo de Illinois anda ensinando para os seus alunos no PhD?!?!?! Olhem só a última de um ex-aluno famoso de lá. E o detalhe: ele é reincidente neste tipo de ação catastrófica. Será que não aprendeu nada?

Eu não sei o que houve com o curso, mas que não anda bem, ah...

Abraços!

dezembro 12, 2008

China

Fica bem, China, onde quer que tu estejas agora.



Notícia do Correio Braziliense.

Abraços!

UPDATE: trecho da reportagem do Correio Braziliense de hoje (13/12):

"'O Jairo disse que o Bruno e ele viram Ailton em um bar no Cruzeiro. A vítima, ao ir embora, teria sido abordada pela dupla, que pediu uma carona e logo o rendeu', disse o delegado Eric. Inicialmente, queriam praticar um roubo."

Infelizmente, o Aílton caiu na mão de ladrões pé-de-chinelo, vagabundos, que ainda por cima, de acordo com a matéria, trabalhavam no Batalhão da Guarda Presidencial, do Exército. Lamentável a violência no país.

Mercado Para PhD's: Boa Sorte!

Trecho de um post do blog Freakonomics destacando estudo que mostra a importância do salário inicial para a carreira de economistas que terminam seus PhD's em anos de recessão.

It is going to be a tough few months for newly-minted econ Ph.D.’s. And the long-run news is also grim: An intriguing study published a few years back by my former Stanford colleague Paul Oyer suggests that graduating in a downturn results in a lower-prestige initial job.

Worse, the consequences persist throughout your career, partly because research productivity is determined by the quality of your colleagues. My advice to those aspiring economists worried by all this is simply to keep your heads up. The best strategy for getting a job in a recession is exactly the same as in a boom — do good research, and be tenacious.

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Para o bem e para o mal, já tenho meus compromissos para daqui a um ano e meio. Logo, meus rendimentos terão pouca relação com as condições econômicas do mercado americano. Aos meus colegas, boa sorte!

Abraços!

Sobre o Preço da Gasolina

Estava em US$ 1.81 por galão no dia 30 de novembro. Passei hoje pelo posto, e estava a US$ 1.67 — queda de 7.34% em menos de duas semanas.

Abraços!

dezembro 10, 2008

Divas se Bicando

Oh, Deus! Oh, céus! Este povo que não se entende: basta colocar um holofote, microfone, câmera ou espaço em jornal que as vaidades afloram. Duas personalidades da academia americana resolveram se estranhar, primeiro por causa da eleição e, depois, em função da crise.

Primeiro, Paul Krugman, ao comentar a formação da equipe econômica de Obama, deu um adeus aos "hacks" (mercenários, em uma tradução livre) e aos "cronies" (os cumpadres, pessoas que ocupam os cargos não por seus méritos). Além disso, afirma que, agora, a equipe de Obama será formada pelos "grownups" (os adultos). Todos sabem das preferências políticas de Krugman, que muitas vezes acabam servindo para ofuscar o seu brilho como economista.

Pois bem, feito o comentário, Greg Mankiw, ex-assessor econômico da Casa Branca no primeiro mandato do governo Bush, resolveu mostrar que, em termos de qualidade e quantidade de publicações na área, o governo Obama estaria selecionando economistas tão qualificados quanto os do governo Bush – ou seja, nada muito superior ao que já existia.

Veio a resposta de Krugman, com a sutileza de um elefante em loja de cristais: "Touchy, touchy" beira a baixaria, ainda que o texto mostre algum tipo de retratação.

Quando o clima começava a esfriar entre as divas (inclusive com comentários elogiosos a respeito de notas escritas sobre a crise entre os autores), Mankiw mostra, em seu blog, reportagem onde Krugman teria feito algumas extrapolações baseadas em sua teoria sobre geografia econômica, prevendo o fim da indústria de automóveis em Detroit. A nota ganha valor neste momento em que as três grandes (Ford, GM e Chrysler) batem à porta do Congresso Americano para pedir dinheiro para superar a crise.

Krugman, sem citar o blog de Mankiw, afirma que foi mal interpretado pelo repórter da AP, ainda que os comentários em seu post mostram matérias em que as mesmas expressões foram captadas pelos jornalistas da Reuters e citados em matéria da BBC. Posteriormente, Mankiw colocou um update no post inicial com o link para a resposta de Krugman.

Vale a pena fazer, de tempos em tempos, a transição entre blogs para ver as divas da academia americana se bicando. Vaidade é uma mer...cadoria em abundância por aí.

Abraços!

Londres: Semana Boa

Estou, faz algum tempo, prometendo escrever sobre a viagem que fizemos a Londres na semana do Thanksgiving. Infelizmente, a falta de tempo estava me impedindo de escrever posts mais longos, como este que segue abaixo, além de selecionar algumas poucas fotos para colocar aqui, já que foram muitas as imagens legais que conseguimos captar. Bom, se você estiver com tempo, aproveite: acho que o relato da viagem mostra o quanto valeu a pena cruzar o Atlântico por uma semana.

Chegamos em Londres no dia 23 de novembro, domingo, com o clima que, dizem, típico da cidade: tempo fechado, chuva, céu bem encoberto, sem perspectiva de vermos o sol. Também a mudança de fuso horário não foi muito legal. Realmente, com 5 horas de diferença no fuso, chegar às 8 da manhã em Heathrow era quase equivalente a chegar de uma festa às 3 da manhã, mas sem estar bêbado... Um horror. De toda forma, a chegada foi divertida, já que andar por Camden em pleno domingo de feira trouxe lembranças da Oswaldo Aranha nos finais de semana. Todos os "amigos punks" estavam por lá, literalmente.

Para quem não conhece Londres (era o meu caso), o primeiro impacto da cidade é estranho, já que a maior parte das conexões são feitas pelo metrô. Por mais que a Christiane e a Carla me explicassem por onde estávamos passando, não foi até a noite em que pude olhar direito para um mapa e, no dia seguinte, andar de ônibus, que consegui me localizar. Na foto abaixo, minhas guias preferidas na foto padrão.


Como turista de primeira viagem na cidade, a programação foi montada de forma que eu conhecesse as atrações principais. Logo, andamos por Trafalgar Square, Picadilly Circus, chegamos perto da Tower Bridge, entramos na Tower of London, estivemos perto do Palácio de Buckingham pouco antes de uma cerimônia de troca da guarda (não ficamos para ver, já que eu já achei chato toda aquela movimentação, antes mesmo da cerimônia, que minhas guias garantiram ser mais chata ainda), etc, etc, etc. Para mostrar que tudo foi feito de acordo com o roteiro básico do turista, segue a outra foto padrão na cidade. As cabines telefônicas, hoje em dia, só servem para serviço de utilidade pública: algumas mostram propagandas de prostitutas; outras funcionam como mictório. Para os bons observadores, as notas no fundo da cabine eram propagandas (o cheiro de urina na cabine me fez concluir que os serviços de utilidade pública não se excluem).


Um passeio muito legal foi a volta na London Eye. Ao contrário dos seus detratores, eu achei que a roda gigante colocada nas margens do Tâmisa combinou muito bem com a paisagem, ainda mais por não ser a única obra moderna ao redor: a Golden Jubilee Bridge tem um desenho bem avançado; o próprio prédio da Waterloo Station, a despeito da fachada tradicional, tem uma base metálica moderna muito interessante. Como se pode notar pela foto abaixo, o tempo nos deu uma trégua, e permitiu vistas muito bonitas da cidade.


Como não poderia deixar de ser, também, passamos pelo museu de Madame Tusseauds, com suas estátuas de cera com imagens de celebridades, e as fotos ridículas com seus personagens. Por exemplo, a reação da Chris quando encontrou certa figura... É o orgulho da casa!


Também encontrei um outro pedindo uma ajuda para resolver os problemas com uma "marolinha". Tive que deixar a minha contribuição.


Além disso, uma mão bem indiscreta em áreas indevidas de uma moça que valoriza seus atributos. Como se pode ver, não faltaram, mesmo, fotos ridículas. (Vou evitar, também, a piada dizendo que Jennifer Lopez é uma mulher sem graça, já que é "fria". Ops, escapou! Desculpa aí!)


Na agenda cultural, não poderiam faltar as visitas ao British Museum e a National Gallery. No prédio do British Museum (um monumento por si só de arquitetura), a visita à famosa "Pedra da Roseta", que Champollion usou para decifrar os hieróglifos egípcios, me trouxe de volta às aulas de história da quinta série. Emocionante ver este pedaço da história ao vivo. Também as múmias egípcias e estátuas gregas me lembraram da vantagem de ter sido uma potência mundial em outras épocas: garanto que nenhuma destas preciosidades estariam no British Museum se a Inglaterra não tivesse saqueado os tesouros gregos na sua fase "super-potência". Abaixo, eu junto de uma das imagens de Tutankhamun.


Por fim, como também não poderia deixar de ser, visitamos alguns pubs pela cidade. Um deles, em um dos passeios organizados pela London Walks (vale muito a pena, são guias muito bem preparados e que sabem muito sobre a cidade), era um dos mais antigos da cidade. Na verdade, era um pub que existia naquele prédio desde 1695, mesmo que tivesse trocado (muitas vezes) de dono ao longo destes anos. Também estivemos em pubs mais tradicionais. Comemos "fish and chips", tomamos cervejas locais (muito ruins, na sua maioria), e nos divertimos muito.

Finalmente, na foto abaixo, minhas guias preferidas, extasiadas com a minha presença, estão me agradecendo pelo passeio. Eu é que tenho que agradecer a elas: foi tudo ótimo!


Abraços!

P.S.: Post atualizado como resultado do meu desconhecimento dos nomes das pontes que cortam o Tâmisa.

dezembro 09, 2008

A Diferença: Cadeia

A notícia que eu recupero aqui é antiga, mas vale lembrar um trecho:

Dos 81 senadores que farão parte da próxima legislatura, 15 receberam doações de campanha de seus suplentes, que podem assumir o mandato sem terem recebido nenhum voto. No ano passado, 27 senadores foram eleitos e cinco foram financiados, em parte, pelos seus possíveis substitutos.
O caso mais emblemático é o do ministro Hélio Costa (Comunicações), eleito senador em 2002 e licenciado desde julho de 2005. Seu suplente, Wellington Salgado (PMDB-MG), financiou 50% da campanha. Salgado e sua família são donos da Universo (Universidade Salgado de Oliveira) e da Unitri (Centro Universitário do Triângulo). Salgado é presidente da Comissão de Educação e jamais exercera cargo eletivo.
Wellington Salgado (PMDB-MG) afirmou que dois fatores influenciaram na escolha de seu nome como suplente de Hélio Costa, atual ministro das Comunicações. "Um foi a minha presença no Triângulo Mineiro, onde tenho faculdade e um time de basquete, e o segundo é o apoio financeiro, claro", afirmou.
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Por que trazer a notícia agora? Hoje, o Governador do Estado de Illinois, responsável pela escolha do substituto de Obama no Senado, foi preso. Motivo?


A Procuradoria de Illinois acusou o governador do Estado, Rod Blagojevich, e seu chefe de gabinete, John Harris, de conspirarem para obter benefícios pessoais em troca da indicação para o substituto de Barack Obama no Senado dos Estados Unidos.


Blagojevich teria tentado obter "benefícios financeiros" com a designação do novo senador por Illinois, substituto de Obama, que tomará posse como presidente da República no dia 20 de janeiro.


O documento acrescenta que Blagojevich obteve ainda contribuições para sua campanha em troca de favores políticos. As acusações contra o governador foram fundamentadas com conversas grampeadas em novembro, autorizados por um juiz.


Nessas gravações, teria ficado claro a suposta conspiração para "vender ou trocar" a cadeira do Senado, por "benefícios financeiros ou de outro tipo", para o próprio governador ou sua esposa Patty.

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Os Estados Unidos são muito diferentes do Brasil, com certeza. Mas parte significativa desta diferença seria reduzida se "apoio financeiro" de suplente no Senado resultasse em cadeia.

Abraços

Juros: Você Aceitaria?

Algumas certezas:

— Mercadante aceitaria ser presidente do BC e cortar os juros;

— Belluzzo aceitaria ser presidente do BC e cortar os juros;

— Bresser-Pereira aceitaria ser presidente do BC e cortar os juros;

— Pochmann aceitaria ser presidente do BC e cortar os juros.

Se nenhum destes, hoje, é presidente do BC, e todos aceitariam o cargo, é porque nenhum deles recebeu o convite formal para que ocupassem o cargo. Eu continuo achando muito engraçadas as notícias que dão conta da insatisfação de quem fez o convite com as decisões recentes sobre juros.

Agora, o que não entendo é como alguém aceita trabalhar sério tendo que ouvir toda esta ladainha. Haja patriotismo, vontade de colocar cargo no CV, ou seja lá o que for, que justifique tanta paciência com um governo que não assume suas escolhas.

O governo já deu os sinais do que quer. Você aceitaria trabalhar assim? Eu, não.

Abraços!

dezembro 04, 2008

dezembro 02, 2008

Sacaneando Spammer 2

Este aí deve ter usado o tradutor automático para escrever a mensagem. O título do e-mail não poderia ser mais sugestivo.


Abraços!

Sobre Londres

Estou meio apertado de tempo para escrever o que quero sobre a viagem que fizemos na semana passada, mas deixo a nota aqui dizendo que foi tudo muito divertido. Ver como a Carla está bem foi muito legal; andar pelos prédios históricos da cidade foi muito interessante; ter um pouco de descanso junto da Chris foi fundamental neste final de ano.

Fica uma foto aí para dar um gostinho da cidade.


Escrevo depois para deixar as minhas impressões sobre a cidade.

Abraços!

dezembro 01, 2008

Sacaneando Spammer 1

Nova seção no blog: "Sacaneando Spammer" procura deixar no ridículo estes caras que enchem as caixas postais todos os dias com porcarias, sem seguir a regra necessária para que o nosso e-mail seja retirado de sua lista*. Já que eles não são punidos pela lei brasileira (muitas vezes, são enviados de servidores de fora do país, o que impede a sua criminalização), eu estou tomando a iniciativa de responder, pessoalmente, as porcarias que recebo. E as melhores respostas ficarão registradas aqui no blog.

Como primeira vítima, segue a minha resposta para um e-mail que tenta vender modelos de cartas comerciais. A empresa que manda este e-mail não oferece a opção de retirar o meu nome do seu cadastro. Resultado: foi sacaneada.




Abraços!

* Para quem quer saber mais da legislação brasileira sobre spam, leia aqui.

Evitem a Recessão: Prendam os Pessimistas

Não dêem idéia, não dêem idéia: depois, republiqueta latino-americana resolve copiar, aí já viu...

Notícia tirada a partir do comentário do blog do Paul Krugman.

Abraços!

Duas Notas Esportivas

1) Propaganda da Mastercard que será lançada brevemente:

"Passagens aéreas para Londres com a esposa: US$ 1000.00;

Hotel em Londres por uma semana: US$ 1000.00;

Ver Luis Felipe Scolari falando em inglês, dizendo que não dorme com jogador para saber da vida noturna dele: NÃO TEM PREÇO!!!"

2) Eu pedi, aqui neste site, que os Bulls selecionassem Derrick Rose no draft deste ano. Veja aqui o motivo:





Abraços!

novembro 30, 2008

Duke Football (Final) Update: 4-8

Season is over, finally.

Abraços!

Isto é Incríííííível...

Estivemos fora por uma semana. O que mudou? A foto abaixo, de um posto de gasolina aqui perto de casa, foi tirada no caminho para o aeroporto, no dia 22 de novembro. Notem o preço da gasolina mais barata: US$ 1.87 por galão.



Esta outra foto foi tirada na volta, ontem, dia 29 de novembro, do mesmo posto de gasolina. Notem o preço: US$ 1,81 por galão! Queda de mais de 3% em uma semana!



Se você acha que eu estou de sacanagem, que eu peguei um posto que está fechando para tomar como parâmetro, olhem aqui a média dos preços da gasolina no Estado da Carolina do Norte. Agora, no Brasil, isto não vai acontecer. Por quê? Duas possíveis explicações: 1) porque o governo não quer, o que é uma opção de política de preços; 2) porque o governo não pode baixar, o que, em tempos de vacas magras para as empresas de petróleo, deveria ser melhor explicado. Ops, acho que já está sendo explicado...

Como dizia o Lombardi, no final daquele quadro no programa Sílvio Santos: "Isto é incríííííível..."

Abraços

O Homem é Mau, Até em SC

Não gosto muito da Zero Hora, e talvez o fato de o melhor texto deste domingo que encontrei por lá sobre política tenha sido escrito por um cronista esportivo diga muito. Entretanto, David Coimbra está fora da linha do comentarista de esportes tradicional. E a sua análise sobre a tragédia de Santa Catarina é perfeita.

Sim, o homem é mau, por natureza, seja pobre, rico, branco, negro, amarelo, doutor, pedreiro, presidente, lixeiro, gaúcho, carioca, acreano, inglês, americano, chinês, cubano. E é por isto, e só para isto, que precisamos de leis e de um Estado que as façam ser cumpridas.

Segue trecho:

clipped from www.clicrbs.com.br
Agora mesmo, milhares de brasileiros foram vitimados pelas enchentes em Santa Catarina, e parece que neste caso não dá para atribuir a culpa a ninguém, senão à Natureza inclemente. Aí, como reagiram alguns brasileiros à tragédia que martiriza seus semelhantes? Comerciantes aumentaram os preços dos alimentos e da água potável — li que um litro de água chega a ser vendido a R$ 14. Flagelados não abandonam suas casas com medo de que sejam arrombadas. Depósitos de mercadorias estão sendo atacados. Vi fotos de gente levando produtos de saque pela rua dentro dos próprios carrinhos dos supermercados. Não eram alimentos. Eram TVs de tela plana, eletrodomésticos e bebidas alcoólicas. Uma farra. Para arrematar a festa, os caminhões que tombam nas estradas são saqueados pelas comunidades lindeiras às rodovias e pelos outros motoristas.
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Abraços!

novembro 22, 2008

Fim de Semestre

Thanksgiving chegando, mas este ano não vai ter futebol na frente do prédio da Economia: estamos indo visitar uma pessoa especial.

Ah, consequência disto? Duas:

1) Posts (ainda) mais esparsos;

2) Fotos quando voltarmos.

Metas para a viagem? Terminar, durante o vôo, a leitura de alguns livros não relacionados aos estudos, talvez ler alguns papers na volta; ouvir alguns cds que comprei mas estavam jogados na prateleira; descansar bastante.

Abraços!

Humor na Crise

Esta charge que o Krugman colocou no seu blog, a partir da foto do atual presidente do FED, é antológica.

Abraços!

"Quem Paga o Gaiteiro, Escolhe a Música"

Passou batido por mim detalhes mais aprofundados sobre as reuniões dos ministros do G-20 no Brasil, e dos presidentes do grupo em Washington. Eu registrei aqui no blog a repercussão da reunião pelo NYT, e a relativa (des)importância do Brasil e outros emergentes nas negociações. Antes disto, fui chamado de "superficial" nos comentários de um post sobre as declarações de Mantega em uma reunião do FMI, e retruquei dizendo o óbvio: os países desenvolvidos não vão ouvir os emergentes, e também não vão aceitar o FMI como mediador destes esforços. E isto por um motivo simples: a participação dos emergentes nestes organismos multilaterais é muito pequena. Citei, para completar, que o total de fundos disponíveis no FMI para atender os países correspondia ao total das reservas internacionais brasileiras, o que não é suficiente para atender o mundo todo em uma crise destas dimensões.

Pois não é que eu descobri, agora, uma lembrança genial da ministra da Economia da França, falando exatamente a este respeito? Ela citou um ditado irlandês que diz muito, neste momento, sobre as pretensões emergentes nestas discussões:


"O Brasil sempre pede muito, mas há um adágio irlandês adequado para a situação, quem paga o gaiteiro escolhe a música."


Notem que Christine Lagarde não é ministra de um governo "lame duck", não é uma raivosa republicana, nem amestrada pelo Bush.

Preciso falar mais alguma coisa?

Abraços!

novembro 20, 2008

A Volta do Provão

Demorou, mas vai sair aqui deste blog um elogio para o governo: parabéns por retornarem com o Provão (agora chamado de Enade) obrigatório para todos os alunos concluindo curso. A idéia da amostragem para selecionar alunos que fazem as provas era lamentável, pois prejudicava tanto a comparação histórica de um mesmo curso quanto a comparação entre cursos de mesma área em universidades diferentes.

Agora, uma provocação: segundo o coordenador do Inep, a mudança foi feita para dar credibilidade ao exame. Se o exame está voltando para o formato antigo, quer dizer que o governo admite que o uso da amostragem retirou credibilidade do processo de avaliação dos cursos?

Abraços

novembro 15, 2008

Nova Pesquisa

E ela tinha que ser, obviamente, sobre a personalidade do ano. Registre aí do lado a sua opinião sobre Barack Obama!

Abraços!

"Show me Money", "Dog House", Fim de Página: NYT

A matéria do NYT sobre a reunião do G-20 em Washington serviu para mostrar o quão desigual ainda é a pauta dos países envolvidos na crise, e a pouca possibilidade de gerar uma "solução comum", "regulação global", e outras pirotecnias tão presentes (e supostamente eficientes) no noticiário brasileiro quanto o emplastro Brás Cubas.

A despeito da declaração conjunta do grupo, o NYT destaca que qualquer solução vai, necessariamente, passar pela posse de Obama na Casa Branca. Mais do que isto, a matéria também se mostra cética, à la Thomas Friedman, quanto à soluções que o futuro governo americano possa implementar sozinho. E este parágrafo deixa claro a noção "show me the money" que o colunista já expôs durante a semana:


clipped from www.nytimes.com
Though the proposals were cast as ambitious reform, they mainly reflected steps that the countries were already undertaking. What remained to be seen was whether, working with a new White House, they will cast aside their political and economic differences to come up with dramatic changes.
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Ou seja, muito bonito cobrar a solução americana, mas na hora de sentar com o novo governo para propor um ajuste conjunto, o tom da conversa deve mudar significativamente. Propor "harmonização dos padrões de contabilidade", para que a informação entre países seja mais transparente, é fácil. Duro, mesmo, vai ser quando Obama não abrir mão de posições pró-mercado (e a presença de Larry Summers e Timothy Geithner na equipe do novo governo me leva a crer nisto), e tiver que bater de frente com presidentes como Sarkozy (um francês, como sempre!).

Também interessante, não poderia deixar de ser, o papelão argentino na reunião, onde o grande destaque dado pela matéria foi na estatização dos fundos de pensão do país. Seguindo a linha de um blogueiro do Brasil, o governo argentino foi, literalmente, colocado na "dog house" dos investidores internacionais (e o pior, tem quem ache bom isto, seja por lá, seja no Brasil...):


clipped from www.nytimes.com
Argentina, meanwhile, announced it would nationalize $26 billion of private pension funds, raising fears that the government was short on cash and putting Mrs. Kirchner into an economic dog house with foreign investors, who are pulling their money out of the country.
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Por fim, para os deslumbrados com o "novo papel" que "nossoguia" exercita na política externa, o final da matéria chega como uma ducha de água fria: dizer que "para quem clama por um assento no encontro de verão, apenas estar por aqui já era uma vitória" é uma baita sacanagem!!!

(se não entenderam a última frase, a parte do "baita sacanagem" é uma ironia, tá?)

Abraços!

Duke Football Update: 4-6

Yeah, yeah, yeah... whatever.

Abraços!

novembro 12, 2008

Duke Basketball: Nova Temporada

Começou nesta semana a temporada de basquete universitário. Duke vem com um time mais reforçado, tanto em termos físicos quanto em termos de jogadores novos: muitos dos veteranos ficaram trabalhando a parte física durante o verão, para aguentarem melhor a sequência de jogos e chegar em março mais inteiros; por outro lado, entre os novos recrutados, o que chama a atenção é a força física, já que, além de dois pivôs (Olek Czyz e Miles Plumlee), também chegou um armador de bom tamanho (Elliot Williams, 1,92m, aproximadamente), para compensar a ausência de um grande jogador capaz de dominar o garrafão.

A expectativa é que Duke jogue nesta temporada no mesmo ritmo acelerado da temporada passada, mas com melhores resultados em função tanto da melhora física quanto da maior experiência do time. Neste ano, dois seniors na classe (no ano passado, apenas um, DeMarcus Nelson, hoje jogando no Golden State Warriors, da NBA). De fato, nos dois primeiros jogos, duas vitórias com margens de, respectivamente, 31 pontos (contra Presbyterian) e 43 pontos (contra Georgia Southern), ainda que contra duas escolas sem expressão.

Os jogos efetivamente começam a ficar mais interessantes em dezembro, com destaque no dia 2, bom jogo contra Purdue, e no dia 20, contra Xavier. Janeiro marca o início dos jogos da ACC, mas a minha expectativa é de um bom jogo contra Davidson, que teve um excelente desempenho no Nacional do ano passado. Em fevereiro, o primeiro jogo contra a UNC (maior rival local), em março, antes das finais da Conferência e o início do Nacional, o segundo jogo.

E assim segue a vida universitária em termos de esportes, para aquelas universidades que não possuem bons times de futebol: se Duke fosse um pouquinho melhor, estaríamos acompanhando a temporada de futebol até o início de janeiro. Como o forte aqui é o basquete, presta-se atenção no time desde o início, depois de torradas todas as esperanças de vitória na temporada do esporte "paixão nacional".

Abraço!

novembro 09, 2008

A Hora da Conta

Excelente artigo de Thomas Friedman no NYT de hoje. Muito apropriada a lembrança para aqueles ainda deslumbrados com Obama, gritando como se um socialista estivesse perto de ocupar a Casa Branca. A prova do pudim é feita com uma colher, depois dele pronto, e não através da execução da receita.

A festa da eleição acabou. Quero ver quantos vão se apresentar para pagar a conta.

Abraços!

Um Conto de Halloween

Não gosto mais de brincar de Halloween. Mamãe me pediu, este ano, para me vestir de fadinha para pedir doces para os vizinhos, mas eu não faço mais isto, não caio mais no conto dela. Eu até fui para a escola com a roupa que mamãe fez para mim, mas eu não faço mais isto.

Na escola foi legal, a professora apareceu fantasiada também, meus colegas estavam vestidos de monstros. Johnny veio vestido de jogador de futebol americano, Pat veio de Pokemon. Eles são meus amigos, mas no ano que vem, eles não me convencem a colocar mais roupa nenhuma. Eles que vão brincar no Halloween, eu não brinco mais, não tem mais graça.

Voltamos para casa, na maior animação. Mamãe estava me esperando na saída do ônibus. Não via a hora de bater na porta dos vizinhos para brincar "Trick or Treat". Mamãe reclamou muito, no ano passado, quando comi todos os doces de uma vez só, e fiquei enjoada. Mas foi divertido, os chocolates estava gostosos! Este ano, não. Passei mal, mas foi por outro motivo.

Quando anoiteceu, mamãe me levou para junto dos meus amiguinhos, e começamos a bater na porta dos vizinhos. Todo mundo nos dava doces. Este ano estava especial, muitos chocolates!!! A minha cestinha estava ficando bem cheia. Mamãe estava junto da gente, mais o pai da Jane e a mãe do Johnny. Até que resolvemos bater naquela porta...


Estava tudo escuro, apenas uma luz acesa. Mas nós estávamos contentes. A Jane só falava nas balas que iria comer. O Johnny, previnido, prometia sua mãe que só iria comer um doce por dia, mas nos dizia, escondido, que iria levar mais doces para comer na escola, escondido da professora e dos seus pais. Batemos na porta. Eu lembro de ter pensado que o lugar era meio macabro. Mas ainda assim, batemos na porta. Foi quando aconteceu.

Mamãe segurou a primeira porta, proteção para o frio, aberta. Nós fazíamos barulho, gritávamos "Trick or treat", quando ouvimos a maçaneta da porta girar, aquele click. A porta demorou um segundo para abrir, mas quando abriu, um berro horroroso veio lá de dentro, um grito macabro que estourou nos nossos ouvidos e trouxe o pânico!!! E veio, lá de dentro, a criatura mais horrorosa que eu vi na vida!


Aquele, aquilo, aquele animal... aquele bode gritou alto!!! Todos ficamos assustados! O Pat me contou que, depois que ouviu o grito, acabou fazendo sujeira nas calças. A Jane saiu correndo, sua mãe teve que segurá-la para que não atravessasse a rua. Johnny jogou longe a sua cestinha, até hoje é possível encontrar chocolates jogados ao redor daquela casa medonha. Eu? Eu gritei, ainda mais alto que aquele bode, estava apavorada. Depois do grito, quis sair correndo, mas o Pat, vestido de Pokemon, estava mudando de cor a cada instante que passava olhando para a besta-fera, e não se mexia.

Foi quando mamãe nos disse para nos acalmarmos, que o bode tinha uma surpresa para nós. Eu não entendi por que, mas ela ria, ria muito! Mamãe devia ter sido abduzida pelo bode!!!! Aí o bode trouxe uma cesta cheia de chocolates. Ele queria nos comprar com doces!!! Aqueles doces deviam estar amaldiçoados. Quando Johnny, quase empurrado por sua mãe, se colocou na frente do bode para pegar doces, a fera gritou de novo:

— Só pode pegar um!!!!!

Johnny me disse que, quando ouviu aquilo, fez caquinha de novo nas calças. Pegou só um doce, e mostrou para o bode mau que estava pegando só um. O animal concordou. Fizemos fila, com medo que a fera voltasse a gritar, mas pegamos apenas um doce. Eu ainda tenho este chocolate guardado na minha gaveta. Estou com medo de comê-lo.

Não contente em nos assustar, a fera ainda foi fazer a sua festa. Encontrou uma menina no caminho. A menina parece que não se assustou com o bode, e saiu com ele! Ela deve ser corajosa! Quando crescer, quero ser que nem ela, só para não ter medo do bode...


E, depois de tudo, o bode ainda se reuniu com amigos para beber e fazer festa rindo da nossa cara!



No final da noite, o bode ainda ganhou um beijo da menina corajosa... Não quero mais ser como ela: que nojo dar um beijo naquele bode assustador!!!! E ele nem virou príncipe depois do beijo!


Eu não quero mais saber de Halloween! Não mesmo. No ano que vem, não brinco mais. Perdeu a graça.

Abraço!

Duke Football Update: 4-5

Quando o quarterback do seu time executa passes totalizando 317 jardas, acertando 37 em 52 passes, com dois touchdowns, além de 41 jardas corridas, é sinal de que o seu time teve um bom final de semana, não? Se o jogo for de futebol universitário, e se o time for Duke, não tenha tanta certeza: Duke perdeu para NC State, em casa, por 27-17, em uma partida horripilante, para dizer o mínimo.

O quarterback de Duke, Thad Lewis, com o desempenho acima, não conseguiu transformar os números em pontos, basicamente pela ineficiência do jogo de corrida: em um primeiro down na linha de 3 jardas de NC State, quando o jogo ainda estava 24 a 10 no início do terceiro quarto, Duke executou três corridas seguidas, todas bloqueadas pela defesa, e, no quarto down, um passe incompleto. Tivesse uma dessas quatro jogadas dado certo, e o jogo estaria reduzido a apenas uma posse de bola...

Com isto, fica confirmada a previsão feita na semana passada, com Duke perdendo os próximos três jogos, e encerrando a temporada com quatro vitórias e oito derrotas. Um quadro razoável para quem ganhou apenas quatro jogos nas últimas quatro temporadas e abre boas perspectivas para o ano que vem, com o primeiro recrutamento do novo treinador, David Cutcliffe, em uma temporada que, com certeza, o time estará melhor preparado.

Abraço!

novembro 04, 2008

Vai Passar, Vai Passar...

A imprensa brasileira tem um vício que chega a ser nojento: quando os dados não batem com a tese do jornalista que está escrevendo a matéria, basta reescrever a tese com letras garrafais no título, e tudo estará provado. Os dados que se explodam! Do que estou falando? Olhem o título da matéria que saiu na Folha de hoje:

"Apesar de ganhos, Obama perde entre os brancos"

Para quem não lê a matéria, fica com aquela idéia plantada: "é, americano é racista mesmo". Aí alguém que se disponha a fazer um pouco mais de esforço pega a matéria para ler, matéria assinada pelo ente "Da Redação" (este jornalista, o tal "Da Redação", tinha que ser demitido por escrever um título de matéria como este):


clipped from oglobo.globo.com

A mais recente pesquisa do "New York Times" e rede CBS apontou que Obama tem o apoio de 44% dos brancos.

É um índice superior à média -de 39%- que o Partido Democrata registra desde 1964.

Além de o apoio branco a Obama ser mais expressivo que o recebido pelo democrata Bill Clinton nas suas duas eleições, o "New York Times" registrou que, do ponto de vista histórico, a fatia do eleitorado branco no universo do total dos votantes dos EUA encolheu. Em 1984, ano da reeleição do democrata Ronald Reagan, 86% dos votos eram de brancos. Em 2004, o número caiu para 77%.
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Ou seja, Obama tem a aprovação ENTRE OS BRANCOS maior que a média histórica entre todos os candidatos democratas desde 1964, mas ainda assim, destaca-se o fator "raça" no título. Tem mais: na parte disponível só para assinantes do jornal, lê-se:


"A aprovação do democrata entre os não-brancos pouco compromete sua avaliação entre os brancos. Uma recente pesquisa do canal NBC News e do "Wall Street Journal" apontou que 80% dos americanos não crêem que um eventual mandato de Obama iria favorecer os negros em detrimento dos demais cidadãos."


A matéria está, do início ao final, provando que a raça de Obama terá uma influência pequena nas eleições de hoje. Mais do que isto, está mostrando que Obama bateu todos os fatores que pesavam contra si, inclusive um suposto preconceito americano. Ao invés de entrar com um título como "Fenômeno Obama supera elementos raciais, apontam pesquisas", prefere-se destacar que "os brancos ainda votam em minoria em um candidato negro".

Não passou pela cabeça do jornalista "Da Redação" que ele acabou de demonstrar que brancos, em geral, tendem a votar em Republicanos, independentemente da raça do candidato Democrata: o título tinha que demonstrar a sua tese.

Querem saber: que Obama seja eleito! Por favor! Não é mais uma questão de preparo, não é mais uma questão de necessidade de um time de economistas novos na Casa Branca, não é mais uma questão de ver o eleitor americano buscar o melhor para o seu país. Agora é uma questão de superar a doxa brasileira (e, quiçá, mundial): quero que Obama seja eleito para mostrar que presidentes fazem cagadas, sejam brancos, negros, vermelhos, amarelos, azuis; sejam de origem judaica, protestante, do candomblé, católicos ou árabes; sejam nascidos no Quênia, na Jamaica, no Arkansas ou em Caetés/Garanhuns. Quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama voltar a atacar o Afeganistão, trocando o Iraque por este país; quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama avisar que não vai ter o corte de impostos prometidos porque a dívida do país é a maior da história; quero ler as matérias "Da Redação" quando Obama der uma banana para o etanol brasileiro, de forma a proteger os plantadores de milho do centro-oeste do país.

Já encheu o saco.

Abraços!